Até quando? |
Sabe
aquelas notícias que jogam na cara da gente que o mundo já passou do prazo de
validade e que o amor esfriou no coração de muita gente, conforme profetizado
por Jesus, na Bíblia? Ontem foi um dia desses. Um dia em que, mais uma vez, dá
vontade de não viver neste planeta. Dá vergonha de ser humano. Dá vontade de
chorar e clamar pela volta de Jesus, a fim de que a justiça definitiva seja
feita e que inocentes não mais tenham que sofrer. O que aconteceu é que uma
jovem de 16 anos foi estuprada no Morro São João, em Praça Seca, no Rio de
Janeiro. Alguns mais dessensibilizados pela constante veiculação de notícias
dando conta de estupros aqui e acola talvez nem se espantem mais com isso.
Afinal, não acontece todos os dias? Todos os dias centenas de mulheres não
são violentadas no mundo? Enquanto a realidade é expressa apenas em números, é
mais fácil permanecer na indiferença. Mas, quando os números têm rosto, têm
idade, tem uma história e têm fotos reveladas nas redes sociais, aí choca. Aí a
realidade sai debaixo do tapete da frieza e revela sua cara feia e o submundo
de uma realidade que nos rodeia e que muitos insistem em ignorar. Só que, desta
vez, não deu para ignorar, pois os próprios bandidos fizeram questão de
publicar a barbaridade.
A
menina foi estuprada por mais de 30 homens! Além disso, está passando pelo
constrangimento de ter imagens dela machucada e nua publicadas na internet. Os
dois homens que divulgaram as imagens estão sendo investigados pela Polícia
Civil por participação no crime. O pai da menor disse que ela havia ido a um
baile no Morro São João. “Bagunçaram minha filha. Quase mataram ela.
Estava gemendo de dor. Ficou tão traumatizada que só conseguia chorar”, disse
ele.
No
vídeo divulgado por um dos agressores, ele confirma que havia mais de 30 homens
envolvidos e ainda debocha da vítima. A avó disse que a neta tem o
hábito de frequentar comunidades e passar alguns dias sem dar notícias, desde
os 13 anos. A família, no entanto, nunca teve notícias de que a moça sofresse
abusos. A vítima é mãe de um menino de três anos.
A
publicação e o compartilhamento das imagens da jovem violentada causaram revolta
nas redes sociais e a notícia ganhou o mundo. A ONU se manifestou cobrando
justiça. Imediatamente, alguns passaram a fazer comparações com a Índia, onde
os estupros coletivos se tornaram frequentes. E eu me lembrei de uma pesquisa
feita com universitários nos Estados Unidos. Perguntaram a alguns jovens, caso
eles tivessem certeza de que nunca seria pegos, se estuprariam uma mulher. A
maioria respondeu que sim. Às vezes, o crime só não ocorre por falta de
oportunidade ou por medo da punição – e isso pode ser aqui, na Índia ou nos
Estados Unidos.
Tenho
duas filhas mocinhas e muito medo deste mundo. Tenho raiva de uma mídia
hipócrita que glamouriza o sensualismo, incentiva o sexo sem compromisso e
depois finge espanto com notícias bárbaras como essa que deixou as redes
sociais em polvorosa, mas que, alguns dias depois, ficará no passado e voltará
para debaixo do tapete. E só a menina e seus familiares mais próximos é que
terão que lidar com a dor que insistirá em permanecer ali por muito tempo.
Se você tem filhos, cuide muito bem deles! Saiba com quem se relacionam e aonde vão. Seja amigo e presente. Neste mundo, todo cuidado é pouco! Há muita gente má neste mundo; gente que vem colocando drogas em bebidas a fim de violentar vítimas dopadas.
Mais uma menina foi estuprada. Culpa
da mídia erotizada? Culpa dos pais que não souberam cuidar de uma garota de 13 anos que
frequentava lugares perigosos? Culpa dos bandidos insensíveis? Uma coisa é
certa: a culpa não é da vítima. Vítima é vítima. Crime é crime. A verdade é que todos somos vítimas de uma tragédia chamada pecado, que só
vai terminar quando seu originador e seus aderentes forem destruídos para
sempre. Até lá, infelizmente, muitas notícias terríveis irão nos deixar
alarmados e nos lembrarão dolorosamente de que nosso lar não é aqui, onde
mulheres e crianças são tratadas como objetos de prazer para ser desfrutadas
por arremedos de humanidade no coração dos quais o amor já foi embora faz
tempo.
Vem
logo, Senhor Jesus!
Michelson Borges