Igual a sua versão moderna |
Um
achado fóssil inédito de 120 milhões de anos [segundo a cronologia
evolucionista] [foi] anunciado por pesquisadores da Universidade Regional do
Cariri (Urca), no Geopark Araripe, em Crato. Trata-se de uma planta do
período Cretáceo inferior que ainda possui representantes atuais na encosta da
Chapada do Araripe, conhecida popularmente como Japecanga, da família da Smilacaceae. Um
artigo sobre a descrição do fóssil foi publicado recentemente nos anais da Academia
Brasileira de Ciências para anunciar a descoberta do achado, cujo nome Cratosmilax jacksoni é uma
homenagem ao professor Jackson Antero (in
memoriam). O docente foi um dos grandes nomes que se ergueu no Cariri na
luta incansável pela preservação da Chapara do Araripe, e chegou a ser o chefe
da Área de Proteção Ambiental da Chapada do Araripe (APA – Araripe).
A
Smilacaceae é uma família de plantas monocotiledôneas basais que ocorrem em
basicamente todos os continentes e está relacionada com a origem de plantas com
flores. Fósseis dessa família são conhecidos desde o Cretáceo Superior. No
artigo é apresentado o novo gênero e espécie (Cratosmilax jacksoni) da família do Cretáceo Inferior
(Aptiano-Albiano), encontrado em lâminas de calcário da Formação Crato, na
Bacia do Araripe.
Ainda
conforme os pesquisadores é o mais antigo registro de Smilacaceae. O fóssil
descrito é baseado em uma folha com características semelhantes às do gênero
Smilax, frequente nas Américas, Europa e sudeste asiático.
Segundo
o orientador da pesquisa, professor Álamo Feitosa, o fóssil em perfeito estado
foi resgatado nas minas de calcário laminado, em Nova Olinda. O achado ocorreu
em 2012. O trabalho de descrição foi realizado por uma equipe de pesquisadores
da Urca, e tem como autora a professora Flaviana Jorge de Lima. Ela destaca que
essa é a primeira pesquisa a ser descrita com localidade estratigráfica,
possibilitando estudos detalhados das camadas das rochas.
Nota:
É interessante notar como fósseis tidos como tão antigos frequentemente são
muito parecidos com seus correspondentes vivos. O mais comum é que sejam
geralmente maiores, mas com a mesma configuração e complexidade de seus
descendentes. [MB]