Marcelo
Leite, em artigo publicado na Folha de S. Paulo, chama atenção para a espantosa
organização dos cromossomos dentro do núcleo celular. Ele explica que “os genes
se enfileiram nos cromossomos, quase sempre desenhados na forma de X ou Y, como
bastonetes listrados unidos por uma espécie de cintura (os centrômeros). Mas
essa é uma imagem enganosa, porque os cromossomos só assumem essa conformação
durante uma curta fase da divisão celular. São poucos minutos, contra muitas
horas em que os bastonetes desaparecem”. “Nesse período”, Marcelo prossegue, “os cromossomos ficam num estado
menos compactado. A fita de DNA, que pode ter metros de comprimento se
esticada, em lugar de se enrolar sucessivas vezes sobre si mesma para formar os
bastonetes, fica ‘solta’ dentro do núcleo. Quer dizer, mais ou menos solta”.
Aí entra a organização: “Um determinado gene pode ficar inacessível para
a célula se o trecho correspondente do cromossomo não se desenrolar, de modo
que as letras que o compõem possam ser ‘lidas’. O rolo é controlado por um
sistema de proteínas cuja mecânica não se encontra sob influência do DNA – é o
que se chama de ‘epigenética’.” [Continue lendo.]