segunda-feira, junho 24, 2013

A revolução já veio

A classe governante do Brasil ficou estupefata com tamanha reação das milhões de pessoas que saíram às ruas para protestar contra os maus serviços prestados. O estopim de todo esse movimento foi o aumento da tarifa no transporte público de São Paulo. O clamor das pessoas ganhou força nas ruas e também nas redes sociais. À semelhança de um “vírus” poderosíssimo, infectou pessoas de todas as partes do Brasil e do mundo. A reação, tanto na rua quanto na internet, foi diversa. As pessoas clamavam por melhor aplicação dos recursos, para que o Brasil de fato tenha saúde, educação e transporte de qualidade e se torne um País sem corrupção, que proporcione mais igualdade para seu povo.

Nesse vai e vem de protestos nas ruas, bem como nas redes sociais, uma frase me chamou atenção. Trata-se de um provérbio do rei Salomão, que diz o seguinte: “O rei justo sustém a terra, mas o amigo de impostos a transtorna” (Pv 29:4). O aforismo escrito por Salomão mostra um pouco do contexto atual do povo brasileiro que, na maioria das vezes, sofre calado e inocente nas mãos de seus representantes.

No original hebraico, a palavra para impostos (terumoth) tem o sentido de “contribuições rituais ou ofertas”. Ao incluir na frase “amigos de impostos”, possivelmente, Salomão fala a dois grupos: o que dá e o que recebe recursos.

O que o sábio rei está querendo mostrar é que o primeiro grupo, representado pelo doador (ou pagador de impostos), confia seus recursos na esperança de retorno em serviços essenciais. Já o segundo grupo, que detém esses recursos, prefere usufruir sozinho daquilo que não lhe pertence, em lugar de compartilhar com todos.

A Bíblia está repleta de reis corruptos, que punham jugos no povo e usurpavam dinheiro por meio de impostos. Tanto em Israel quanto em outras nações, havia essa conduta exploratória totalmente desaprovada por Deus.

Um problema ainda maior é que muitos dos governantes, além de receber recursos, exigiam sacrifícios como se fossem deuses. Esse também parece ser um problema existente nos dias atuais, pois nações veneram seus líderes como se fossem imortais.

E no aspecto religioso, será que é diferente ou há certa semelhança com os governos? O que se vê abertamente são líderes religiosos famintos por recursos, criando uma carga tributaria cada vez mais pesada, cheia de sacrifícios e promessas mirabolantes para lhes assegurar um império mais poderoso e lucrativo.

Assim, a solução para tudo isso vem dAquele que é Rei, mas que Se tornou servo; que é rico, mas Se fez pobre. Um simples Homem causador de uma revolução não política, mas uma revolução que oferece paz, amor, honestidade, respeito e, acima de tudo, a promessa concreta de um País em que as pessoas que fazem parte de Seu reino terão acesso a todos os serviços essenciais para todo o sempre. Amem!

(Célio Barcellos é pastor no Espírito Santo)

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