E quem criou a partícula de Deus? |
Descobertas científicas revelam o quão pouco
conhecemos do Universo e reafirmam o fato de que não surgimos do acaso
O mundo científico
ficou agitado há dois anos, quando o Centro Europeu de Pesquisas Nucleares
(CERN) anunciou, em Genebra, na Suíça, a descoberta de uma partícula totalmente
nova, identificada como bóson de Higgs. Tratava-se de uma entidade subatômica,
cuja procura durava quase 50 anos, e que também ficou conhecida como Partícula
de Deus. Uma
matéria sobre o bóson, publicada à época num site brasileiro de divulgação
científica, terminava assim: “Sejamos gratos aos cientistas que descobriram
mais uma parte misteriosa da natureza sem a qual nada do que conhecemos hoje
existiria, nem sequer nós mesmos.” Assim, atribuía-se a criação do Universo a
uma partícula, não ao Criador de todas as partículas. O site agradecia apenas
aos cientistas e à partícula. Por isso, o certo seria chamá-la, do ponto de
vista dessas pessoas, de Partícula Sem Deus.
A
importância do bóson de Higgs, segundo os físicos, está em sua capacidade de
conferir massa às demais partículas. É mais ou menos como uma pessoa que nada
em uma piscina e sai dela molhada. As partículas, ao atravessar o “mar de
bósons de Higgs”, saem dele com massa. Como isso acontece? Aí você terá que
perguntar a um físico... De qualquer forma, a despeito das interpretações
filosóficas, as pesquisas realizadas no LHC (Grande Colisor de Hádrons) têm
sido muito importantes para entender o mundo das partículas subatômicas.
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