O
presidente francês, François Hollande, declarou [na] sexta-feira que seu dever
é dizer a verdade e que a crise atual tem uma gravidade excepcional. “Meu dever
é dizer a verdade aos franceses. Estamos diante de uma crise de uma gravidade
excepcional, uma crise longa que dura mais de quatro anos e nenhuma potência
econômica, nem as emergentes, está a salvo”, disse Hollande em um discurso em
Chalons-en-Champagne. “O crescimento desacelera em todas as partes e os preços
das matérias-primas, dos cereais, por razões tanto climáticas como
especulativas, mas também o petróleo, aumentam.” [...] As declarações do
presidente francês acontecem no mesmo dia em que o Escritório de Estatísticas
da Europa divulgou que houve aumento do desemprego [que já chegou a 11,3%] e da
inflação na zona do euro. [...] Em números absolutos, são 18 milhões de pessoas
que ficaram desempregadas nos países que usam a moeda única. [...]
Nota:
A revista Exame deste mês traz uma
entrevista com um dos maiores investidores do mundo, Mohamed El-Erian. Segundo
ele, Estados Unidos e Europa acumularam dívidas gigantescas e perderam a
capacidade de estimular o crescimento interno. Ele diz também que há o risco de
uma recessão global, caso a crise financeira europeia e o endividamento
norte-americano se agravem, o que parece ser o caso. A entrevista termina com
uma predição nada otimista do especialista em mundo financeiro: “Nada sinaliza
que o cenário mudará tão cedo. Teremos anos difíceis pela frente.” “Anos
difíceis” representam instabilidades políticas e agitação social, agravamento
do desemprego e da fome, medo e insegurança com relação ao futuro, depressão e
insatisfação popular com a incompetência gestora de seus líderes, muitos dos
quais só se preocupam com interesses pessoais. Cadê o século 21 cheio de
glórias previsto por certas pessoas no fim do século passado? A verdade é que o
cenário atual – com tantas e tão intensas tragédias “naturais”, instabilidade
social, fome e doenças – está mais de acordo com as tristes previsões bíblicas
para os dias que antecedem a volta de Jesus. Até mesmo a desagregação europeia
estava prevista mais de 700 anos antes de a Europa despontar na história (confira lá em Daniel capítulo 2). Uma coisa está
ficando mais do que clara: o ser humano teve tempo para provar que é incapaz de
administrar este mundo e precisa desesperadamente de ajuda
externa, uma ajuda do Alto.[MB]