Não deveria haver C-14, mas há |
Recentemente,
um artigo publicado na revista Nature
afirmou que, ao contrário do que se pensava, a descoberta de tecidos moles em
fósseis é um “fenômeno comum”.[1: p. 6] De fato, a presença de biomoléculas em
fósseis de dinossauros é a regra, não a exceção. Mas o que dizer dos achados
científicos de carbono-14 (C-14) em fósseis de dinossauros ao longo da
história? Em 1990, a organização Creation Research Science Education Foundation
(CRSEF), sediada em Columbus, Ohio, anunciou de forma pioneira o achado de
várias datas de radiocarbono variando de 30.000 a 100.000 anos, com taxas de
carbono entre 1,9% e 7,4%, obtidas a partir de ossos fósseis de dinossauros que
sugeririam que “os dinossauros viveram com humanos”.[2: p. 2A] Segundo essa
organização criacionista, os exemplares fósseis de dinossauros são reais, e
algumas espécies foram obtidas de coleções paleontológicas do Museu Carnegie de
História Natural, em Pittsburgh (EUA). Além disso, um espectrometrista de massa
a laser da Universidade Estatal de Moscou (Rússia) teria confirmado a idade
relativamente recente dos espécimes.[3: p. 372]
Muitas
publicações seculares contestaram posteriormente os resultados criacionistas
alegando ausência de rigor metodológico e contaminação das amostras.[4] Mas,
como afirma um dos autores aqui, eles não receberam a chance de resposta. Independentemente da
controvérsia, fato é que os criacionistas foram pioneiros no uso da técnica de
datação de C-14 por espectrometria de massa a laser em fósseis de dinossauros.
Segundo Bradley Lepper, curador em arqueologia na Sociedade Histórica de Ohio,
no ano de 1992, “a datação por espectrometria de massa a laser era uma técnica
experimental e muito nova. Seus métodos, suposições e limitações não eram bem
compreendidos.”[4: p. 7] Para Lepper, “vários geoquímicos que ele havia
consultado nunca tinham ouvido falar de espectrometria de massa a laser ser
usado como uma técnica de datação”.[4: p. 7] Por outro lado, sabemos que hoje o
espectrômetro de massas é o aparelho considerado de primeira escolha devido a sua
precisão em detectar radiocarbono em fragmentos de até 100.000 anos.
Desde
a década de 1990 para cá, outros resultados têm sido publicados por grupos de
pesquisas espalhados pelo mundo acerca de radiocarbono identificado em fósseis
de dinossauros. Em 2011, por exemplo, um grupo de pesquisa da Suécia encontrou
proteínas no úmero de um mosassauro (réptil marinho gigante extinto) de
supostos 80 milhões de anos atrás, alegando conservação de tecidos moles, e
negando uma possível contaminação: “As fibrilas [encontradas] diferem
significativamente na assinatura espectral das de potenciais contaminantes
bacterianos modernos, tais como os biofilmes.”[5] Além disso, os pesquisadores
encontraram quantidade significativa (5%) de C-14 nesse fóssil. No entanto,
eles interpretaram esse achado de maneira inconsistente com o achado principal
do artigo, alegando que o C-14 – ao contrário do tecido mole encontrado –
deveria ter vindo de contaminação. O curioso é que tal alegação é incoerente
com a própria conclusão do estudo. Se o C-14 tivesse vindo de contaminação, essa
condição faria com que a reivindicação de sobrevivência de material biológico
fosse obviamente ainda mais impossível.
Em
2012, uma equipe de pesquisadores do grupo Paleocronologia (Paleogrupo) fez uma
apresentação no período de 13 a 17 de agosto em uma reunião anual de Geofísica
do Pacífico Ocidental, em Cingapura, idealizada pela conferência da União
Americana de Geofísica (AGU) e pela Sociedade de Geociências da Oceania
Asiática (AOGS).[6] Os autores descobriram uma razão para a sobrevivência
intrigante dos tecidos moles e colágeno em ossos de dinossauros. Segundo eles,
os ossos são mais jovens do que tem sido relatado. Para tanto, eles utilizaram
o método de datação por radiocarbono em múltiplas amostras de ossos de oito
dinossauros encontrados no Texas, Alasca, Colorado e Montana. E pasme! Eles
reportaram a presença do C-14 (que decai rapidamente) nos ossos, revelando que
eles tinham apenas entre 22.000 a 39.000 anos de idade de radiocarbono. Para
saber mais, clique aqui.
Como
era de se esperar, embora o trabalho tivesse sido aceito, os cientistas foram
censurados e o resumo foi removido do site da conferência por dois presidentes,
porque não podiam aceitar as conclusões. Quando os autores questionaram, eles
receberam uma carta. Mas qual seria o motivo para isso? O pressuposto dos
presidentes era o de que o C-14 não poderia estar presente em tais fósseis
“velhos”. Negativas como essa têm impedido a realização de testes com a datação
por carbono e prejudicado o progresso da ciência. Isso porque os evolucionistas
sabem que, se uma análise fosse feita utilizando esse método de datação, seria
altamente provável que mostraria uma idade de radiocarbono de milhares de anos,
e não de “milhões de anos”, como na previsão evolutiva.
Além
disso, o grupo de Paleogrupo publicou outros trabalhos acerca da descoberta de
C-14 em ossos de dinossauros. Em 2009, um artigo revisado por pares já havia
sido aceito e publicado em italiano em uma conferência realizada pelo Conselho
de Pesquisas Nacionais da Itália, na cidade de Roma.[7] O mesmo artigo foi
publicado em inglês em uma conferência posterior realizada pela Gustav Siewerth
Academie, no sul da Alemanha.[8] Esse artigo trouxe uma descrição minuciosa da
metodologia adotada pelos pesquisadores.
Como
pode ser visto, ano após ano o Paleogrupo tem sido autorizado a apresentar seus
resultados em conferências internacionais na área de Ciências Geofísicas. No
dia 17 de dezembro de 2014, por exemplo, o Paleogrupo apresentou informações na
forma de pôster na reunião da American Geophysical Union (AGU), em San
Francisco (EUA).[9] Em 5 de agosto de 2015, por sua vez, apresentou-se na
reunião da Asia Oceania Geosciences Society (AOGS), em Cingapura.[10]
Em
2015, pesquisadores norte-americanos publicaram na forma de artigo científico
os resultados de seu projeto Investigation of Dinosaur Intact Natural Osteo-tissue
(iDINO), cujo objetivo é a investigação da permanência de tecidos moles
(fibrilar) em ossos de dinossauros.[11] Os autores encontraram quantidades
mensuráveis de C-14 em 16 amostras a partir de 14 espécimes fósseis de peixes,
madeira, plantas e animais de toda a coluna geológica, Mioceno a Permiano, de
todas as três eras: Cenozoica, Mesozoica e Paleozoica. As amostras vieram de
diferentes locais do planeta (Canadá, Alemanha e Austrália). Cerca de metade
eram de ossos de dinossauros (sete espécimes). Todas as amostras foram
preparadas por processos padrão para eliminar a contaminação e, em seguida,
foram submetidas à análise de espectrometria de massa atômica por cinco
laboratórios. As idades variaram entre 17.850 a 49.470 anos de radiocarbono. Para
saber mais, clique aqui.
Pelo
exposto, percebemos que, até agora, nenhum cientista evolucionista sugeriu a
datação de C-14 em fósseis de dinossauros, pois eles acreditam que esses
fósseis tenham milhões de anos de idade, e ossos mais antigos que 100.000 anos
supostamente não deveriam conter nenhum C-14 devido à sua meia-vida de 5.730
anos, conforme vemos no Relógio do Tempo (abaixo).
No entanto, até pouco tempo atrás eles também acreditavam que os fósseis de
dinossauros não podiam conter tecidos moles!
Interpretando as idades
obtidas por radiocarbono
Para
compreendermos as idades resultantes de datação por C-14, muitas vezes
apresentadas em dezenas de milhares de anos, temos que analisar dois fatores
essenciais: o enfraquecimento do campo magnético da Terra
e o período do dilúvio de gênesis. A Terra
tem um campo magnético ao seu redor que a protege da radiação nociva do espaço
exterior. Esse primeiro fator a ser analisado – o campo magnético – está
comprovadamente ficando mais fraco.[12, 13] Quanto mais forte é o campo em
torno da Terra, menor será a quantidade de raios cósmicos capazes de atingir a atmosfera.
Isso resultaria em uma menor produção de C-14 na atmosfera no passado da Terra.
Se a taxa de produção de C-14 na atmosfera fosse menor no passado, as datas
identificadas pelo uso do método C-14 deveriam indicar incorretamente que mais
C-14 tivesse decaído do que realmente ocorreu.[14] Ou seja, isso resultaria em
datas mais antigas do que a idade verdadeira do espécime que está sendo
analisado.
Em
relação ao segundo fator, o dilúvio, teria havido intensos e frequentes
vulcanismos durante esse período e grandes quantidades de gases sendo emitidas
para a atmosfera teriam alterado a taxa de carbono na biosfera. Estudos
científicos sugerem que emissões vulcânicas de CO2 podem resultar até mesmo em
idades artificiais de radiocarbono (idades excessivamente antigas) causadas por
excesso de concentração de CO2 em terras vulcânicas.[15] Ademais, o dilúvio
teria enterrado grandes quantidades de carbono de organismos vivos (plantas e animais)
para formar os combustíveis fósseis de hoje (carvão, óleo, etc.).
A
quantidade de combustíveis fósseis indica que deveria ter existido uma
quantidade muito maior de vegetação antes do dilúvio do que existe hoje. Isso
significa que a biosfera anterior ao dilúvio teria contido muito mais C-12 em
organismos vivos do que hoje, cerca de 500 vezes mais.[16-18] Assim, mesmo que os
níveis de C-14 anteriores ao dilúvio fossem semelhantes aos que existem no
mundo hoje, a relação C-14/C-12 teria sido muito diferente do que a atual.
Assim,
quando o dilúvio é levado em conta juntamente com o enfraquecimento do campo
magnético e as evidências de que a proporção de C-14/C-12 ainda está
aumentando, é razoável acreditar que a hipótese uniformista da constância da
taxa de decaimento é falsa e que essa razão foi consideravelmente menor no
passado.[14] Consequentemente, qualquer análise em que se use C-14,
particularmente o C-14 anterior ao dilúvio, dará datas mais antigas do que a
idade verdadeira. A propósito, a datação por C-14 é útil ainda hoje, mas daqui
a alguns anos ela já não mais será confiável. Conforme pesquisa baseada em uma
projeção, a queima contínua de combustíveis fósseis e esse CO2 adicional mudarão
em 2050 a composição de carbono da atmosfera e afetarão, assim, a capacidade
dos cientistas de encontrar datas precisas de radiocarbono para nada menos do
que 1.000 anos aparentemente mais antigas.[19]
Portanto,
conforme discutido anteriormente, “anos de radiocarbono” não necessariamente
indicam idades verdadeiras dos espécimes porque isso depende de suposições
sobre as condições atmosféricas do passado. O modelo criacionista prevê que
houve fatores no passado que influenciaram essa “constância” e,
consequentemente, as proporções de C-14. Diante disso, disponibilizamos a
coluna corretiva (ao lado) que, com base na
formulação de uma relação matemática, possibilita a conversão entre a idade
radiocarbônica e idade tempo real, proposta pelo físico Dr. Robert Brown, e
traduzida para o Brasil pelo biólogo MSc. Roberto César de Azevedo.[20, 21]
É necessário
mencionarmos também que os achados de C-14 em fósseis de dinossauros têm sido
duramente criticados pela comunidade uniformitarista, sendo relacionados a: 1)
erros de fundo da máquina, 2) síntese nuclear de C-14 in situ, 3) contaminação in
situ, 4) contaminação durante o processamento da amostra, e 5) improbabilidade
de haver carbono-14 residual. Porém, todas essas alegações podem ser eliminadas
em termos teóricos [22]. Além disso, se for levado em conta a divulgação emitida recentemente pela revista científica Nature de que tecido mole em fósseis de
dinossauros é “comum” e que o “tecido é susceptível de conter carbono abundante”,[1:
p. 2] cientistas de ambos os modelos das origens serão “estimulados” a
encontrar mais do mesmo.
(Everton Alves)
Referências:
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1991, pp. 1B-2B.
[3] Dahmer, L., D. Kouznetsov,
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30–August 4, 1990, Volume 2, technical symposium sessions and
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Soft Tissue, Collagen and Significant 14C Content in Dinosaur Bones - What Does
it Mean? AOGS 12th Annual Meeting, 2 to 7 Aug, 2015, Singapore, Abstract
BG01-D3-PM2-P-006 (BG01-A013). Disponível em:
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http://tasc-creationscience.org/sites/default/files/newsletter_pdf/aug2015.pdf
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17(2):56-65.
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[22] Giem P. Carbon-14 content of fóssil carbon. Origins. 2001; 51:6-30.