A profecia bíblica é infalível |
Está
em todos os jornais: primeiro-ministro britânico renuncia e Reino Unido
abandona União Europeia. “Os britânicos votaram pela saída e sua vontade deve
ser respeitada”, afirmou David Cameron. As Bolsas na Ásia despencaram e os
mercados futuros da Europa e dos Estados Unidos também, antes mesmo de o
resultado oficial ser divulgado. A libra esterlina, moeda do Reino Unido, atingiu
o menor valor frente ao dólar em 31 anos. A opção de “sair” venceu por mais de um
milhão de votos de diferença. A decisão é histórica e tem potencial para mudar
o rumo da geopolítica mundial pelas próximas décadas. Há forte preocupação de
que o voto pela saída tenha um efeito dominó, com outros países organizando
consultas similares. Marine Le Pen, da extrema-direita francesa, afirmou que
seu desejo é que cada país faça uma votação popular sobre a pertinência da
União Europeia. Na Holanda, o chefe do Partido da Liberdade e membro do
Parlamento, Geert Wilders, escreveu: “Agora é a nossa vez! Hora de um referendo
holandês!”
Essa situação toda me fez viajar no tempo, mais de 20 anos atrás. Na
época, exatamente no dia 27 de outubro de 1990, eu havia apresentado o tema da
volta de Jesus no grupo de jovens católico do qual eu ainda fazia parte. Poucos meses antes, estudando as profecias
de Daniel pela primeira vez, havia me deparado com o relato impressionante do
capítulo 2, no qual a história da humanidade é esboçada por meio de uma estátua
formada por partes de metais diferentes: a cabeça de ouro, que representa
Babilônia; o peito e os braços de prata, símbolo dos medos e persas; o ventre
de bronze, que representa a Grécia; as pernas de ferro, símbolo do Império Romano;
e os pés de barro misturado com ferro (na verdade uma mistura imiscível),
representando a fragmentação do Império Romano e a formação das nações da
Europa que seriam em parte fortes, em parte fracas, e nunca mais se
reunificariam, a despeito de vários esforços históricos, como os de Napoleão e
Hitler, para mencionar apenas dois.
Conforme escreveu hoje Teresa de Souza, no portal
de notícias Público, de Portugal, “as divisões, a falta de confiança mútua, a
falta de coragem política, as vistas curtas apoderaram-se da Europa num grau
demasiado elevado para alimentar algum otimismo”.
Quando expliquei isso para meus amigos duas décadas atrás, muitos deles
expressaram incredulidade. Estávamos em plena fase 1 da União Econômica e
Monetária (UEM) e já havia ocorrido a liberalização completa dos movimentos de
capitais na União Europeia. Em dezembro do ano seguinte, o Tratado de
Maastricht seria assinado, instaurando a União Europeia e prevendo uma moeda
única no espaço de livre circulação de capitais. O tratado entrou em vigor em
1º de novembro de 1993. A unificação da Europa parecia fato consumado. E “minha”
interpretação da profecia, ilusão. Saí daquela reunião um tanto frustrado, mas
com a certeza de que a profecia era certa. Tanto que escrevi num papelzinho que
carrego até hoje dentro de minha Bíblia de estudos: “Hoje, 27/10/90, de acordo
com a profecia de Daniel 2, declaro que a Europa jamais se reunificará, como
prova do iminente retorno de Jesus Cristo.” O tempo passou rápido. A Europa não
se reunificou; a União Soviética caiu (sim, também sou desse tempo); e o
evangelho do reino está sendo pregado em todo o mundo, como testemunho a todas
as gentes, e então virá o fim (Mt 24:14).
Essa
desagregação europeia, a crise financeira decorrente desse e de outros fatores,
as ameaças terroristas, a aversão a todo tipo de fundamentalismo e a decadência
moral no mundo clamarão pela interferência de um líder moral, influente o
suficiente para conduzir as nações a uma falsa expectativa de paz (1Ts 5:3).
Bem,
para quem estuda as profecias bíblicas, o fim desse filme já é conhecido. Leia
sua Bíblia o quanto antes! Confira por si mesmo, como fiz lá nos anos 1990.
Além do mais, não quero ficar dando spoilers
por aqui. Por isso, vou dizer só mais uma coisa: o final será feliz!
Em
2012, publiquei em meu blog um texto do amigo Frank Mangabeira. Veja o que ele
escreveu na época: “Ouro, prata, bronze e ferro: cada metal da estátua a seguir
seu precedente é inferior. O poder humano está se desvanecendo na passagem dos
séculos, embora aparente uma ilusória força. Os pés do ídolo já não são metal
puro, e sim uma mistura de ferro com barro, denotando a debilidade e o iminente
fracasso da civilização atual. O poderio tecnológico, a força pensante expressa
na filosofia, o avanço e a arrogância do cientificismo, a suposta
espiritualidade – elementos condensados nas grandes conquistas tão proclamadas
pela raça humana – apresentam a aparência de ferro, mas estão fragilizados pela
argila. O mundo moderno se faz de forte e resistente como o duro metal; contudo
é evidente a sua fraqueza, especialmente nos campos moral e espiritual. As
tentativas de melhora e união, nestes últimos dias, vêm resultando em fracassos
contínuos. O homem, pobre barro, procura reafirmar-se sem Deus, esquecendo-se
de que ‘tu és pó e em pó te tornarás’ (Gn 3:19). O barro nos pés da
imperiosa estátua indica a falência do gênero humano, caso opte pela separação
do Criador.
“No
presente, na Terra ‘metalicamente’ dividida, as nações do mundo, sejam
poderosas ou não, lutam em combate para ver qual ficará em ascensão. Entre o
ouro da cabeça da estátua e a Pedra que inaugurará o
reino do Altíssimo, estamos nós. Nesse intervalo histórico nossas escolhas
definem nosso destino. Assim, em face do sonho profético dado a toda a
humanidade, resta a cada indivíduo posicionar-se diante da Pedra. Só existem
duas opções: ou cairemos sobre ela e nos despedaçaremos em arrependimento ou a
Rocha dos Séculos cairá sobre nós e nos esmiuçará. O desejo de Deus é o melhor.
Qual será o nosso? Nabucodonosor “caiu com o rosto em terra” (Dn 2:46) e
reconheceu a grandeza e o poder do Altíssimo. O humilde gesto real foi a mais
sábia e realista escolha. Expressaremos a mesma atitude ou nos manteremos
arrogantemente erguidos?”
“Certamente
cedo venho”! Esse é o aviso da Pedra que vem do céu, da Rocha eterna que breve
virá.
Michelson Borges