segunda-feira, janeiro 19, 2009

O ano é de Darwin e não tem pra ninguém

Neste ano, veremos uma série de eventos celebrando a pessoa e a obra do naturalista inglês Charles Darwin. Especialmente nos dias 12 de fevereiro (aniversário de 200 anos do nascimento dele) e 24 de novembro (150 anos da publicação de A Origem das Espécies). Como diz um amigo meu, “Darwin acertou no varejo, mas errou no atacado”. Ou seja, a explicação dele para a variação entre os seres vivos de um grupo (seleção natural) é realmente uma boa idéia. Mas extrapolá-la para bilhões de anos no passado e afirmar que todos os seres vivos descendem de um ancestral comum ainda desconhecido, isso, sim, é ficção das boas.

Darwin merece ser lembrado por suas pesquisas e pelo que escreveu. Mas será que exaltá-lo à posição de um dos maiores cientistas de todos os tempos, descobridor do maior “insight” já tido pela humanidade, não é exagero? Não se torna quase um culto à personalidade?

A cerimônia oficial de Abertura do Ano Internacional da Astronomia 2009 será às 18 horas de amanhã, no Planetário do Rio de Janeiro. De 19 a 28 de janeiro, outras 50 cidades brasileiras realizarão também seus eventos de abertura. Mas, conforme lembra o jornalista Maurício Tuffani, em seu blog Laudas Críticas, “não foi apenas a astronomia que ‘nasceu’ há exatos quatro séculos, com a observação do céu por Galileu Galilei (1564-1642) ao telescópio. Foi também o nascimento da ciência moderna. A comemoração se deve às primeiras observações astronômicas de Galileu em 1609 com um instrumento aperfeiçoado por ele. Com essa modificação de um dispositivo óptico que aproximava a observação de objetos, construído no ano anterior por holandeses, nasceu o telescópio, que teve esse nome a partir de 1611. Seu uso permitiu refutar a concepção geocêntrica do mundo e a da imutabilidade e perfeição dos corpos celestes, que eram formados por éter, segundo Aristóteles (384-322 a.C.), em Sobre o Mundo e Sobre o Céu, e Cláudio Ptolomeu (87-151 d.C.), no Almagesto e no Tetrabiblos”.

Foi com Galileu, e não com Darwin, que o próprio método científico experimental nasceu. Esta, sim, uma das maiores invenções da humanidade: a ciência empírica que acabou levando o conhecimento do mundo a dar seus incríveis saltos com outros grandes cientistas como Newton, Pasteur e Pascal (só para lembrar, todos cristãos). Galileu também ajudou a mudar radicalmente a visão do mundo e do Universo mantida até então como dogma pela Igreja Católica (e não pela Bíblia, como alguns confundem).

Mas este é o ano da Astronomia e não de Galileu, o inventor do método científico...

Por que não se homenageiam na mesma proporção cientistas como Albert Einstein, o casal Curie, Copérnico, o próprio Galileu e o grande Isaac Newton?

Me parece que os proponentes do naturalismo filsosófico estão usando Darwin para promover sua ideologia da negação do sobrenatural. Deve ser isso.[MB]