quarta-feira, junho 12, 2013

Microrrobôs imitam comportamentos de seres vivos

Robôs que entrem pelo corpo humano para executar procedimentos médicos servem de inspiração para o trabalho de inúmeros roboticistas ao redor do mundo. Por enquanto, eles só são eficazes no reino da ficção científica. Uma equipe europeia está tentando transformar esse sonho em realidade por meio de um microrrobô “vivo”, chamado Ciberplasma. Mas foi outro grupo, da Universidade Politécnica de Madri, na Espanha, que saiu na frente. Alberto Brunete e seus colegas construíram robôs de 25 milímetros de comprimento, cada um pesando cerca de 10 gramas. Os microrrobôs são igualmente inspirados em seres vivos - eles se movimentam como vermes, comunicam-se uns com os outros e possuem uma arquitetura de controle baseada em algoritmos genéticos. Há uma grande flexibilidade também na forma, uma vez que os robôs são construídos a partir de módulos, formando uma cadeia que pode incorporar os módulos adequados para cada tarefa. O mais importante, contudo, é a forma como os módulos interagem para trabalhar em conjunto.

“A arquitetura de controle total é baseada em comportamentos e cada comportamento dirige uma característica do microrrobô. A camada de comunicação é necessária para assegurar que tanto os módulos, quanto os diferentes comportamentos trabalhem em objetivos comuns”, explicou o professor Ernesto Gambao, coordenador da equipe.

Para que os módulos básicos se comuniquem uns com os outros, a fim de criar um robô cuja funcionalidade total seja mais complexa do que a simples soma das capacidades de cada segmento, foi necessário dotar cada módulo de um sistema de controle e de uma interface de comunicação, que são comuns a todos. Essa interface permite a conexão dos diferentes elementos de forma mecânica e elétrica - a conexão elétrica inclui o sistema de comunicação.

O resultado final é que o sistema de controle central do microrrobô recebe informações de cada módulo e envia instruções a cada um deles, formando um conjunto heterogêneo, mas interligado.


Embora tenham as aplicações médicas como objetivo de longo prazo, os pesquisadores afirmam que, no estágio em que estão, seus microrrobôs são adequados para realizar limpeza ou monitoramento no interior de equipamentos e tubos de pequenos diâmetros.
No futuro, quem sabe, poderão também limpar veias e artérias entupidas.


Nota: Mais uma vez fica claro que apenas para imitar (de longe) a complexidade dos seres vivos os cientistas têm usado muita inteligência, muita tecnologia, muito design e muito dinheiro – mas muitos deles querem que acreditemos que os sistemas biológicos que os inspiram são fruto do “acaso cego”! Eu faria apenas uma correção no primeiro parágrafo do texto acima: microrrobôs que realizam “procedimentos médicos” não são coisa de ficção científica. Eles já existem desde que a vida foi criada neste planeta. São as nanomáquinas moleculares que habitam as células e sem as quais a vida seria impossível. Elas realizam atividades fantásticas e são tremendamente mais eficientes que qualquer coisa que o ser humano já tenha inventado.[MB]