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Em
um artigo publicado na Scientific
Reports,[1] um grupo de pesquisadores da Universidade de Lund, na Suécia,
relata o resultado de experimentos realizados com morcegos de orelhas longas em
um túnel de vento. Ao contrário do que se imaginava, as grandes orelhas desses
animais não representam um obstáculo aerodinâmico durante seu voo, mas acabam
auxiliando a sustentação dos morcegos no ar. “Mostramos como o ar atrás do
corpo de um morcego de orelha longa acelera-se para baixo, o que significa que
o corpo e as orelhas fornecem elevação. Isso distingue os morcegos de orelha
longa de outras espécies que têm sido estudadas e indica que as orelhas grandes
não criam meramente forte resistência, mas também auxiliam o animal a
permanecer elevado”, diz Christoffer Johansson Wertheim.[2]
Além
disso, os pesquisadores conseguiram entender melhor a técnica de voo desses
morcegos em velocidades baixas: “Também encontramos um novo mecanismo que os
morcegos usam para gerar forças de impulso. Eles o usam em velocidades de voo
muito baixas. Essas forças de impulso são produzidas quando as asas estão
estendidas para longe do corpo, o que significa que elas se tornam muito boas
para manobras. [...] O controle de voo a baixas velocidades é bastante
desafiador. [...] Imaginamos que essa seja uma contribuição importante para os
mecanismos de controle em drones no futuro.”[2]
A
figura abaixo foi obtida no site da NASA[3] e descreve o problema “simples” das
forças agindo em um foguete durante seu voo. Como seria o conjunto de
equações que descreveria o voo dos morcegos estudados pelos pesquisadores de
Lund? A própria existência de leis físicas fundamentais, arranjadas segundo um
delicado ajuste fino que possibilite a existência da matéria e do universo, já
é um obstáculo tremendo à concepção materialista do mundo. A combinação dessas
leis fundamentais para compor uma obra-prima como o voo de um animal (tal qual
descrito na pesquisa) chega a ser um golpe de misericórdia.
No
livro Evolution: The Grand
Experiment, Carl Werner coletou entrevistas com diversos especialistas em
evolução de morcegos. A declaração seguinte deixa muito claro o estado das
coisas na atualidade: “Encontramos mais de 650-670 espécimes até agora [apenas
nesse local da Alemanha]. Não temos um registro fóssil de morcegos durante o
período Cretáceo. Isso significa que dependemos somente de especulação sobre
quando ela começou [a evolução dos morcegos] e o que aconteceu naqueles tempos”
(Dr. Joerg Habersetzer, especialista em evolução de morcegos, Senckenberg
Museum of Natural History, Frankfurt, Alemanha).[4]
(Dr. Rodrigo Meneghetti Pontes é professor Adjunto do Departamento de Química da Universidade Estadual de Maringá e vice-Presidente do Núcleo Maringaense da Sociedade Criacionista Brasileira [NUMAR-SCB]; conheça sua página Origem e Vida)
Referências:
[1] L. C. Johansoon, J.
Hakansson, L. Jakobsen, A. Hedenstrom, “Ear-body lift and a novel thrust
generating mechanism revealed by the complex wake of brown long-eared bats
(Plecotus auritus)”, Scientific Reports,
v. 6, p. 24.886, 2016.
[2]
Lund University, News and Press Releases, WATCH: How studying bats’ flight
technique could lead to drone development. ,
5/5/2016.
[3] NASA, Flight equations
with drag , 5/5/2016.
[4] C. Werner, Evolution: The Grand Experiment v. 1,
3rd ed., New Leaf Press, 2014 (Edição para Kindle, localização 1315).
Leia também: O milagre duplo da evolução dos morcegos