Liderança moral global |
Dois
jornalões britânicos importantes, o The
Independent e o The Telegraph,
aclamaram ontem o papa Francisco como líder incontestável e mundialmente
influente. Chamada do The Independent:
“‘Superpapa’ mostra como ele pode ser uma força global para o bem”. Chamada do The Telegraph: “Papa Francisco é um
homem de paz – e imenso poder político”. Juro que eu não gostaria de ficar
falando tanto aqui do líder dos católicos, mas ele não deixa! Hoje mesmo ele
fez outra declaração que repercutiu em todo o mundo. Disse que os católicos não
devem “se reproduzir como coelhos”, embora continue contra o controle
artificial de natalidade (confira). Assim fica difícil... Mas, voltando às matérias dos dois jornais, é
impressionante ver como Francisco cada vez mais se firma como líder mundial
cujas ações e palavras têm enorme peso e influência.
Para
o The Independent, “o papa Francisco é um dos diplomatas mais importantes
de sua época. Ele é uma ponte entre o Ocidente e o restante do mundo. [...] Por
um acidente histórico, a liderança do catolicismo está localizada em Roma, mas
suas origens cristãs estavam no Oriente Médio. Hoje, é a única igreja global
[não é bem assim...], com cerca de 1,2 bilhão de membros. [...] Vivemos na era
de um novo ‘superpapa’. A revista Forbes
chamou Francisco de o quarto homem mais poderoso do mundo. [...] Enquanto o
Ocidente se rende lentamente à sua pretensão de liderança no mundo inteiro, é
uma sorte ter uma figura de transição carismática falando de paz, em vez de
buscar votos”.
Já o Telegraph publicou
o seguinte: “O primeiro
pontífice não europeu em quase 1.300 anos está mostrando que tem a capacidade
de ser uma força verdadeiramente global para o bem em nosso tempo. [...] Foi
provavelmente a maior missa papal na história. No domingo, cerca de seis
milhões de filipinos foram a Manila para testemunhar o papa Francisco celebrar
a comunhão – evento culminante de um passeio surpreendente. [...] Os efeitos
práticos de ter um papa que pode falar a duas culturas muito diferentes foram
mostrados na aproximação entre Cuba e Estados Unidos [confira]. Sabemos agora que o Vaticano organizou conversações secretas entre oficiais
e que o Pontífice escreveu tanto a Barack Obama quanto a Raul Castro. O
presidente Obama disse que Francisco tem se conduzido através de um ‘exemplo
moral, mostrando como o mundo deveria ser, ao invés de simplesmente se
conformar com o mundo como ele é’.”
Esse aumento da popularidade e do
respeito conquistado por Francisco certamente vai beneficiá-lo quando se
dirigir aos líderes mundiais, em sua visita aos EUA, em setembro (confira). Quem questionará o grande líder, ainda mais se suas propostas para a paz no mundo forem “simpáticas” e aparentemente lógicas? Quem discordará do argumento de que devemos empreender todos os esforços possíveis para salvar o planeta e as famílias?
Os
elogios e o apoio do presidente norte-americano fazem lembrar o que João
escreveu no Apocalipse: “Exercia [a segunda besta, EUA, poder estatal] toda a autoridade da
primeira besta [poder religioso], em nome dela, e fazia a Terra e seus
habitantes adorarem a primeira besta, cujo ferimento mortal havia sido curado” (13:12). Mas é melhor parar por aqui, porque se eu disser que no capítulo 17
João identifica a primeira besta com uma prostituta, posso levar um murro na
cara, afinal, ai daquele que falar mal da “mãe” (confira).
Michelson Borges