A Bíblia já desaconselhava... |
Concentrações
elevadas de toxinas ligadas a doenças neurodegenerativas foram detectadas nas
barbatanas e nos músculos de dez espécies de tubarões comercializados para
alimentação humana. Pelas concentrações encontradas, a equipe da Universidade
de Miami (EUA) sugere a restrição do consumo da carne de tubarão, com
benefícios positivos para a saúde dos consumidores e para a conservação dos
animais, uma vez que várias das espécies analisadas no estudo estão ameaçadas
de extinção devido à pesca excessiva. As amostras de barbatanas e de tecido
muscular, coletados de dez espécies de tubarões encontradas nos oceanos
Atlântico e Pacífico, foram analisadas para as concentrações de duas toxinas -
mercúrio e BMMA (beta-N-metilamino-L-alanina). “Estudos recentes têm ligado a BMAA
a doenças neurodegenerativas, como a doença de Alzheimer e a esclerose
lateral amiotrófica (ELA)”, disse a Dra. Deborah Mash, coordenadora do estudo.
Os
resultados mostraram concentrações de mercúrio e BMAA nas barbatanas e nos
músculos de todas as espécies de tubarão analisadas em níveis que podem
constituir uma ameaça para a saúde humana, relatam os pesquisadores. Além
disso, ainda que tanto o mercúrio quanto a BMAA isoladamente representem um
risco para a saúde, em conjunto eles podem ter impactos tóxicos sinérgicos,
aumentando a neurotoxicidade para o ser humano.
Alimentos
à base de tubarão - incluindo as barbatanas, cartilagem e carne - são
amplamente consumidos na Ásia e globalmente em comunidades asiáticas, como uma
iguaria e como um elemento da medicina tradicional chinesa. Entre os
ocidentais, é mais comum o consumo de suplementos dietéticos contendo
cartilagem de tubarão.
O
estudo foi publicado na revista Toxins.