domingo, janeiro 18, 2015

Pesquisa detona ideia evolucionista da promiscuidade

Homens e mulheres Makushi
A crença, baseada nos conceitos de Charles Darwin, da promiscuidade dos machos como forma de garantir a descendência, foi desmontada por uma pesquisa científica norte-americana da Universidade de Utah, feita com indígenas Makushi, na Guiana. Os pesquisadores concluíram que os homens são muito mais propensos a comprometer-se quando escasseiam as mulheres. Para confirmar essa hipótese, os cientistas entrevistaram, entre 2010 e 2011, 300 homens e mulheres Makushi, com idades entre os 18 e os 45 anos, em oito comunidades rurais, com uma proporção de 90-140 homens para cada 100 mulheres. Os antropólogos aplicaram o teste “Inventário de orientação sociossexual” para saber quais os indivíduos estavam mais inclinados a ter relações sexuais sem compromisso e quais os que não estavam. De acordo com os resultados, os homens Makushi mostravam maior disposição para ter relações sexuais sem compromisso do que as mulheres, o que confirma o estereótipo sexual, mas também evidenciaram ser mais propensos a ter relações comprometidas quando há menos mulheres disponíveis, independentemente da idade delas.

As mulheres, pelo contrário, mostraram-se indiferentes às alterações, e não preferiam sempre o compromisso, independentemente de haver mais ou menos homens disponíveis para o casamento.

“O compromisso com uma relação é influenciado pela disponibilidade de companheiros. Assim, podemos pensar no número de homens e mulheres numa população como um mercado potencial, onde os princípios da oferta e da procura se impõem”, explica Ryan Schacht, que dirigiu a investigação para Royal Society Open Science.


Nota: De qualquer forma, não deixa de chamar atenção, também, o fato de que, ao longo da história, a população de machos e fêmeas sempre se manteve relativamente equilibrada. O que ou quem mantém esse equilíbrio necessário? [MB]