domingo, janeiro 11, 2009

Pérolas de Chesterton (3)

“O problema dos nossos sábios não é que eles não consigam ver a resposta; é que eles não conseguem sequer ver o enigma” (p. 55).

“É inútil falar sempre da alternativa de razão e fé. A própria razão é uma questão de fé. É um ato de fé afirmar que nossos pensamentos têm alguma relação com a realidade por mínima que seja” (p. 56).

“Se você for simplesmente um cético, mais cedo ou mais tarde precisará perguntar-se o seguinte: ‘Por que alguma coisa deveria dar certo, mesmo que se trate de observação ou dedução? Por que a boa lógica não seria tão enganadora quanto a lógica ruim? Ambas são movimentos no cérebro de um macaco perplexo.’ O jovem cético diz: ‘Eu tenho direito de pensar por mim mesmo.’ Mas o velho cético, o cético total, diz: ‘Eu não tenho direito de pensar por mim mesmo. Não tenho absolutamente direito de pensar.’” (p. 56).

“O revolucionário moderno, sendo um cético sem limites, está sempre ocupado em minar suas próprias minas. No seu livro sobre política ele ataca os homens por espezinharem a moralidade; no seu livro sobre ética ele ataca a moralidade por espezinhar os homens. Portanto, o homem moderno em estado de revolta tornou-se praticamente inútil para qualquer propósito da revolta. Rebelando-se contra tudo, ele perdeu o direito de rebelar-se contra qualquer coisa específica” (p. 70, 71).

“Eu sempre acreditara que o mundo envolvia uma mágica: agora achava que talvez ele envolvesse um mágico. E isso apontava para uma emoção profunda sempre presente e subconsciente; de que este nosso mundo tem algum propósito; e se há um propósito, há uma pessoa. Eu sempre sentira a vida primeiro como uma história; e se há uma história há um contador da história” (p. 101).

Leia também: “Pérolas de Chesterton (2)”