Em
uma página (ou, mais precisamente, duas colunas e meia de texto), a revista Veja (edição 2363, de 26/2/2014)
expõe tanto preconceito e tanta maçaroca de temas que consegue apenas
desinformar e confundir, praticando um jornalismo às avessas. A página seguinte
à da matéria “Macacos me mordam” (p. 76, 77) é desperdiçada com fotos enormes e
meramente ilustrativas (como a do menino olhando para dois chimpanzés, numa
tentativa não tão sutil de sugerir um parentesco), quando o espaço seria mais
bem utilizado com esclarecimentos e detalhamentos do assunto. O subtítulo da
reportagem torna explícita a intenção do texto: “Congressista americano propõe
lei contra o ensino da teoria da evolução no Missouri e reacende a birra dos
criacionistas contra as conquistas do darwinismo”. Vamos por partes...
Quando
se diz que os Estados Unidos são o país mais avançado em pesquisas científicas
e que, no entanto (mas não apesar disso), têm uma das populações mais
cristãs do planeta, os ateus e darwinistas resmungam e dizem que uma coisa não
tem nada a ver com a outra. Tudo bem. Pode ser. Mas quando um congressista
propõe uma lei questionável, aí a culpa é de todos os criacionistas, aquele
pessoal birrento que vive criando caso. Aí, sim, uma coisa tem tudo a ver com a
outra. Mas não foram os criacionistas que propuseram a tal lei. Foi um
político, talvez apoiado por um grupo de religiosos que não têm mais o que
fazer. E eles não me representam! [Continue lendo e deixe seu comentário lá.]