Ecumenismo de vento em popa |
A Igreja Católica está novamente em pauta. Na
semana em que estourou mais um caso de pedofilia, desta vez no Brasil,
estampado como matéria de capa da revista Veja,
o papa rejeitou uma doação milionária do presidente da Argentina para uma entidade
católica. O gesto gerou um grave incidente
político de repercussão internacional e tem feito os argentinos questionarem a
verdadeira relação de Jorge Mario Bergoglio com o presidente Mauricio Macri. O papa alegou dois motivos para a
recusa: (1) o valor é exagerado para um país que luta para sair da crise, e (2)
a cifra foi interpretada como provocação: 16,666 milhões de pesos argentinos. O
papa escreveu uma carta a fim de devolver o dinheiro, escrevendo em um
pós-escrito: “Eu não gosto do número 666.” E o Vatican Insider disse que “esses três últimos dígitos [666] pareceram
uma piada de mau gosto para Francisco, cujos passatempos quase desconhecidos
incluem acrósticos e numerologia”. Ou Bergoglio vestiu a carapuça de vez ou quer é se
afastar da identificação com o famigerado número apocalíptico. E vai saber o
que Macri tinha na cabeça ao decidir o valor da doação...
Também
nesta semana foi divulgado o encontro entre Francisco e um grupo de
pentecostais que foi ao Vaticano com o objetivo de manter o diálogo
contínuo sobre a visão do pontífice a respeito de Jesus e do cristianismo. Entre
dezenas de líderes evangélicos da América do Norte e da Europa, alguns dos
nomes que estiveram com ele são bem conhecidos: Mike Bickle, Che Ahn, Kris
Vallotton e Stacey Campbell, entre outros.
“A
reunião durou algumas horas. Eles nos deram a oportunidade de fazer perguntas.
O encontro foi muito caloroso e pessoal”, afirmou Bickle à revista Charisma. “Eu perguntei a ele
[Francisco] sobre o grave erro e engano do universalismo, o qual afirma que
‘todos os caminhos levam a Deus’. Essa ideia de que alguém pode ser salvo em
qualquer religião, sem receber a graça de Deus que só vem através de Jesus. Mas
ele me assegurou acreditar que Jesus é o único caminho da salvação.”
Bickle
diz que não se deu por satisfeito. “Jesus é o único caminho para a salvação?”,
insistiu. O papa Francisco respondeu de modo “muito forte” que Cristo é o único
Salvador do mundo e enfatizou seu amor por Jesus e pelas Escrituras.
O
líder da IHOP perguntou então sobre as declarações polêmicas do pontífice sobre
os muçulmanos e membros de outras religiões também serem “filhos de Deus”.
O papa respondeu a ele que estava se referindo ao fato de que todos os seres
humanos são filhos do Criador e filhos de Adão, mas não “filhos da redenção”. O
líder mundial dos católicos assegurou ao grupo de pastores que é preciso que as
lideranças católicas valorizem mais a fé dos crentes protestantes.
Stacey
Campbell, que ficou conhecida no Brasil por causa de uma profecia sobre as
mudanças políticas no país, contou que já havia se encontrado com
Francisco em 2007, quando ele ainda era o bispo Jorge Bergoglio da Argentina.
Na ocasião, ela afirma que profetizou que ele seria o novo papa e que essa aproximação com o Vaticano eram parte
de um mover de Deus.
Também foi
divulgado que o papa gravou um vídeo que será apresentado durante o evento
Together 2016, que acontecerá em
julho em Washington. Esse evento promete reunir um milhão de cristãos na capital dos Estados Unidos para orar pelo
país. Entre os músicos confirmados estão o Hillsong United e o cantor Kirk
Franklin. Haverá cerca de 40 pregadores, sendo que a mensagem principal é a
necessidade de união do país.
Idealizado
pelo evangelista Nick Hall, o material de divulgação afirma: “Nossa esperança e
a ajuda de que precisamos são encontradas em Jesus, não em líderes políticos. Estamos nos reunindo para juntos buscarmos
a Deus, clamar por nossa nação e orar pela unidade. Nosso objetivo é reunir
os crentes para buscarem a Jesus e mudarmos nossa nação através da oração e
adoração.”
Será
a primeira vez que um pontífice participará (mesmo que por vídeo) de um evento
evangélico tão importante. Hall acredita que a decisão de Francisco é
“histórica e um testemunho da urgência e da necessidade dos seguidores de Jesus
em se unirem”.
No
ano passado, o Papa Francisco realizou um encontro público na Praça de São
Pedro, reunindo lideranças evangélicas, católicas e judaicas para orarem
juntos. Uma das apresentações musicais ficou a cargo de Darlene Zschech,
ex-líder de louvor da igreja Hillsong da Austrália.
(Com informações de UOL e
Gospel Prime)
Nota 1:
Cada vez mais o líder católico se “descola” das profecias que o identificam, é
reconhecido como autoridade incontestável pelos evangélicos e outros religiosos
que vivem indo ao Vaticano beijar-lhe a mão, e promove a aceleração do
ecumenismo, que ganhará ainda mais força com esse grande evento sediado
justamente onde? Nos Estados Unidos da América de Apocalipse 13. Dias
solenes estes! [MB]
Nota 2: Para
os evangélicos, num tom conciliador, o papa diz que Jesus é o único salvador. Ocorre
que um dos dogmas católicos diz que “ninguém será salvo se, sabendo que a
Igreja foi divinamente instituída por Cristo, todavia não aceita submeter-se à
Igreja ou recusa obediência ao Romano Pontífice, vigário de Cristo na Terra” (trecho
de uma Carta do Santo Ofício, escrita sob a autoridade de Pio XII). E o papa
Francisco também já disse que somente a Igreja Católica pode interpretar as
Escrituras (confira). Ninguém se iluda... [MB]