terça-feira, janeiro 06, 2009

A cidade das meninas

A Veja desta semana traz reportagem sobre a predominância do nascimento de meninas na cidade de Jardim Olinda, no norte do Paraná. E dá uma explicação: contaminação por agrotóxicos. “Algumas substâncias presentes nesses produtos são confundidas com hormônios pelo organismo, desequilibrando o sistema endócrino e favorecendo a fecundação por espermatozóides com carga genética feminina”, explica a matéria. Agrotóxicos com esse potencial foram aplicados largamente na década de 80 nas plantações daquela região e ficaram acumulados no lençol freático, entrando na cadeia alimentar humana por meio da água e dos animais que comem plantas contaminadas.

Ao ler essa reportagem, me lembrei de uma conversa que tive com meu colega de mestrado e também blogueiro, o pastor Ericson Danese. Na ocasião, ele me chamou a atenção para um fato interessante e pouco comentado: a relativa proporcionalidade entre os nascimentos de meninos e meninas no mundo – desde que o mundo é mundo. De onde provém esse equilíbrio? Será que a todo-sábia seleção natural sabia que devia ser assim para que a espécie humana garantisse sua sobrevivência? Como chegamos a esse equilíbrio endócrino tão delicado? E se não foi assim desde o princípio, por que não há ou houve grande desproporcionalidade de um ou outro gênero?