Nem o corpo aceita a morte |
Os
biólogos moleculares Peter Noble e Alex Pozhitkov publicaram os resultados
de uma pesquisa indicando que mesmo depois da morte
centenas de genes começam a funcionar e essa atividade toda continua por pelo
menos 48 horas. Para chegar a essa conclusão os biólogos acompanharam a
atividade nuclear das células de peixes-zebra e camundongos assim que esses
animais foram mortos. A concentração de RNA mensageiro foi monitorada por dois
dias. Como já se esperava, RNA mensageiro diminuiu progressivamente na imensa
maioria dos genes. No entanto, algumas centenas de genes tiveram picos post mortem. Alguns desses genes ativados post
mortem têm relação
com o desenvolvimento do feto, e se desligam assim que se inicia o
trabalho de parto. Isso quer dizer que algo que era importante no
desenvolvimento fetal volta a funcionar assim que morremos. Outra descoberta interessante
foi que alguns desses genes ativados depois da morteestão relacionados ao
câncer.
Na
verdade, um artigo de 2013, publicado na Forensic
Science International, revelou que alguns genes ficam ativos por pelo
menos 12 horas após a morte em humanos que foram mortos por trauma múltiplo,
ataque cardíaco ou asfixia. Os cientistas acreditam que muitos desses
genes estejam envolvidos numa espécie de operação de ressuscitação.
Mas aí vem a pergunta: Se não há vida, por que
tantos genes acordam após a morte? Os autores do estudo
acham que muitos destes genes são ativados como parte de processos
fisiológicos que ajudam na cura ou ressuscitação após uma grave lesão. Isso
quer dizer que após a morte algumas células podem ter energia suficiente para
alavancar os genes responsáveis por proteger o corpo em um processo
inflamatório, o mesmo que fariam se o corpo estivesse vivo.
Essa pesquisa, certamente, levanta
questões importantes sobre a definição de morte, normalmente dita como a
suspensão dos batimentos cardíacos, atividade cerebral e respiração. Além
disso, parece um pouco estranho que uma pessoa seja enterrada quando seus genes
ainda lutam por uma ressurreição...
Nota: Seria essa mais uma evidência de que não
fomos criados para morrer? Psicologicamente, o ser humano não se conforma com a
realidade da morte, mesmo depois de milênios de convivência com ela, e mesmo
ouvindo insistentemente que “a morte faz parte da vida”, ou que ela seria
necessária para o processo evolutivo. Conversa furada! Não nos conformamos com
morte porque fomos originalmente criados para ser eternos. A morte é uma
consequência do pecado (Rm 6:23), e ambos são intrusos neste planeta. Graças a Deus, num
futuro próximo, Ele vai destruir a morte (cf. Ap 21), e nossos genes e nossa
mente/nossos sentimentos não precisarão mais lutar contra ela. [MB]