Homo naledi é
o nome de um novo candidato a elo perdido, descoberto por uma equipe de pesquisadores
numa gruta da África do Sul. Os fósseis de 15 ditos hominídeos foram encontrados
perto de Johanesburgo. Lee Berger, pesquisador da Universidade de Witwatersrand,
disse o seguinte, numa entrevista coletiva em Maropeng: “Apresento-lhes uma
nova espécie do gênero humano.” Chris Stringer, do Museu de Londres, explica
que “alguns aspectos do Homo naledi,
como as mãos, os pulsos e os pés, são muito próximos dos do ser humano moderno.
“Ao mesmo tempo, o pequeno cérebro e a forma da parte superior do corpo estão
mais próximos de um grupo pré-humano denominado australopiteco.”
Recentemente,
o jornalista Reinaldo José Lopes, da Folha
de S. Paulo, publicou uma matéria que revela o desespero dos pesquisadores
evolucionistas em montar a suposta árvore evolutiva humana. Segundo Lopes, não
há muita dúvida quanto ao Homo sapiens
e ao neandertal, tanto que análises de DNA revelaram episódios de miscigenação
entre humanos modernos e neandertais, o que leva alguns pesquisadores a
considerar que eram todos humanos, afinal de contas.
Para
Jeffrey Schwartz, da Universidade de Pittsburgh, e Ian Tattersall, do Museu
Americano de História Natural, a coisa fica feia quando o objetivo é entender
formas mais arcaicas de supostos ancestrais da humanidade. Escavações na África
e em outros lugares do mundo revelaram um minizoológico dessas criaturas: há o Homo habilis, o Homo rudolfensis, o Homo ergaster, o Homo erectus e formas mais
misteriosas, conhecidas simplesmente como “Homo primitivo”, isso sem falar em
alguns outros nomes científicos que acabaram não pegando. Alguns consideram que
se trata simplesmente de fragmentos de ossos de macacos que os darwinistas
querem sempre promover a “elo perdido”.
Em
artigo na última edição da revista Science,
Schwartz e Tattersall defendem que esse milagre da multiplicação da
nomenclatura foi longe demais. Boa parte dos fósseis não deveria estar no gênero
Homo, dizem eles. Tattersall afirma que “os paleoantropólogos têm simplesmente
enfiado fósseis mais e mais antigos no gênero sem se preocupar muito com a
questão da morfologia. Em vez de fazer as coisas com cuidado, os trabalhos
seguem o desejo de descobrir o ‘Homo mais antigo’, o que não dá muito certo”.
E
por que os pesquisadores fazem isso? Para ter seus quinze minutos de fama,
promovidos por alguma publicação científica ou pela mídia popular, que adora
publicar matérias sensacionalistas sobre nossos supostos ancestrais. E é
exatamente o que aconteceu no caso do Homo
naledi. Ele ainda nem foi datado e já estampa a capa da revista National Gegraphic de outubro, com o
título em letras garrafais: “Almost Human”, ou seja, “Quase Humano”.
Esteban
Sarmiento, da Fundação Evolução Humana, dos EUA, diz que essa afobação
toda tem levado cientistas mais afoitos a enxergar hominídeos em toda parte. Certos
fósseis, na verdade, seriam de grandes macacos primitivos. “Existe um desejo
subliminar de enxergar certos fósseis como hominídeos”, pondera Tattersall. E
ele diz mais: “Nós descobrimos que muitos dentes do Extremo Oriente atribuídos
ao Homo erectus poderiam
ser interpretados de forma mais razoável como pertencentes a primos dos
orangotangos.”
Como
se pode ver nas fotos divulgadas do Homo
naledi e mesmo na capa da National Gegraphic,
quem mais tem trabalho nessas ocasiões são os artistas e escultores, que procuram,
com muita imaginação, humanizar os macacos e “macaquizar” os humanos.
Michelson Borges