Acaso ou design inteligente? |
A
seleção natural precisou de uns dez milhões de anos [sic] para transformar um
herbívoro africano de pescoço modesto no portento zoológico que os seres
humanos batizaram de girafa, revela um novo estudo, o qual identificou vários
dos genes que estariam por trás da
metamorfose evolutiva do bicho. As alterações no DNA que podem ter dado às
girafas seu pescoço descomunal e seu coração incrivelmente potente, entre
outras características, foram flagradas graças a uma comparação entre o genoma
do bicho e o de seu [suposto] parente vivo mais próximo, o ocapi, que mede
apenas 1,5 m na altura do ombro (enquanto as girafas podem chegar perto de 6 m
de altura, com o pescoço correspondendo a mais de 2 m desse total) e também vive
na África. A
equipe de cientistas liderada por Douglas Cavener, da Universidade do Estado da
Pensilvânia (EUA), e Morris Agaba, do Instituto Africano de Ciência e
Tecnologia, na Tanzânia, publicou os resultados na revista científica Nature Communications.
É
a primeira vez que os genomas da girafa e do ocapi (ambos com cerca de três
bilhões de pares de “letras” químicas, tamanho similar ao do genoma humano) são
totalmente “soletrados”. Os pesquisadores usaram como base de referência o DNA
do boi, já relativamente bem conhecido, para facilitar a identificação de genes
das duas espécies africanas, que são parentes mais distantes dos bovinos.
Além
de estimar que as linhagens das girafas e dos ocapis divergiram (ou seja,
separaram-se evolutivamente) há 11,5 milhões de anos, e não há 16 milhões de
anos [segundo a cronologia evolucionista], como se acreditava anteriormente, os pesquisadores montaram uma lista de
genes que a seleção natural parece
ter favorecido de forma específica ao longo da evolução das girafas. [...]
Alguns
dos genes identificados, porém, talvez tenham uma função mais específica. É o
caso do FGFRL1, “o mais intrigante dos que identificamos”, diz Cavener. Genes
dessa família, segundo outros estudos, estão ligados a um desenvolvimento mais
prolongado das partes do embrião que são precursoras das vértebras. E é
justamente isso que os embriões de girafa fazem para ganhar seu pescoço longo:
em vez de adicionar mais vértebras a essa parte do corpo, eles têm o mesmo
número de vértebras que os demais mamíferos, só que as suas são maiores.
Outros
genes com mutações exclusivas das girafas, da família HOX, ajudam a especificar
a ação de outras moléculas do organismo em partes do esqueleto - no caso, a
coluna e as pernas. “A combinação dessas alterações pode ter trazido dois
ingredientes necessários para a evolução do pescoço e das pernas compridas das
girafas”, diz Cavener. [...]
Para
sobreviver e prosperar com seu pescoção, a girafa desenvolveu uma série de
adaptações únicas, como:
Sangue - Pressão
arterial duas vezes maior que a dos demais mamíferos, para poder bombear sangue
do coração para o cérebro em trajeto vertical de dois metros.
Força - Fortalecimento
dos ligamentos do pescoço com o tórax.
Gene FGFRL1 - Ajuda
a regular o tamanho das regiões do embrião que vão dar origem às vértebras.
Isso pode explicar como as girafas ficaram tão pescoçudas, já que elas têm o
mesmo número de vértebras que os demais mamíferos, mas as delas são mais largas.
Genes HOXB3, CDX4 e NOTO
-
Ajudam a estabelecer as posições específicas de cada parte do corpo durante o
desenvolvimento do embrião, como se fossem “genes Lego”. Teriam garantido que
só o pescoço – e não outras partes do corpo das girafas – encompridassem.
Nota:
Mutações aleatórias filtradas pela seleção natural dando origem a funções específicas? Dá para acreditar nisso? Se apenas um gene controla uma função especial, ele
deve ter surgido exatamente como é e
não pode ter mudado mais ao longo dos supostos milhões de anos. Dá para
acreditar nisso? “Para sobreviver e prosperar com seu pescoção, a girafa desenvolveu
uma série de adaptações únicas.” Dá para acreditar nisso? Essas “adaptações únicas”
são interdependentes e dificilmente a girafa sobreviveria sem uma delas; e
qualquer uma delas, sem as demais, seria inútil e desvantajosa. O que surgiu primeiro? Ou teriam todas essas “adaptações
únicas” aparecido ao mesmo tempo, num
passe de mágica? Dá para acreditar nisso? E eu que sou crente? Na verdade, há outras complexidades
irredutíveis no corpo da fantástica girafa (confira aqui), o que nos faz pensar
que ela é, de fato, fruto de um design inteligente e intencional, não resultado
da atuação do deus tempo-acaso. [MB]