“A vasta diversidade de crenças nas igrejas
protestantes é por muitos considerada como prova decisiva de que jamais se
poderá fazer esforço algum para se conseguir uma uniformidade obrigatória. Há
anos, porém, que nas igrejas protestantes se vem manifestando poderoso e
crescente sentimento em favor de uma união baseada em pontos comuns de
doutrinas. Para conseguir tal união, deve-se necessariamente evitar toda
discussão de assuntos em que não estejam todos de acordo, independentemente de
sua importância do ponto de vista bíblico” (Ellen White, O Grande Conflito, p. 444).
Ellen
White escreveu isso há mais de um século. Ou o papa leu isso e seguiu à risca,
ou Alguém revelou isso a ela. É de deixar qualquer um (dos que estão atentos às
profecias) espantado. Mas espantado mesmo ficaria Lutero, se soubesse que, em 2017, luteranos e católicos vão celebrar juntos os 500
anos da Reforma Protestante e recordar com alegria os 50 anos de diálogo
ecumênico oficial conduzido em nível mundial, na esteira do Concílio Vaticano
II.
Segundo o site católico Frates in Unum, “a Comissão Internacional de Diálogo Luterano-Católica pela Unidade já há
alguns anos organizou uma programação com vistas a uma possível declaração
comum por ocasião do ano da comemoração da Reforma, em 2017. Nos últimos 50
anos, o diálogo ecumênico realizou grandes esforços buscando relacionar a teologia
dos reformadores às decisões do Concílio de Trento e do Vaticano II, avaliando
se as respectivas posições se excluem ou se completam mutuamente. [...]
“O caminhar da história tem levado luteranos e católicos a
tornarem-se sempre mais conscientes de que a origem de acusações recíprocas não
subsiste mais, mesmo que ainda não exista um consenso em todas as questões
teológicas. [...] Em 2013, diversas delegações luteranas encontraram-se com o papa
Francisco. Em 2014, uma delegação do Conselho da Igreja Protestante da Alemanha
foi recebida em 8 de abril pelo papa Francisco, encontrando-se sucessivamente
com o Cardeal Koch.”
Realmente, estes são tempos solenes. [MB]