Vivendo o que ensina |
E quando quem precisa mudar o estilo de vida é o próprio
médico? O cardiologista Everton Padilha Gomes perdeu quase 50 quilos em um ano.
Não foi nenhum milagre, foi uma ideia que ele foi buscar na igreja que
frequenta: a Igreja Adventista do Sétimo Dia, que incentiva a adoção da
alimentação vegetariana e a prática de exercícios físicos. Uma pesquisa feita nos Estados Unidos mostrou que os
fiéis da igreja viviam até dez anos mais que a média dos americanos. Everton
resolveu então repetir a pesquisa em São Paulo com 1,5 mil fiéis da igreja, com
idades entre 35 e 74 anos. Eles foram divididos em três grupos: vegetarianos,
vegetarianos que comem ovo e tomam leite e pessoas que comem carne. O grupo dos
vegetarianos teve os melhores resultados: redução de 10% da medida da cintura e
colesterol total 10% menor. Os índices que indicam uma maior predisposição ao
diabetes e alterações prejudiciais nos vasos sanguíneos foram 20% menores.
“O mais importante é lembrarmos de aumentar o consumo de
frutas, legumes e verduras dentro da nossa alimentação e fazer a dieta também
adequada, e aquelas pessoas que sejam vegetarianas tenham uma dieta
equilibrada”, diz o médico, coordenador da pesquisa Advento-Incor.
Everton sabe do que está falando. Apesar de ser
adventista, ele não seguia a dieta recomendada pela igreja. Era um devorador de
carnes e de muitos outros pratos. “Eu cheguei a 128 quilos. Era um obeso
mórbido”, conta.
Era preciso mudar. “Eu tive de me reeducar, reaprender a
comer, reaprender a dormir e reaprender também a gostar de fazer exercício”,
diz.