Casal Berti: vidas transformadas |
Meu
nome é Lucinei Bongiolo Berti, tenho 43 anos, sou casado com Joselina Pegoretti
Berti há praticamente 25 anos, e temos dois filhos lindos e amorosos: Bárbara
(23 anos) e Mateus (18 anos). Moramos em Indaial, SC, cidade próxima a
Blumenau. Queremos partilhar com você as mudanças ocorridas em nossa vida, a
fim de motivar outras pessoas para que conheçam a verdade e, por meio da Bíblia
e seguindo as orientações de Deus e os exemplos deixados por Jesus Cristo, encontrem
a verdadeira felicidade. Sempre fomos católicos praticantes e atuantes em nossa
comunidade. Viemos de uma família tradicional católica. Eu, em particular, com
11 anos, me apaixonei pela vida e os caminhos de Jesus e resolvi segui-los. Mas
ocorreram alguns fatos e, anos depois, a história começou a mudar.
Eu
era o coordenador da Paróquia Nossa Senhora de Fátima, e também da minha
comunidade Sagrado Coração de Jesus. Também era ministro da Palavra, além de
desempenhar outras funções. Queria me preparar para fazer um bom trabalho.
Sentia o chamado forte de Deus. Mas a fé sem obras é vã. Queria primeiro fazer
algumas “obras”, e depois me dedicar ao Diaconato.
Tínhamos
uma atividade intensa na comunidade e na Paróquia. Toda a família: minha esposa
era tesoureira, ajudava na liturgia, fazíamos parte do grupo de canto,
coordenávamos as instruções e os encontros de coroinhas em nível de Paróquia e
Diocese. Participávamos dos grupos de reflexão, enfim, se havia uma função pastoral,
estávamos participando.
Nossos
filhos nos acompanhavam em tudo. A Bárbara era catequista e o Mateus, coroinha.
E ambos participavam de teatros (Páscoa e Natal) e dos grupos de Infância
Missionária.
Somos
uma família de classe média, mas temos origem humilde. Com muito esforço, minha
esposa e eu estudamos e nos formamos. Procuramos sempre ser um diferencial
dentro das empresas nas quais trabalhamos. Sou técnico em eletrônica e minha
esposa é técnica de segurança do trabalho, e posteriormente concluiu o ensino superior
em Sistemas de Informação (Informática). Sempre fomos muito dedicados à família
e aos filhos. Sempre fizemos atividades juntos: férias, lazer, etc. Para nós a família
é muito, mas muito importante.
Assim,
minha esposa e eu vencemos pelo conhecimento profissional, almejamos o mesmo
para nossos filhos e sempre pensamos em colocá-los em um colégio particular. Como
não tínhamos renda suficiente, fomos adiando isso até o ano de 2007, quando
procuramos o melhor colégio da cidade, o Colégio Adventista de Indaial (Cadi),
e matriculamos nossa filha Bárbara na 8º série. Posteriormente, em 2010, matriculamos
o Mateus, na 7º série. Começaram aí, sem querer, sem planejar, as mudanças em
nossa vida.
Nossos
filhos, como sempre foram envolvidos e gostavam de participar em tudo o que
tinha ligação com Jesus Cristo e a Bíblia, passaram a fazer estudos bíblicos,
se envolveram nas atividades do colégio, conversavam com os pastores, com o capelão,
etc. Não percebemos o que estava por vir. As mudanças incríveis que
experimentaríamos! Deus começava a colocar em prática o projeto dEle.
Pouco
depois, aconteceu um fato marcante para nós. Assumiu um novo pároco na
comunidade e as coisas começaram a mudar. Muitas pessoas reclamavam de certas
atitudes dele. Infelizmente, ele espalhou muitas ovelhas que estão perdidas até
hoje. Mas ninguém tinha coragem de falar com o bispo. Quem ia reclamar com o pároco,
ele afastava do cargo ou da função.
Depois
de refletir muito, redigi uma carta e enviei-a ao bispo. Das onze comunidades,
coletei assinaturas de oito, e entreguei a carta ao bispo da Diocese de
Blumenau. Após receber a carta, ele marcou uma reunião geral com as lideranças
de todas as comunidades, sem a presença do pároco. Essa reunião deu o maior “bafafá”.
O bispo veio e o salão paroquial ficou lotado. Ele ouviu a todos.
Alguns
dias depois dessa reunião, o pároco marcou outra reunião em nossa comunidade, para
tratar de algumas mudanças que ele queria promover. Toda a liderança da
comunidade rejeitou as propostas e houve até discussão. Foi uma confusão
tremenda, com muitas ofensas de ambas as partes.
Depois
disso, o padre me afastou da comunidade, juntamente com minha família e outros
membros, ministros, etc. Afastou todo o pessoal e formou uma nova coordenação. Decidimos
parar e refletir sobre qual era a mensagem que Deus tinha para nós; o que Deus
queria de nós. Eu estava perplexo. Foi um momento muito difícil. Mas nunca nos
afastamos da Fonte: Deus. Começamos a frequentar as missas na comunidade do
centro da cidade, com outro padre. Mas isso era pouco para a Josi e, principalmente,
para mim. Sempre quis estar bem perto de Cristo, seguir o caminho dEle. Mas faltava
algo... Eu me colocava à disposição e ninguém me acolhia. Achei isso tudo muito
estranho.
Certa
vez, eu disse em minhas orações: “Deus, ou Tu me dizes logo o que queres, ou...
olha... olha. Sei que a messe é grande e poucos são os operários, e eu aqui, ‘dando
sopa’, querendo ajudar, e nada.” Foi um momento de grande reflexão. Dizia para
minha esposa: “Se me chamarem para limpar o banheiro, eu vou correndo. Gosto muito
de ajudar. Faço leituras, comentários, canto, etc., etc. E nada.”
No
meio dessa turbulência, aconteceu algo que na época chamei de “punhalada”, mas
que hoje chamo de bênção. Nossa filha se converteu à Igreja Adventista do
Sétimo Dia, e meu mundo caiu. Até ameacei de me matar. Ela disse que eu estava cego
e que não tinha volta. Disse que havia conhecido a Verdade. Revoltei-me tanto,
tanto, tanto! A revolta não cabia dentro de mim. Mas a minha fé e as orações continuavam,
e também sei que muita gente orava por mim.
Minha
“carta de suicídio” estava pronta. Sério! Queria dar um fim a tudo aquilo. Nessa
carta eu pedia perdão apenas para meus pais e para minha esposa. Eu não
aguentava mais tanta desilusão. Acusava o mundo e, sobretudo, a Igreja
Adventista. Tudo porque matriculei meus filhos no Colégio Adventista. Só que ainda
vinha mais uma dor pela frente: percebemos que o Mateus estava seguindo o mesmo
caminho da Bárbara. O menino estudava a Bíblia quase todos os dias. “Ah”, eu
disse, “tem algo errado aí!” Não paravam de chegar estudos bíblicos gratuitos
pelo correio. Era um para a Bárbara e um para o Mateus. A Josi e eu colocamos o
Mateus na parede: “Tu não vais fazer que nem a Bárbara e mudar de religião! Tu
tens um pai e uma mãe. Temos uma tradição. Olha a vergonha que vamos passar.”
Ele
disse palavras duras, na época: “Vergonha por que conheço mais do que vocês a
Bíblia e a vida de Jesus?”
Mas
ele fez um propósito: “Pai, mãe, vocês confiam no poder da oração? Vocês
confiam em Deus?” “Mas é claro. É claro que sim”, respondemos.
Então
ele pegou a Bíblia dele, abriu-a, nos demos as mãos e ele orou: “Pai, ilumina
minha decisão, ilumina minha vida, dá-nos o dom do discernimento para entender
a Tua Palavra. Dá-nos a coragem de estudar a Tua Palavra, e que meu pai e minha
mãe estudem comigo e tirem as suas dúvidas. Te pedimos em nome de Jesus, amém.”
Nós
três colocamos a mão em cima da Bíblia e dissemos “Amém”. Um amém sincero, um
olhando nos olhos do outro. Talvez um “amém” que eu nunca tivesse dito antes.
Parece que Jesus, o próprio Deus estava ali entre nós. E estava.
Percebemos
a cada dia que passava que o Mateus estava se envolvendo nas atividades da
Igreja Adventista, e a cada dia ele estava mais decidido a ser batizado. Mas
não me dei por vencido. Pensei assim: “Vou pegar o ponto fraco desses adventistas,
puxar o tapete, dar uma rasteira, e tudo voltará ao normal.” E minha esposa e
eu começamos a estudar.
Em
novembro de 2015, comecei a pesquisar sobre a Igreja Adventista do Sétimo dia –
como funciona, como começou, o que pregam, qual a doutrina, quando se reúnem,
por que não comem carne de porco, por que respeitam o sábado, por que não consomem
bebidas alcoólicas, etc., etc. Mas, ao mesmo tempo, foi um momento de reclusão,
e perguntávamos: “O que Deus quer de nós? Demos tanto amor para nossos filhos.
O que deu errado na educação que demos a eles?”
Incentivados
por nossos filhos, começamos a ler e a conhecer a “cultura adventista” por meio
de DVDs, artigos e da TV Novo Tempo. Certo dia, assistimos ao DVD “Respostas”, do
pastor Ivan Saraiva, e as coisas começaram a ficar mais claras. Em seguida,
ouvimos o CD do Cid Moreira, “Verdades Bíblicas”. E começamos a ter um desejo
ardente de conhecer mais e mais a Bíblia. Então eu disse para a Josi: “Não tem
jeito. Temos que ouvir nossos filhos. Vamos estudar a Bíblia e ver quem está
certo e quem está errado.”
Em
dezembro de 2015, fomos visitar meus pais em Criciúma, e como era fim do ano,
estaria pregando na Igreja Adventista Central o meu amigo e hoje pastor
Michelson Borges. Somos amigos de longa data, estudamos juntos na 5º e na 6º
séries do ensino fundamental, e na juventude participamos de um grupo de jovens
católico, do qual o Michelson foi convidado a se retirar por ter se convertido ao
adventismo. Decidimos manter um contato mais intenso com ele, e como o
Michelson é uma pessoa a quem admiro muito, pedimos algumas orientações e
começamos a fazer nosso primeiro estudo bíblico, por e-mail.
Resolvemos
amar ainda mais nossos filhos e nos aproximar deles. Eles nos convidavam para
ir aos cultos e nós aceitávamos. Começamos a nos sentir muito bem, pois
entramos em uma igreja sem estátuas, sem imagens, que só fala de Jesus e que
abre a Bíblia para que todos a leiam. O Mateus foi batizado em março deste ano.
Quem
nos ajudou a conhecer a Palavra de Deus e nos convencer da verdade, primeiramente,
foram nossos filhos Bárbara e Mateus, e, em seguida, foram importantes os
pastores Ivan Saraiva, Luís Gonçalves, Leandro Quadros e Michelson Borges.
Minha
esposa e eu estamos a cada dia procurando respostas e nos aprofundando no
conhecimento bíblico para estar cada vez mais preparados para a segunda vinda
de Jesus Cristo. Infelizmente, a Igreja Católica segue as tradições e as leis
dos homens, não a Lei de Deus. Em fevereiro deste ano, deixamos de consumir
bebidas alcoólicas e de comer carnes imundas, e iniciamos as mudanças
necessárias para que a restauração seja total: física, mental e espiritual. Mudamos
completamente nossos hábitos alimentares e começamos a fazer atividades
físicas. Já estamos colhendo os frutos disso: exames médicos revelaram que estamos
com a saúde praticamente perfeita, diferentemente de antes!
Por
meio do estudo da Palavra de Deus, decidimos seguir as orientações do Senhor e
ser batizados por imersão, na Igreja Adventista do Sétimo dia. Nosso batismo
está marcado para o dia 17 de setembro, em Indaial, SC. E seremos batizados pelo
nosso amigo, o pastor Michelson.
Versos
bíblicos muito significativos para nós: “E conhecereis a verdade, e a verdade
vos libertará” (João 8:32). “Se desviares o teu pé do sábado, de fazeres a tua
vontade no Meu santo dia, e chamares ao sábado deleitoso, e o santo dia do
Senhor, digno de honra, e o honrares não seguindo os teus caminhos, nem
pretendendo fazer a tua própria vontade, nem falares as tuas próprias palavras,
então te deleitarás no Senhor” (Isaías 58:13).
Estamos
muito felizes; uma felicidade jamais sentida antes! Nossa comunhão com Deus tem
aumentado; lemos diariamente a Bíblia e passamos com isso a ter intimidade com
Deus. Nesse novo proposito de vida estamos cada dia mais prontos para servir ao
Senhor e cumprir os planos que Ele tem para cada filho. Queremos assumir nossa missão!
Queremos mostrar ao mundo que somos seguidores de Jesus, indo na contramão da sociedade,
se preciso for.
(Lucinei
Bongiolo Berti, Indaial, 26 de agosto de 2016)