O
governo do presidente Barack Obama afirmou nesta segunda-feira que cumprirá a
recente decisão de um juiz e permitirá a venda da pílula do dia seguinte para
meninas de qualquer idade, suspendendo sua tentativa de restringir a
comercialização do medicamento que, atualmente, só pode ser adquirido sem
receita a partir dos 15 anos. Trata-se de uma importante mudança na política de
saúde do governo americano, que vinha enfrentando há mais de dez anos uma
batalha judicial para manter o acesso à pílula restrito. O governo Obama, como
os anteriores, rejeitava a venda indiscriminada da pílula devido ao risco
social e à saúde, com o argumento de que a liberação poderia resultar no
aumento do número de abortos e deixar as meninas livres para decidirem sobre
sua vida sexual sem a assistência de parentes e de um médico. A medida foi
recebida com entusiasmo por grupos de defesa dos direitos das mulheres, mas
deve ser criticada por setores conservadores que ao longo dos anos pressionaram
o governo a manter a restrição.
A
ordem judicial para liberar a venda a qualquer mulher, incluindo adolescentes –
que poderão comprar a pílula em uma farmácia sem a necessidade de receita
médica – é o capítulo mais recente de uma série de decisões no sentido de
ampliar o acesso ao medicamento. Em março deste ano, a FDA, a agência que
regula medicamentos nos Estados Unidos, autorizou a venda a partir dos 15 anos.
Em 2011, o órgão havia proibido a compra livre para menores de 17 anos de idade
– proibição que, em 5 de abril, foi anulada por um juiz de Nova York.
Em
uma carta enviada ao juiz Edward Korman nesta segunda-feira, o governo Obama
informa que a FDA “solicitou ao fabricante da (pílula) Plan B One-Step (PBOS) o
envio de um pedido suplementar para a aprovação do medicamento sem qualquer
restrição” de venda. “Assim que a FDA receber a solicitação complementar, será
aprovada rapidamente”, diz o texto. Segundo analistas, o Departamento de
Justiça dos EUA decidiu não entrar mais com apelações no caso porque as
sucessivas derrotas poderiam levar o tema para a Suprema Corte, onde o debate
sobre a questão aumentaria o risco de prejuízos para a imagem do governo.
Os
anticonceptivos conhecidos como pílula do dia seguinte são baseados no
levonorgestrel e têm os mesmos princípios ativos que os anticoncepcionais
comuns, mas em doses mais altas, que podem evitar a gravidez mesmo se ingeridos
72 horas após a relação sexual.
(Veja)
Nota:
Assim, por pura preocupação política, o governo dos EUA libera um recurso que
simplesmente estimula ainda mais (como já fazem as campanhas pelo uso de
preservativos) o sexo sem compromisso em faixas etárias cada vez mais baixas e
não preparadas para desfrutar com segurança da bênção do sexo no contexto certo. Quem vai “gostar” disso são os
terapeutas que terão que lidar com uma geração cada vez mais machucada pelos efeitos da promiscuidade.[MB]