Bandeira vaticana hasteada na ONU |
Na
próxima sexta-feira, dia 25, pela primeira vez na história, o Vaticano terá sua
bandeira hasteada na sede da Organização das Nações Unidas (ONU). A bandeira será
içada pouco antes da chegada do papa Francisco à sede da entidade em Nova
York. Isso mostra como a Santa Sé vai conquistando espaço e respeitabilidade.
Graças à popularidade e às habilidades políticas do papa, a Igreja Católica
está avançando como religião e o Vaticano, como Estado. A recente visita do
papa a Cuba (as reportagens podem ser vistas aqui e aqui) tomou conta dos principais jornais, que recordaram a influência do líder
católico como mediador entre os Estados Unidos e a ilha dos Castro. De certa
forma, isso serve de lembrete da capacidade inspiradora de Bergoglio para
motivar e, quem sabe, acelerar as decisões que dizem respeito às mudanças
climáticas, causa que o papa abraçou de corpo e alma, não sem outros interesses
(confira aqui).
Recentemente,
o papa Francisco voltou a dizer que o aquecimento global é um fato (estão
considerando este o ano mais quente da história, o que ajuda a reforçar o argumento dele) e que é necessário um governo
político mundial, com o objetivo de salvar a humanidade de um desastre total. “A
mudança climática é real e perigosa. É necessário um novo sistema de governo
global para lidar com essa ameaça sem precedentes. Essa nova autoridade
política seria responsável pela redução da poluição e o desenvolvimento dos
países e regiões pobres”, disse o papa em uma carta dirigida aos
bispos católicos, segundo publicou o jornal Independent.
Ao
mesmo tempo em que o papa chega aos Estados Unidos, lá o candidato republicano adventista Ben Carson vem chamando a atenção da mídia, como havíamos previsto (confira). Revistas importantes como a Newsweek já destacaram o lado religioso
do famoso neurocirurgião (confira aqui).
É
uma situação bastante interessante esta: de um lado, o papa atrai todos os
holofotes para sua causa ambientalista com a possibilidade de dar ainda mais
ênfase a algo que já publicou em sua encíclica Laudato Si (o
domingo como proposta para amenizar o aquecimento global) e, de outro, Carson
atrai a atenção da mídia para um aspecto curioso de sua vida – o fato
de ser um adventista guardador do sábado e criacionista. Que tempos! [MB]
Nota: Hoje
o site católico National Catholic Register publicou um artigo interessante com o título (traduzido) “Por que é necessário um papa para o cristianismo fazer sentido”, de autoria do padre R. Dwight
Longenecker. Ele diz que “apenas uma autoridade
infalível [no caso, o papa] pode tanto preservar a fé uma vez entregue aos
santos como decidir a melhor forma de adaptar essa fé para a salvação das almas
em circunstâncias e culturas variadas” (grifo meu). Resumindo: a Igreja Católica
não muda seus dogmas, apesar da face conciliadora e ecumêmica de Francisco. Quem terá que
mudar (e já estão mudando) são os protestantes, cujos líderes vêm dizendo que “o
protesto acabou”.
Há
mais de um século, Ellen White escreveu: “E esta é a religião que os
protestantes estão começando a encarar com tanto agrado e que finalmente se
unirá com o protestantismo. Esta união não será, porém, efetuada por uma
mudança no catolicismo, pois Roma não muda. Ela declara possuir infalibilidade. É o protestantismo que
mudará. A adoção de ideias liberais, de sua parte, o conduzirá ao ponto em que
possa apertar a mão do catolicismo” (Ellen G. White, Review and Herald, 1º de junho de 1886 [grifo meu]). A adoção do domingo em
lugar do sábado é a maior prova dessa concessão protestante (confira).
Conforme
destacou o amigo Filipe Reis, de Portugal, “o National Catholic Register
publica esse artigo no dia em que o papa Francisco aterrissa nos Estados Unidos
para a sua visita oficial, onde estará na Casa Branca, no Congresso norte-americano
e nas Nações Unidas. Você vai continuar acreditando em coincidências?!”
Papa é recebido pela família Obama, nos EUA, hoje à tarde |