segunda-feira, setembro 12, 2016

Qual a melhor tradução da Bíblia?

A Palavra de Deus
Quando era adolescente, minhas leituras se resumiam basicamente a histórias em quadrinhos de super-heróis e livros de ficção científica. Você imagina como foi difícil gostar de ler a Bíblia? Mas, quando tinha 18 anos, passei por uma experiência de conversão, passei a amar Jesus, meu Salvador e Senhor, e me tornei adventista do sétimo dia. Descobri o tesouro que é a Palavra de Deus e passei a lê-la todos os dias, um hábito que mantenho há mais de 20 anos. Na verdade, hoje não consigo passar um dia sem ler um pouco da Bíblia Sagrada. Essa leitura me alimenta, me enche de esperança, me aproxima de Deus. E foi Ele quem mudou meus gostos, nessa e em outras áreas. Passei a considerar palha as leituras que me encantavam no passado. Meu conselho é que você experimente conhecer a Bíblia. Antes de lê-la, faça uma oração sincera pedindo a Deus que o mesmo Espírito Santo que inspirou os autores sagrados o ajude a compreender a mensagem que você está lendo. Tenho certeza de que isso fará grande diferença em sua vida, como fez e tem feito na minha.

Quando as pessoas despertam para a leitura e o estudo da Bíblia, entre as perguntas que surgem, uma é esta: Qual a melhor tradução? Sim, porque os livros da Bíblia foram originalmente escritos em hebraico, aramaico e grego. Segundo o professor de teologia Emilson Reis, as primeiras porções da Bíblia em português surgiram por volta de 1280. A história mostra que alguns reis de Portugal e seus familiares se empenharam para que pelo menos alguns livros bíblicos fossem traduzidos e divulgados. Quase todas essas traduções se basearam na Vulgata Latina e eram livros do Novo Testamento. Então quais são as principais traduções completas da Bíblia na língua portuguesa? Vamos lá.

Versão Almeida – João Ferreira de Almeida nasceu em Portugal, em 1628. Quando tinha doze anos de idade, a família se mudou para o sudoeste da Ásia. Com quatorze anos, leu um folheto em espanhol sobre as diferenças da cristandade e converteu-se do catolicismo à fé evangélica. Um ano depois, já era pregador. Com dezesseis anos, começou a tradução do Novo Testamento do espanhol para o português e a concluiu no ano seguinte. Almeida estudou Teologia e tornou-se pastor. Com vinte anos de idade, recomeçou a tradução. Conhecia o grego e o hebraico e, portanto, se valeu dos manuscritos dessas línguas, baseando-se no Textus Receptus, do grupo bizantino, mas também influenciado pela edição de Beza, que pertence aos “manuscritos ocidentais”. Além disso, consultou diversas outras traduções europeias. Em 1681, foi publicado o Novo Testamento completo. Logo após, ele começou a traduzir o Antigo Testamento, mas não conseguiu concluir, falecendo em 1691. Anos depois, em 1694, um pastor holandês Jacobus Op Den Akker, completou o trabalho, mas apenas em 1751 foi publicada a Bíblia completa, em dois volumes, na Batávia. Ao longo do tempo, a tradução de Almeida passou por revisões e atualizações, feitas por grupos de sábios e especialistas, mas as Bíblias protestantes ainda conservam o nome de João Ferreira de Almeida como uma homenagem à importante obra de tradução que ele realizou.

Edição Revista e Corrigida – Próximo ao final do século 19, surgiu o anseio de abrasileirar, pelo menos um pouco, o português lusitano da Bíblia de Almeida, atualizando a grafia e algumas expressões arcaicas. Feito esse trabalho, pela Sociedade Bíblica Britânica e Estrangeira, foi lançada em 1898 a Edição Revista e Corrigida. Essa tradução conservou o estilo e muito do vocabulário empregados originalmente por Almeida e foi revisada de modo mais significativo em duas ocasiões, 1969 e 1995.

Edição Revista e Atualizada – Devido ao rápido avanço da cultura nos campos da geografia, arqueologia, história e linguística, o que lançava novas luzes sobre a Bíblia – que incluía a descoberta de manuscritos bíblicos melhores do que aqueles que estiveram à disposição de Almeida – e às modificações pelas quais passava a língua portuguesa, surgiu a necessidade de uma nova tradução, mais condizente com a realidade dos cristãos brasileiros que viviam em meados do século 20. Por isso, em 1943, as Sociedades Bíblicas Unidas (organização que foi posteriormente substituída pela Sociedade Bíblica do Brasil) criaram uma Comissão Revisora, composta por cerca de 30 especialistas provenientes das várias confissões evangélicas que atuavam no país, a qual trabalhou intensamente durante treze anos (1946-1959), após os quais ofereceu ao povo brasileiro a Edição Revista e Atualizada. Em 1992 surgiu o que se convencionou chamar de 2ª edição, em decorrência de uma revisão mais profunda – que incluiu um acurado aperfeiçoamento de pontuação e de concordância, e até uma nova tradução em pouquíssimos casos.

Versão Figueiredo – Feita pelo padre Antônio Pereira de Figueiredo, natural de Portugal. Gastou dezoito anos para prepará-la e baseou-se na Vulgata Latina. Por ser mais culto que Almeida, a linguagem que empregou era superior. A primeira edição do Novo Testamento foi impressa em 1778, e em 1790, o mesmo ano em que concluiu a tradução do Antigo Testamento, foi publicada a Bíblia inteira, em 23 volumes. Essa foi a primeira tradução católica de toda a Bíblia para a língua portuguesa. Posteriormente, foi, também, a primeira Bíblia completa impressa no Brasil, o que ocorreu em 1864. Essa tradução foi bem recebida tanto por católicos quanto por protestantes e por leitores portugueses e brasileiros.

Versão Matos Soares – Essa versão, realizada pelo padre Matos Soares, tem o texto vertido a partir da Vulgata Latina, o qual é acompanhado por notas explicativas. Tendo sido editada originalmente em Portugal, em 1930, foi várias vezes reimpressa no Brasil – até os anos de 1990 – e, por várias décadas, foi a Bíblia mais popular entre os católicos.

A Bíblia de Jerusalém – Em 1956, a Escola Bíblica de Jerusalém, dirigida pelos padres dominicanos, publicou a primeira edição francesa dessa obra que, com o passar do tempo, foi reeditada e traduzida para várias línguas. Essa primeira edição contou com a participação de 33 sábios que traduziram diretamente das línguas bíblicas originais para o francês. Em 1973 foi publicada uma nova edição francesa com aperfeiçoamento das notas explicativas. Foi a partir dessa nova edição francesa que surgiu a edição brasileira, completa, em 1981. Dezesseis tradutores e outro tanto de revisores, católicos e protestantes, foram responsáveis pela tradução dos livros bíblicos (incluindo os apócrifos) a partir dos textos das línguas originais. A Bíblia de Jerusalém tem sido considerada por um grande número de linguistas e teólogos como uma das melhores Bíblias de estudo.

Bíblia na Linguagem de Hoje – Desde sua fundação, em 1948, a Sociedade Bíblica do Brasil só havia trabalhado em revisões da Bíblia. Por ocasião de seu 40º aniversário, em 1988, surgiu a primeira tradução da Bíblia completa feita totalmente por iniciativa da SBB: A Bíblia na Linguagem de Hoje, traduzida a partir das línguas originais. O objetivo foi produzir uma tradução adequada ao nível educacional médio da população, visando à evangelização. Embora tenha contribuído para que o povo em geral pudesse entender melhor a mensagem de Deus, a tradução de várias passagens deixou a desejar. Assim, depois de ouvir as críticas e sugestões de eruditos, pastores e igrejas – e por causa da própria evolução da língua portuguesa – a SBB preparou uma revisão que, devido a profundidade e abrangência, pode ser considerada como uma nova tradução, que começou a ser distribuída no final do ano 2000 e está sendo chamada de Bíblia Sagrada – Nova Tradução na Linguagem de Hoje.

Nova Versão Internacional – Publicada em 2001 pela Editora Vida, surgiu em decorrência da necessidade de uma nova tradução das Escrituras em português devido à dinâmica de transformação constante da linguagem (vocabulário e sintaxe) e o aperfeiçoamento científico (nos campos da arqueologia bíblica, do estudo das línguas originais e cognatas, da crítica textual e da ciência linguística). A comissão responsável por seu preparo foi composta por quase vinte estudiosos de diferentes especialidades teológicas e linguísticas, brasileiros e estrangeiros, representando diversos segmentos denominacionais evangélicos. Tendo como propósito oferecer um texto novo que se defina pela precisão, beleza de estilo, clareza e dignidade, evita os extremos do popular e do erudito.

Existem várias outras versões, traduções e até paráfrases, com suas qualidades e deficiências, afinal, toda tradução, por melhor que seja, nunca será equivalente à leitura do texto original. Mas quero concluir com uma tradução que não é recomendada por nenhum erudito bíblico nem pode ser comparada a todas as demais traduções da Bíblia.

Tradução do Novo Mundo – Você já se perguntou por que as testemunhas de Jeová usam uma Bíblia diferente das demais religiões? Será que todos os inúmeros estudiosos das línguas hebraica, aramaica e grega, todos são desqualificados e tendenciosos ao usar seus conhecimentos nas mais diversas traduções feitas? Será que as únicas traduções autênticas são produzidas pela organização Torre de Vigia? Curiosamente, os tradutores da Bíblia do Novo Mundo não são conhecidos; suas credenciais não são divulgadas, como exige o contexto acadêmico.[1]

O mais impressionante é que os textos que tratam de assuntos doutrinários estão mutilados. São sempre mudanças encomendadas para servir de apoio a um determinado corpo doutrinário. Nessa mesma linha aparecem as “versões amigas”, como a de Benjamim Wilson – o famoso Diaglotão. Essa grande autoridade das testemunhas de Jeová nem sequer é citada pelos estudiosos das línguas bíblicas, devido aos problemas de tradução e de crítica textual. A Tradução do Novo Mundo não é reconhecida pelos eruditos da crítica textual, por atentar contra regras fundamentais da gramática grega.

Vejamos alguns exemplos práticos:

Gênesis 1:2 traz V’ruach Elohim A Tradução do Novo Mundo verte para “força ativa de Deus”. A Bíblia Sagrada traz o “Espírito de Deus”. O texto na língua original não permite de maneira alguma a tradução “força ativa de Deus”. Mas essa “tradução” atende a uma crença da Torre de Vigia.

Colossenses 1:16 – Tradução do Novo Mundo: “Porque mediante ele foram criadas todas as [outras] coisas. [...] todas as [outras] coisas foram criadas por intermédio dele e para ele.” Bíblia Sagrada: “Porque nele foram criadas todas as coisas [...] tudo foi criado por ele e para ele.” Percebe a diferença?[2]

Tito 2:13 – Tradução do Novo Mundo: “...do grande Deus e [do] salvador de nós, Cristo Jesus.” Bíblia Sagrada: “...do grande Deus e nosso Salvador Jesus Cristo.” Os acréscimos encontrados na Tradução do Novo Mundo não existem no original. Mas existem na concepção doutrinária da Torre de Vigia. São mudanças aparentemente pequenas, mas trazem conclusões equivocadas em relação ao original bíblico. Existem muitos textos assim adulterados e que falam de Jesus. Mas isso veremos em outro post.

Hebreus 1:8 – Tradução do Novo Mundo: “...Deus é o teu trono...” Bíblia Sagrada: “Mas do Filho diz: ó Deus, o teu trono subsiste pelos séculos dos séculos.” Esse texto é uma citação do Salmo 45:6, 7, que menciona o Deus de Israel, o Deus Elohim. O escritor de Hebreus afirma que o Deus do salmo é Jesus.[3] Mas os “tradutores” da Tradução do Novo Mundo deram um novo sentido ao texto. Na versão adulterada, aparece Deus como o trono de Jesus. Isso é até uma blasfêmia.

Atos 20:28 – Tradução do Novo Mundo: “Congregação de Deus que Ele comprou com o sangue do seu próprio (filho).” Bíblia Sagrada: “Igreja de Deus que Ele resgatou com seu próprio sangue.” Nesse texto, mais uma vez se percebe como a manipulação é tendenciosa.

Se cada igreja agisse de forma semelhante, o que seria da Palavra de Deus? A Bíblia nos alerta a não fazer exatamente esse tipo de mudanças. Fala isso no início (Dt 4:2), no meio (Ec 3:14; Pv 30:5, 6) e no fim (Ap 22:18, 19). Mas, mesmo assim, esses “tradutores” se sentem empossados de uma autoridade divina para manipular a Bíblia Sagrada.

Outro exemplo de distorção é encontrado na tradução de João 1:1. Mas esse será tema de outro post.

A verdade é que nenhum dos membros da comissão de tradução da Tradução do Novo Mundo era perito em hebraico, grego ou aramaico, por isso sempre tentam esconder a identidade deles. Mas a maior aberração ainda não é essa.

Por muitos anos, as testemunhas de Jeová utilizaram a tradução do Novo Testamento de Johannes Greber, de 1937, pelo fato de ele ter traduzido João 1:1 como “a palavra era um deus” (cf. Aid to Bible Understanding, p. 1.134 e 1.669). Porém, eles mesmos declararam na edição norte-americana de A Sentinela, de 1o de abril de 1983, página 31, que Greber era espírita e declarava que os espíritos lhe mostravam que palavras usar em suas traduções. Como eu já disse em outro vídeo, é de interesse de Satanás rebaixar Jesus. Johannes Greber recorria ao “mundo espiritual de Deus” para esclarecer sobre como deveria traduzir as passagens difíceis e utilizava a esposa, que era médium, para trazer “luz”. E a Sociedade Torre de Vigia já sabia das práticas espíritas de Greber desde 1956.

A revista Sentinela (edição norte-americana), de 15 de fevereiro de 1956, contém quase uma página inteira escrita para alertar os leitores contra Johannes Greber e sua tradução. Na página 111, diz: “Obviamente os espíritos nos quais o ex-pastor Greber acreditava o ajudaram em suas traduções.” Porém, para apoiar sua Tradução do Novo Mundo, a tradução de João 1:1, do espírita Greber, é utilizada como fundamento. Confira em: Make Sure of all Things, de 1965, p. 489. The Lord. Who is His?, de 1962, p. 5. A Sentinela, de 15 de setembro de 1962, p. 554. A Sentinela, de 15 de outubro de 1975, p. 640. A Sentinela, de 15 de abril de 1976, p. 231. [Confira aqui vídeos sobre a Tradução do Novo Mundo e assuntos afins.]

Espero que este conteúdo o tenha estimulado a conhecer a Palavra de Deus e suas verdades que restauram vidas e nos aproximam do verdadeiro Senhor. Que o estudo da Bíblia o ajude a encontrar e a permanecer no caminho da salvação, deixando de lado as heresias cujo propósito não é outro senão afastar as pessoas do verdadeiro Pastor, o grande Eu Sou, o alfa e o ômega, Deus conosco, Jesus Cristo – o personagem central das Escrituras Sagradas.

(Michelson Borges, com informações de Emilson Reis e Vanderlei Ricken)

Notas:

[1] Evidentemente que se espera sinceridade e amor à Palavra de Deus por parte daqueles que se propõem traduzir a Bíblia a partir das línguas originais. Mas isso não basta. Para fazer uma tradução fidedigna e o mais livre de distorções possível, o tradutor precisa ter sólidos conhecimentos pelo menos das duas línguas com que está lidando: aquela que está sendo traduzida e a língua para a qual se deseja traduzir. Nas traduções, se houver um viés religioso acima da erudição, os textos serão desvirtuados de acordo com a crença e não com o que realmente está escrito. No caso da Tradução do Novo Mundo, Frederick W. Franz, presidente da Torre de Vigia de 1977 a 1992, alegou que a não revelação dos nomes dos tradutores tinha como intenção evitar a vanglória. No entanto, William Cetnar, que trabalhava na sede mundial das testemunhas de Jeová, revelou que a razão do anonimato tinha que ver com a falta de treino e de conhecimentos nas línguas bíblicas por parte dos tradutores, entre os quais estavam N. H. Knorr, F. W. Franz, A. D. Schroeder, G. D. Gangas e M. Henschel (Homer Dunkan, As Testemunhas de Jeová e a Divindade de Cristo, p. 25). Dificilmente alguém aceitaria ser operado por um médico que ocultasse suas credenciais...

[2] Comentando essa tradução equivocada, o Dr. Bruce Metzger diz: “Nessa passagem, a palavra ‘outras’ foi inserida quatro vezes, sem nenhuma justificativa. Não se encontra no original grego, e foi obviamente usada pelos tradutores para fazer com que a passagem se referisse a Jesus como igual às outras coisas criadas. A verdade é que a antiga heresia colossense, que Paulo teve de combater, assemelha-se à opinião das modernas testemunhas de Jeová, visto que alguns dos colossenses defendiam a noção de que Jesus era a primeira de muitas outras criaturas intermediárias entre Deus e o homem. Para se dar o verdadeiro sentido à exaltada descrição que Paulo faz do Filho de Deus, nessa passagem, é necessário que se leia a aludida tradução sem o quádruplo acréscimo da palavra ‘outras’.” Tentando justificar o disparate, a Tradução do Novo Mundo coloca após a palavra “outras” um sinal remetendo o leitor para a nota de rodapé, onde se pede que seja lido o texto de Lucas 13:2 e 4. Qualquer estudante de grego percebe a falta de ilógica de se comparar a palavra “outros” de Lucas com a afirmativa de Paulo em Colossenses 1:15-17. Compreende-se no evangelho que Jesus estava apresentando um contraste entre certos galileus e seus conterrâneos. Mas por que essa afirmativa do Mestre autorizaria a inserção do termo “outras” em Colossenses 1 para provar um ponto doutrinário antibíblico? Visando a reduzir o Filho de Deus de Criador a criatura, os “tradutores” da TNM mais uma vez desrespeitam a gramática e as técnicas de tradução. Todo o contexto de Colossenses 1:15-22 está repleto de ideias sobre Cristo como o Criador de todas as coisas, assim como se pode ver em João 1:3 e 14 e Hebreus 1:3, por exemplo. A TNM traz palavras apócrifas [outras] repetidas nesses versos (em edições anteriores da TNM nem sequer aparecia entre colchetes, como se pode ver em Certificai-vos, ed. De 1970, p. 266). Contudo, em João 1:3, contraditoriamente, não acrescentaram “outras” antes de “coisas”, como foi feito em Colossenses (ver também Hebreus 1:3). [Clique na imagem a seguir pra vê-la ampliada.]




[3] O Salmo 45 é um hino de casamento que celebra a união de um rei com uma princesa, mas partes do salmo são messiânicas, ou seja, apontam para o Messias, Jesus Cristo, como ocorre em vários outros salmos. Os versos 6 e 7 são citados em Hebreus 1:8 e 9 como as palavras que Deus, o Pai, dirigiu ao Filho. Profecias messiânicas com frequência se mesclam com descrições de natureza local, e isso não ocorre apenas com o Messias, tampouco apenas nos Salmos. Um exemplo disso é encontrado em Ezequiel 28, capítulo que fala do rei de Tiro, mas que, depois, focaliza a rebelião de Lúcifer. Negar o aspecto messiânico do Salmo 45 levaria, forçosamente, à negação da revelação feita em Ezequiel 28, que toma como ponto de partida a simples figura de um rei terrestre.