Homens e mulheres Makushi |
A crença, baseada nos conceitos de Charles Darwin, da
promiscuidade dos machos como forma de garantir a descendência, foi desmontada
por uma pesquisa científica norte-americana da Universidade de Utah, feita com
indígenas Makushi, na Guiana. Os pesquisadores concluíram que os homens são muito mais propensos a comprometer-se quando escasseiam as mulheres. Para
confirmar essa hipótese, os cientistas entrevistaram, entre 2010 e 2011, 300
homens e mulheres Makushi, com idades entre os 18 e os 45 anos, em oito
comunidades rurais, com uma proporção de 90-140 homens para cada 100 mulheres. Os
antropólogos aplicaram o teste “Inventário de orientação sociossexual” para
saber quais os indivíduos estavam mais inclinados a ter relações sexuais sem
compromisso e quais os que não estavam. De acordo com os resultados, os homens
Makushi mostravam maior disposição para ter relações sexuais sem compromisso do
que as mulheres, o que confirma o estereótipo sexual, mas também evidenciaram
ser mais propensos a ter relações comprometidas quando há menos mulheres
disponíveis, independentemente da idade delas.
As mulheres, pelo contrário, mostraram-se indiferentes às
alterações, e não preferiam sempre o compromisso, independentemente de haver
mais ou menos homens disponíveis para o casamento.
“O compromisso com uma relação é influenciado pela disponibilidade
de companheiros. Assim, podemos pensar no número de homens e mulheres numa
população como um mercado potencial, onde os princípios da oferta e da procura
se impõem”, explica Ryan Schacht, que dirigiu a investigação para Royal Society Open Science.
Nota: De qualquer forma, não deixa de chamar atenção,
também, o fato de que, ao longo da história, a população de machos e fêmeas
sempre se manteve relativamente equilibrada. O que ou quem mantém esse
equilíbrio necessário? [MB]