Mônica e Paola: a luta pela vida |
Não é novidade que a
maior revista semanal do Brasil, a Veja,
está comprometida com a “agenda progressista”. Há algumas semanas, em sua seção
“Página Aberta”, foi publicado um artigo do presidente da Associação Brasileira
de Ateus e Agnósticos (Atea), defendendo o ateísmo. Nas edições seguintes, nada
de direito de resposta. Postei o meu aqui. Nesta semana, na mesma seção, outra apologia de opiniões anticristãs. Desta
vez, um médico argumenta em favor do aborto. Meu colega de trabalho, o pastor e
editor Fernando Dias, escreveu um comentário e enviou para a revista. Duvidamos
de que será publicado, por isso, posto aqui para você [MB]:
“O contraste é evidente.
Na página 82 da edição 2.496 de Veja,
a entrevista com Nick Vujicic demonstra o que é a opção por uma vida plena e
realizada, mesmo com as limitações de um corpo sem braços nem pernas. Sim, dignidade
é saber ser feliz mesmo sendo vítima do que há de pior no mundo. Mas a
inspiração que Vujicic é para milhares de pessoas no mundo poderia não existir
se seus pais tivessem acesso a um diagnóstico pré-natal da condição do filho e
pensassem como o senhor Olímpio Barbosa de Morais Filho, autor da ‘Página Aberta’
da mesma edição do semanário. Ele é médico. Jurou preservar a vida e salvá-la,
custe o que custar. No entanto, defendeu que o ‘direito’ do aborto preserva a
dignidade da mãe. Que dignidade tem a mãe que aniquila a vida de sua própria
cria? E que compromisso com a vida demonstra um médico que defende o aborto?
Quem acreditaria em um político que defendesse legalizar a corrupção? Eu não
sei o que pensar de um médico que, ao invés de batalhar para descobrir o
tratamento mais eficaz para as malformações, opina que as vítimas da doença
devam ser aniquiladas. O aborto é tirar a vida. A vida de alguém que não tem
como se defender. Sei que é difícil cuidar de uma criança especial, mas ninguém
nunca fala da culpa com que uma mãe que arrancou do próprio corpo seu bebê terá
de conviver pelo restante de sua existência. Estranha ao amor maternal
sacrificar sua criança no altar da conveniência. A culpa por um aborto não pode
ser chamada de dignidade da mulher, como fez o senhor Olímpio Barbosa de Morais
Filho. Decisão que verdadeiramente preservou a dignidade feminina foi a que a
atleta paralímpica Mônica Santos tomou há 14 anos. A esgrimista, entre a opção
de ter uma criança e ser curada de um angioma medular, manifestou o grande amor
de mãe, manteve a gestação, deu à luz. O nascimento da filha Paola lhe custou o
movimento das pernas. Esperar a gestação adiou a cirurgia curadora a ponto de
lhe diminuir a eficácia e perpetuar as sequelas da doença, deixando-a
paraplégica. Enquanto os holofotes das Paralimpíadas a iluminavam, a filha e o
marido, torcedores orgulhosos, aplaudiam a mãe que disse não ao aborto e para
quem a vida de uma criança é a medalha de ouro de uma mãe.”