sexta-feira, setembro 18, 2015

O pulmão do celacanto

Vivinho da Silva
A presença de um pulmão em peixes de águas profundas, os celacantos, revela a capacidade de adaptação desses peixes míticos de 400 milhões de anos [segundo a cronologia evolucionista] - é o que [disse] a revista britânica Nature Communications nesta terça-feira. Até 1938, os celacantos só eram conhecidos na forma de fóssil, o que dava a entender que eles tinham desaparecido na mesma época que os dinossauros. Depois, um sul-africano pescou um desses peixes - evento considerado então como uma das maiores descobertas zoológicas do século 20. Esses peixes ganharam o status de “fósseis vivos”, e desde então não param de encantar os pesquisadores. “Nós conseguimos confirmar a presença de um pulmão em uma das espécies vivas do celacanto e temos a prova do caráter comum entre esse pulmão e o pulmão calcificado dos celacantos fossilizados”, explicou à AFP Paulo M. Brito, do departamento de Zoologia da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), co-autor do estudo.

Estudando dissecções de exemplares adultos e reconstituições 3D dos diferentes estados de desenvolvimento do pulmão, a equipe de pesquisadores colocou em evidência a existência de um pulmão potencialmente funcional e bem desenvolvido nos embriões. Depois, o ritmo de crescimento do pulmão é consideravelmente diminuído para virar um “vestígio” nos celacantos adultos.

“As formas fosseis dos celacantos, que viviam nas águas profundas, possuíam um pulmão funcional [como podem saber tanto sobre órgãos fossilizados?]. Desde a era mesozoica, os celacantos se adaptaram às águas profundas - onde o oxigênio é fornecido pelos brônquios - e podem ter perdido a respiração pulmonar com a redução acentuada desse pulmão” único, apontou Brito.

Segundo o brasileiro, essa adaptação às águas profundas pode explicar a sobrevida da espécie numa época em que inúmeros animais, incluído os dinossauros, desapareceram.

(Info)

Nota: Conforme me explicou um amigo biólogo especialista em peixes, “o fato é que esse trabalho não tem ‘nada novo do ponto de vista de ser ou não ser um pulmão’, e a forma como aparece no jornal é meramente sensacionalista. Essa ‘notícia’ deveria ter aparecido em 2010 ou antes (não rastreei tudo que foi publicado), afinal, ‘the fatty organ of Latimeria, enclosing anteriorly the vestigial lung, presents a such dorsal turn up’. Resumindo o meu pensamento: os autores descrevem somente e nada mais que a alometria (e que tenho que admitir, está corretíssimo no título do trabalho) no desenvolvimento da estrutura dita ‘pulmão’. Em outras palavras, o bicho se desenvolve e cresce, mas a estrutura não acompanha de forma proporcional esse crescimento... resultando em ser ‘vestigial’! Finalizando, volto a bater na tecla do problema que sempre levanto: jornalistas de ‘ciência’ precisam ser mais criteriosos com o que escrevem.”

Nota do blog Desafiando a Nomenklatura Científica: Consideremos a história evolucionária do celacanto:

1. Esse peixe grande e bem adaptado apareceu plenamente formado há [supostos] 410 milhões de anos – no início do Período Devoniano. 

2. O Período Devoniano não está tão distante da Explosão Cambriana – um dos maiores embaraços para a teoria da evolução desde o tempo de Darwin. 

3. Os celacantos viveram vigorosamente por [supostos] 344 milhões de anos, com algumas mudanças. 

4. Os celacantos nunca evoluíram para animais terrestres, apesar das estórias da carochinha contadas com suas barbatanas ósseas evoluindo para pernas. 

5. O celacanto apareceu vivo em 1938, apesar das estórias de sua extinção com os dinossauros. 

6. Durante todo esse tempo, o celacanto não evoluiu para outro animal, continuou celacanto. Estase, e estase é dado científico. 

7. A lacuna de 66 milhões de anos coloca em cheque a linha de tempo evolucionária. 

8. Essa pesquisa quer ressuscitar agora a noção evolutiva de “órgãos vestigiais”. E com o celacanto?