A
Agência Nacional de Segurança dos Estados Unidos e o FBI têm acesso direto aos
servidores centrais de nove das maiores empresas de internet americanas. A inteligência
americana pode consultar áudios, vídeos, fotografias, conteúdos de e-mails,
arquivos transferidos e conexões dos usuários. O programa altamente secreto é
chamado de Prisma e está em andamento desde 2007, informou o jornal The Washington Post. Ao longo desse
período, nove companhias passaram a fazer parte da operação. A Microsoft foi a
primeira a entrar, em novembro de 2007. O Yahoo passou a fazer parte em 2008.
Google, Facebook e PalTalk, em 2009, YouTube em 2010, Skype e AOL, em 2011, e a
última, a Apple, em outubro de 2012. A PalTalk, mesmo bem menor do que as
demais, registrou tráfego significativo durante as revoltas nos países árabes e
também na guerra civil da Síria. O Dropbox, serviço de armazenamento de dados
em nuvem, é descrito como “em breve”.
O
esquema reforça as provas de que o
governo Barack Obama tem ignorado os direitos civis dos cidadãos americanos de
forma disseminada. Além de espionar jornalistas, como ficou provado nos
casos da apropriação de registros telefônicos da agência Associated Press, e da
investigação contra um repórter da Fox News, que teve seus e-mails devassados,
a administração do democrata também direcionou
suas garras a um número infinitamente maior de cidadãos, que não eram suspeitos.
O
programa Prisma é atualmente a principal fonte de informação da Agência
Nacional de Segurança, serviço secreto de inteligência que monitora
comunicações eletrônicas. A informação vem à tona um dia depois que o jornal
inglês The Guardian revelou que o
governo tem acesso a dados de telefonemas de milhões de usuários da Verizon,
uma das maiores companhias telefônicas dos Estados Unidos. A ordem era
conseguir os números de origem e destino das ligações, locação, horário e duração
das chamadas, no período entre 25 de abril e 19 de julho deste ano. No caso do
acesso às informações dos servidores de internet, o Washington Post afirma que “a experiência direta com esses
programas e o espanto diante de sua capacidade levou um funcionário de
inteligência a fornecer as informações”. O objetivo, ressalta a publicação, é expor
“uma invasão de privacidade grosseira”. “Eles podem literalmente ver suas
ideias se formando no momento em que você as digita”, disse o funcionário ao
jornal.
Os
casos mostram que a intromissão do governo americano, que começou sob a
administração do republicano George W. Bush depois dos ataques da Al Qaeda, em 11 de setembro de 2001. Sucessor de Bush, Obama foi um
grande crítico da prática que não só manteve como ampliou. No mesmo ano em que
o programa foi estabelecido, Obama – ainda senador – falou sobre liberdades
civis durante uma palestra e afirmou que “não haveria mais espionagem de
cidadãos que não são suspeitos de cometer crimes”. O democrata repreendeu
severamente seu antecessor George W. Bush não apenas em relação ao processo
pelo qual a informação era obtida, mas também pela disposição do governo em
violar “liberdades civis” dos cidadãos. [...]
“Esse
programa voltou a ser autorizado recentemente pelo Congresso, depois de um
amplo debate”, disse a fonte, na condição de anonimato. “A informação coletada
por meio deste programa está entre a mais importante e valiosa informação de
inteligência que coletamos, e é usada para proteger
nossa nação de uma ampla variedade de ameaças.” [...]
Jameel
Jaffer, diretor do Centro para Democracia da União Americana de Liberdades
Civis considerou “assombroso” a agência de segurança pedir às empresas de
tecnologia o acesso aos dados. “Já é chocante o suficiente que a agência peça
às companhias para fazer isso”, disse ao Guardian.
“A agência é parte da área militar. É como os militares terem acesso sem
precedentes às comunicações de civis. É uma militarização da infraestrutura de
comunicação doméstica.” [Google, Facebook e Apple negaram, é claro.]
(Veja)
Nota:
Conforme escreveu meu amigo pastor Sérgio Santeli,
“estamos nos aproximando rapidamente da crise final profetizada no Apocalipse
(13:15-17). Todos os preparativos já estão sendo feitos para que os EUA deixem
a aparência de cordeiro e comecem a falar como dragão (Ap 13:11)”. E eles têm a
desculpa perfeita para agir assim e quase ninguém reclamar: combate ao
terrorismo e manutenção da segurança nacional. O problema é que essas
tecnologias poderão ser usadas não apenas contra os verdadeiros terroristas.
Outras personas non gratas (quem sabe
os tais “fundamentalistas” cristãos) sofrerão sob as garras do dragão.[MB]