Precedente preocupante |
O
presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, pediu nesta segunda-feira
(28), durante seu discurso na 70ª Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova
York, que o Congresso levante o embargo de seu país contra Cuba. Washington e
Havana retomaram relações diplomáticas este ano, após uma aproximação mediada
pelo Vaticano. [...] Obama concentrou grande parte de seu discurso nos
problemas causados por guerras e conflitos no mundo, falando principalmente da
Síria. O presidente americano citou nominalmente Bashar al-Assad, ditador da
Síria, chamando-o de “tirano”, que “joga barris de bombas contra crianças
inocentes”. “Catástrofes como a vista na Síria não acontecem em países com
democracia genuína”, disse sob aplausos. Segundo ele, a história mostra que os
regimes que incitam sua população ao medo acabam caindo, mas que os regimes que
investem em instituições democráticas duram. [...]
[Depois
Obama disse também:] “Não há espaço para
acomodar um culto apocalíptico como o Estado Islâmico e os Estados Unidos
não dão desculpas para usar nosso Exército como parte de uma ampla aliança para
ir atrás deles”, disse.
Obama
disse que o mundo está vendo uma “erosão” dos princípios democráticos, e citou
a crescente polarização e a criação de movimentos à extrema-direita e esquerda,
sectarismo, racismo e
antissemitismo. Ele criticou essa polarização, que chamou de política do “nós
contra eles”. [...]
Nota: Reveladoras
as palavras do presidente norte-americano. Embora o Estado Islâmico deva mesmo
ser combatido por causa das atrocidades que vem cometendo, não podemos nos esquecer de que existem outros grupos religiosos
“apocalípticos” e que vêm sendo considerados “fundamentalistas” justamente
porque levam a Bíblia a sério, permitindo que ela se interprete a si mesma. Ao
criticar o “sectarismo” por considerá-lo antidemocrático, estaria Obama
pregando algum tipo de uniformidade religiosa ecumêmica e liberal, tão
defendida também pelo papa Francisco? É bom lembrar que o Vaticano aprovou recentemente (pela primeira vez na história) que seja usada força militar contra os terroristas islâmicos, considerando isso uma espécie de “guerra justa” (confira). É um cenário que abre precedentes preocupantes. No futuro, que outros tipos de “cultos” poderão ser considerados um estorvo para a paz? Que tipo de perseguição poderá ser considerada “justa”? Quem viver verá... [MB]