segunda-feira, abril 18, 2016

A monogamia e a família sob ataque

Projeto divino
Um artigo publicado na semana passada na revista Nature Communications sustenta a ideia de que a monogamia humana seria resultado de doenças sexualmente transmissíveis. Como as criaturas que praticam a monogamia no reino animal são extremamente raras, os evolucionistas tinham que encontrar uma justificativa para esse comportamento tipicamente humano. Segundo o artigo, as evidências parecem apontar para a hipótese de que nosso sistema de acasalamento natural deve ter sido poligâmico, com um macho tendo relações com muitas fêmeas. Então, por que vemos a monogamia presente em inúmeras culturas diferentes?

Usando modelos de computador, os pesquisadores fizeram simulações de diferentes comportamentos de acasalamento, e depois avaliaram o quão bem se sairiam esses seres hipotéticos quando infecções sexuais bacterianas, como a clamídia, a sífilis e a gonorreia fossem introduzidas.

Chris Bauch, da Universidade de Waterloo, no Canadá, e coautor do estudo, explica o seguinte: “Essa pesquisa mostra como os eventos em sistemas naturais, tais como a propagação de doenças contagiosas, podem influenciar fortemente o desenvolvimento de normas sociais e, em particular, nossos juízos orientados para o grupo. Nossa pesquisa mostra como os modelos matemáticos não são utilizados apenas para prever o futuro, mas também para compreender o passado.”

Que bom que ele disso isso. É bom lembrar que modelos matemáticos dependem das informações providas pelos pesquisadores, e muitas dessas informações são meras suposições de como as coisas teriam sido ou poderão ser. Eles partem da pressuposição de que o ser humano teria sido polígamo e, depois, “inventado” a monogamia. E trabalham em cima dessa pressuposição.

Na ótica desses pesquisadores, as DSTs se tornavam endêmicas se a sociedade era em grande parte poligâmica, reduzindo a fertilidade do macho e, portanto, tornando aqueles que ficaram monogâmicos mais bem-sucedidos. Assim, ficar com um parceiro apenas se tornou a melhor estratégia, ainda que, segundo a própria teoria da evolução, o macho tenha sido “projetado” para espalhar seus genes por aí.

Apesar disso, ainda existem aqueles que não compram a ideia de que nós, como espécie, somos naturalmente polígamos. Ao olhar para as poucas sociedades sobreviventes de caçadores-coletores restantes, que são frequentemente utilizadas pelos antropólogos como uma janela para o nosso passado, a monogamia é realmente mais comum do que se poderia esperar.

Mas tem mais: além de quererem descaracterizar a monogamia como elemento constitutivo da criação original de Deus e o casamento como uma instituição sagrada, há também os que querem garantir que a monogamia deixe de ser a regra no futuro também. E a pressão, agora, é para que o Dicionário Houaiss mude a definição do verbete “família” para se tornar “mais plural e fiel à realidade”. A campanha Todas as Famílias, uma parceria entre a Coordenadoria Especial da Diversidade Sexual do Rio de Janeiro, a Associação Brasileira de Famílias Homoafetivas e a agência de publicidade NBS, é uma resposta ao Estatuto da Família, projeto de lei aprovado na Câmara dos Deputados, em 2015, que reconhece apenas o núcleo formado a partir da união heterossexual.  

O material de divulgação mostra modelos diversos de composição familiar: pai e mãe, duas mães, dois pais, apenas o pai, duas irmãs, mãe e padrasto. E não se esqueça do marketing que vem sendo feito a favor do tal “poliamor”, que, na verdade, é a poligamia rebatizada com um nomezinho singelo. 

A segue forte campanha para destruir o conceito da família originalmente criada por Deus. São os cientistas evolucionistas afirmando que a monogamia é um resquício da evolução, fazendo uma releitura do passado com base numa hipótese, e os militantes LGBT tentando redefinir o conceito de família, minando o futuro dela.

E o que temos no presente? Mais um grande sinal dos tempos, de um mundo que já passou do prazo de validade.

(Michelson Borges, com informações dos sites Hypescience e Brasil ao Minuto)