Momentos importantes |
Fim
do expediente, já em casa e depois do jantar, o cansaço, enfim, bate, e é
quando as crianças perguntam: “Papai, mamãe, vocês querem brincar?” Difícil
encontrar quem responda ao convite afirmativamente e com empolgação genuína,
afinal, com a rotina corrida, é natural que os pais se sintam exaustos no fim
do dia, sem disposição para se sentar no chão e encarar uma partida de um jogo
ou uma rodada de faz-de-conta. Talvez se soubessem que apenas 15 minutos de
brincadeira com os filhos fazem toda a diferença para o seu desenvolvimento, esses
pais e mães agiriam diferente. De acordo com Priscila Cruz, especialista em
ensino e uma das fundadoras da OSCIP Todos pela Educação, o ato de brincar é
fundamental para que a criança desenvolva habilidades intelectuais e emocionais
essenciais no futuro. “Brincar ajuda a criança a ser criativa, a se comunicar,
a ter empatia pelos outros. A criança que brinca bastante tira notas melhores
ao longo da vida e tem uma série de outras consequências positivas em sua vida
adulta porque desenvolve o cérebro. Brincar traz competências sócioemocionais à
criança, e é um treino para a vida. Elas aprendem a lidar com as regras, a
entender seus limites físicos.”
Especialistas concordam que, atualmente, há uma série de obstáculos ao chamado “brincar livre”, quando a criança é a “dona” da brincadeira, inventando e modificando as leis do jogo, fantasiando. Para eles, o número elevado de compromissos nas agendas infantis, por exemplo, dificulta a ocorrência desses momentos de diversão, como explica Priscila. “Hoje a criança tem muito mais demandas, acrescentamos coisas à sua rotina que concorrem com o brincar e elas têm cada vez menos tempo. Além disso, há as telas da tecnologia, com tablets e celulares, que até trazem outras habilidades para eles, mas de uma maneira muito limitada. E há também a superproteção dos pais. As pessoas têm cada vez menos filhos, então os protegem com medo de perdê-los, porque são os únicos que elas têm.”
E é nessa lista que entra também a indisponibilidade dos pais. Uma pesquisa realizada em dez países com 12 mil pais de crianças entre cinco e 12 anos aponta que metade dos entrevistados diz não ter tempo para brincar ao ar livre com seus filhos. E, nas famílias consultadas, 84% das crianças brincam no máximo duas horas por dia, 40% brincam menos de uma hora, e 6% nunca brincam ao ar livre em um dia normal.
Consultor da Unicef e da Unesco e especialista em Políticas Públicas pela Primeira Infância, Vital Didonet reforça a importância do envolvimento da família nos momentos de brincadeira. “Muitos pais chegam em casa estressados e querem ter eles próprios o seu lazer. Mas esse é um ônus da paternidade e da maternidade, e os pais e mães têm que renunciar a isso. Eles precisam brincar nem que seja por 15 minutos, mas que seja se entregando ao momento. O adulto também vai descansar, desde que não considere aquilo um dever.”
Para Didonet, é papel dos pais também tomar a iniciativa de apresentar alternativas de brincadeiras que não passem pela tecnologia, especialmente quando 84% das crianças brasileiras dizem preferir um tablet a brincar ao ar livre, como mostrou o levantamento.
Especialistas concordam que, atualmente, há uma série de obstáculos ao chamado “brincar livre”, quando a criança é a “dona” da brincadeira, inventando e modificando as leis do jogo, fantasiando. Para eles, o número elevado de compromissos nas agendas infantis, por exemplo, dificulta a ocorrência desses momentos de diversão, como explica Priscila. “Hoje a criança tem muito mais demandas, acrescentamos coisas à sua rotina que concorrem com o brincar e elas têm cada vez menos tempo. Além disso, há as telas da tecnologia, com tablets e celulares, que até trazem outras habilidades para eles, mas de uma maneira muito limitada. E há também a superproteção dos pais. As pessoas têm cada vez menos filhos, então os protegem com medo de perdê-los, porque são os únicos que elas têm.”
E é nessa lista que entra também a indisponibilidade dos pais. Uma pesquisa realizada em dez países com 12 mil pais de crianças entre cinco e 12 anos aponta que metade dos entrevistados diz não ter tempo para brincar ao ar livre com seus filhos. E, nas famílias consultadas, 84% das crianças brincam no máximo duas horas por dia, 40% brincam menos de uma hora, e 6% nunca brincam ao ar livre em um dia normal.
Consultor da Unicef e da Unesco e especialista em Políticas Públicas pela Primeira Infância, Vital Didonet reforça a importância do envolvimento da família nos momentos de brincadeira. “Muitos pais chegam em casa estressados e querem ter eles próprios o seu lazer. Mas esse é um ônus da paternidade e da maternidade, e os pais e mães têm que renunciar a isso. Eles precisam brincar nem que seja por 15 minutos, mas que seja se entregando ao momento. O adulto também vai descansar, desde que não considere aquilo um dever.”
Para Didonet, é papel dos pais também tomar a iniciativa de apresentar alternativas de brincadeiras que não passem pela tecnologia, especialmente quando 84% das crianças brasileiras dizem preferir um tablet a brincar ao ar livre, como mostrou o levantamento.
Na
visão de Priscila, além da influência sobre a saúde mental e o desenvolvimento
da criatividade das crianças, brincar também é indispensável porque é nos
momentos lúdicos que os pequenos vão treinar seu papel na sociedade dos
adultos. Há pais que protegem os filhos inclusive na hora de brincar. Mas eles
se esquecem de que o erro é superimportante para a criança aprender. Ninguém é
criativo sem ter errado antes.”
Nota:
Brincar com os filhos é sempre um desafio para pais atarefados. Outra
necessidade que os pais têm é de fazer exercícios físicos. E o tempo para tudo
isso? O vídeo abaixo traz uma sugestão.[MB]