quinta-feira, setembro 10, 2015

Homo naledi: mais um candidato a elo perdido

Homo naledi é o nome de um novo candidato a elo perdido, descoberto por uma equipe de pesquisadores numa gruta da África do Sul. Os fósseis de 15 ditos hominídeos foram encontrados perto de Johanesburgo. Lee Berger, pesquisador da Universidade de Witwatersrand, disse o seguinte, numa entrevista coletiva em Maropeng: “Apresento-lhes uma nova espécie do gênero humano.” Chris Stringer, do Museu de Londres, explica que “alguns aspectos do Homo naledi, como as mãos, os pulsos e os pés, são muito próximos dos do ser humano moderno. “Ao mesmo tempo, o pequeno cérebro e a forma da parte superior do corpo estão mais próximos de um grupo pré-humano denominado australopiteco.”

Recentemente, o jornalista Reinaldo José Lopes, da Folha de S. Paulo, publicou uma matéria que revela o desespero dos pesquisadores evolucionistas em montar a suposta árvore evolutiva humana. Segundo Lopes, não há muita dúvida quanto ao Homo sapiens e ao neandertal, tanto que análises de DNA revelaram episódios de miscigenação entre humanos modernos e neandertais, o que leva alguns pesquisadores a considerar que eram todos humanos, afinal de contas.

Para Jeffrey Schwartz, da Universidade de Pittsburgh, e Ian Tattersall, do Museu Americano de História Natural, a coisa fica feia quando o objetivo é entender formas mais arcaicas de supostos ancestrais da humanidade. Escavações na África e em outros lugares do mundo revelaram um minizoológico dessas criaturas: há o Homo habilis, o Homo rudolfensis, o Homo ergaster, o Homo erectus e formas mais misteriosas, conhecidas simplesmente como “Homo primitivo”, isso sem falar em alguns outros nomes científicos que acabaram não pegando. Alguns consideram que se trata simplesmente de fragmentos de ossos de macacos que os darwinistas querem sempre promover a “elo perdido”.

Em artigo na última edição da revista Science, Schwartz e Tattersall defendem que esse milagre da multiplicação da nomenclatura foi longe demais. Boa parte dos fósseis não deveria estar no gênero Homo, dizem eles. Tattersall afirma que “os paleoantropólogos têm simplesmente enfiado fósseis mais e mais antigos no gênero sem se preocupar muito com a questão da morfologia. Em vez de fazer as coisas com cuidado, os trabalhos seguem o desejo de descobrir o ‘Homo mais antigo’, o que não dá muito certo”.

E por que os pesquisadores fazem isso? Para ter seus quinze minutos de fama, promovidos por alguma publicação científica ou pela mídia popular, que adora publicar matérias sensacionalistas sobre nossos supostos ancestrais. E é exatamente o que aconteceu no caso do Homo naledi. Ele ainda nem foi datado e já estampa a capa da revista National Gegraphic de outubro, com o título em letras garrafais: “Almost Human”, ou seja, “Quase Humano”.

Esteban Sarmiento, da Fundação Evolução Humana, dos EUA, diz que essa afobação toda tem levado cientistas mais afoitos a enxergar hominídeos em toda parte. Certos fósseis, na verdade, seriam de grandes macacos primitivos. “Existe um desejo subliminar de enxergar certos fósseis como hominídeos”, pondera Tattersall. E ele diz mais: “Nós descobrimos que muitos dentes do Extremo Oriente atribuídos ao Homo erectus poderiam ser interpretados de forma mais razoável como pertencentes a primos dos orangotangos.”

Como se pode ver nas fotos divulgadas do Homo naledi e mesmo na capa da National Gegraphic, quem mais tem trabalho nessas ocasiões são os artistas e escultores, que procuram, com muita imaginação, humanizar os macacos e “macaquizar” os humanos.

Michelson Borges