domingo, janeiro 04, 2009

A típica religiosidade pós-moderna

Voltei hoje de minhas férias em Santa Catarina. Num restaurante de beira de estrada, comprei a edição dominical do jornal A Notícia, de Joinville. A matéria de capa "O fascínio pela adivinhação" me chamou a atenção. Em entrevista, um tarólogo deu o recado: "Acredito que aos poucos estamos nos tornando espiritualizados e o esoterismo, junto com o otimismo, é um caminho para essa busca." O texto trata ainda de quiromancia, runas, baralho cigano e dá algumas dicas e "simpatias" para um 2009 melhor. Mas é no subtítulo da capa que fica clara a intenção de toda essa espiritualidade utilitarista: "Entenda em que cada uma dessas técnicas pode lhe ajudar."

O religioso pós-moderno está sempre em busca de benefícios pessoais. "O que essa religião/crença/filosofia de vida tem a me oferecer?" é a pergunta recorrente. De certa forma, isso serve para os cristãos analisarem a maneira como sua fé é vista e os desafia a mostrar ao mundo que o cristianismo tem, sim, muito a oferecer. Mas deixa evidente, também, o contraste entre o espiritualismo pop e a religião de auto-negação e solidariedade proposta e exemplificada por Jesus. O cristão deve sempre se perguntar: "O que posso oferecer a Deus e ao meu próximo?" Mas quantos hoje estão dispostos a abraçar essa religião do serviço desinteressado?[MB]