Força total ao ECOmenismo |
Em
sua mensagem para o “Dia Mundial de Oração para o Cuidado da Criação”, na quinta-feira,
o papa Francisco disse que o aquecimento global causado pelo ser humano, bem
como a perda de biodiversidade são “pecados” contra Deus, que devem ser expiados
com atitudes ecológicas. “O aquecimento global continua, em parte, devido à
atividade humana”, disse Francisco, acrescentando que “2015 foi o ano mais
quente já registrado, e 2016 provavelmente será ainda mais quente. Isso está
levando a secas cada vez mais severas, inundações, incêndios e eventos
climáticos extremos. A mudança climática também está contribuindo para a crise
de refugiados de cortar o coração”. Repetidamente citando o Patriarca Ecumênico
Bartolomeu, que tem “coragem e profeticamente continuou a apontar nossos
pecados contra a criação”, Francisco fez sua nova lista de pecados ambientais,
que inclui poluição, aquecimento global e desmatamento.
Durante
este Ano Jubileu, “vamos aprender a implorar a misericórdia de Deus para os
pecados contra a criação que não temos até agora reconhecido e confessado”, disse
Francisco, propondo que os cristãos precisam se submeter a uma “conversão
ecológica”. Se nossa “conversão ecológica” for real, disse o papa, ela levará a
formas concretas de pensar e de agir com mais respeito à criação.
No
e-mail abaixo, postado pelo jornalista Azenilto Brito em sua página no
Facebook, pode-se ver que o apelo ECOmêmico trem sido forte também entre os
evangélicos:
“Todos
os anos, a Rede Ambiental Evangélica e os Jovens Evangélicos para a Ação
Climática unem cristãos de todo o mundo para celebrar o Dia Mundial de Oração
Pela Criação de Deus, em 1º de setembro. [...] Acreditamos que a oração é
essencial para a ação e compreensão sobre como a Santíssima Trindade nos quer cuidando
do mundo de Deus. [...] O Patriarcado Ecumênico há muito tempo designou 1º de
setembro como um dia de oração pela criação de Deus, e em 2015 o papa Francisco
deu apoio e uniu-se ao chamado por um Dia Mundial de Oração Pelo Cuidado da
Criação pela Igreja Católica. A Igreja Ortodoxa Russa também determinou 1º de
setembro como o Dia de Oração Pela Criação de Deus.
“Como
evangélicos, aplaudimos esses passos de nossos irmãos e irmãs ecumênicos e
afirmamos que o primeiro dia de setembro é um dia de oração pela criação de
Deus e todas as pessoas de boa vontade. Os evangélicos estão se firmando sobre
a Resolução de 2015 da Associação Nacional de Evangélicos que se Preocupam com
a Criação de Deus, o Compromisso da Cidade do Cabo, de 2010, derivado do
Movimento de Lausanne para a Evangelização Mundial, co-fundado por Billy Graham
e John Stott, bem como a Iniciativa Climática Evangélica, de 2006. Esta página
é oferecida para ajudar aqueles que gostariam de participar com os outros ou
por si neste dia de oração, sabendo que milhares e milhares ao redor do mundo
também vão estar orando. Nós lhe convidamos a se juntar a nós e a milhares de
outros ao redor do mundo em oração na quinta-feira, 1º de setembro de 2016.”
Iniciativas
desse tipo são positivas, sem dúvida, mas o fato é que na Bíblia já temos uma
provisão divina para a preservação da natureza – o princípio do sábado, quando
todas as atividades seculares deveriam ser paralisadas para o benefício dos
filhos de Deus, o que, consequentemente, incluirá benefícios para toda a
criação. Portanto, o princípio do sábado representa uma iniciativa semanal e não anual com tal preocupação também em vista.
Se
as citadas iniciativas são positivas, elas também são preocupantes, pois já há
vozes que têm entendido o valor de se parar tudo um dia por semana, com ideias
de até impedir a circulação de veículos nesse “dia ecológico”. Recordo-me como
na década de 70 houve situações que também levaram governos, no Brasil e em outras
terras, a determinar o fechamento de postos de gasolina aos domingos. As
condições e a motivação para isso na época eram diferentes, mas parece até um “ensaio”
de propostas semelhantes hoje em dia, em que essa paralisação aos domingos vai
parecendo mais e mais atraente por autoridades mundiais, pensando-se em
beneficiar o homem, as famílias e o equilíbrio ecológico.
No
dia 31 de maio de 1998, o papa João Paulo II deu a público a volumosa Carta Pastoral
Domini Dies [Dia dos Senhor], com
cerca de 40 páginas, na qual faz um apaixonado apelo em prol do reavivamento da
observância do domingo, especialmente visando à assistência à missa dominical.
O papa estava bem ciente de que a crise na guarda do domingo reflete a crise da
Igreja Católica e do cristianismo em geral. A “surpreendente redução” da
assistência aos serviços litúrgicos dominicais reflete, na visão do papa, o
fato de que a fé está “enfraquecida” e “se reduzindo”. Se a tendência não for
revertida, poderá ameaçar o futuro da Igreja Católica, no limiar do ano 2000. O
papa declara: “O dia do Senhor tem estruturado a história da igreja através de
dois mil anos.”
No
mesmo documento, o papa apela aos católicos por todo o mundo para influenciarem
seus legisladores para “defenderem” o dia de domingo em benefício das famílias.
Campanhas e mais campanhas têm sido lançadas para o fechamento de instituições
comerciais aos domingos por várias terras. Ultimamente, essa motivação
ecológica vem-se somar a tais iniciativas de longa data. Não deixa de ser um
fato muito significativo.
Como
disse o Dr. Samuele Bacchiocchi, em artigo em que analisou o documento papal,
“a preocupação do papa é legítima porque os cristãos que ignoram o Senhor no
dia que eles chamam de ‘dia do Senhor’, finalmente ignorarão a Deus em todos os
dias de sua vida. Essa tendência, se não revertida, pode significar a ruína do
cristianismo. A solução para a crise deve ser buscada, todavia, não mediante
apelos ao Estado para legislar sobre o dia de descanso e adoração, mas
convocando os cristãos a viver de acordo com os princípios morais dos Dez
Mandamentos. O quarto mandamento convoca especificamente o cristão a se lembrar
do que muitos se têm esquecido, isto é, que o sétimo dia é santo ao Senhor nosso
Deus (Êx 20:8-11). O papa reconhece que o sábado bíblico do sétimo dia é ‘uma
espécie de arquitetura sagrada de tempo que assinala a revelação bíblica’. O
desafio é ensinar ao mundo essa vital verdade bíblica”.
E
encerra seu artigo declarando: “Nossa angustiada e inquieta sociedade necessita
redescobrir o sábado como ‘sagrada arquitetura de tempo’, que pode edificar e
estabilizar nossa vida e nosso relacionamento com Deus. Num tempo em que muitos
estão buscando paz interior e descanso nas pílulas mágicas ou lugares
ficcionistas, o sábado nos convida a achar essa paz íntima e o descanso, não
por meio de comprimidos ou lugares, mas por meio da pessoa de nosso Salvador,
que disse: ‘Vinde a Mim e Eu vos aliviarei’ (Mt 11:28).”
(Com informações de Fulcrum 7 e Azenilto Brito, via Facebook)