sexta-feira, maio 09, 2008

Morre Arthur C. Clarke


Quando era adolescente, li o clássico 2001, Uma Odisséia no Espaço. Pouco depois, numa viagem para o Paraguai, descobri a seqüência da história de Arthur C. Clarke, os livros 2010 e 2061. Li um na ida e outro na volta. Quando soube da morte do grande escritor de ficção científica (ele morreu na quarta-feira, no Sri Lanka), lembrei-me desses livros e de como o futuro imaginado por Clarke acabou sendo bem diferente, afinal, estamos longe de viver uma odisséia como a descrita por ele. Mas Clarke leva o mérito de ter "profetizado" em mais de uma centena de livros muitas invenções que se tornaram realidade, como o satélite artificial, o ônibus espacial, os supercomputadores e os sistemas de comunicação sem os quais o mundo hoje não vive. Além disso, nos anos 1940, ele defendeu a tese de que o homem pisaria na Lua até o ano 2000, algo considerado impossível naquela época.

Apesar de hoje discordar de muitas de suas idéias (sobretudo as de fundo espiritual), não posso deixar de tornar pública minha dívida de gratidão a Clarke (e a outros autores como Asimov e Sagan) por terem me introduzido pela via da ficção ao fascinante universo da ciência.

Algumas frases dele marcaram época, como esta: "O único caminho para desmascarar os limites do possível é aventurar-se além dele, através do impossível."

E a minha predileta: "Basta olhar tudo o que foi feito em seu [do cristianismo] nome nos últimos milênios para perceber que o cristianismo poderia ter sido a melhor das religiões, mas nunca foi praticado direito", publicada na Folha de S. Paulo de 22 de agosto de 1997.

Pena que, aparentemente, Clarke tenha morrido sem conhecer o verdadeiro cristianismo pregado e vivido por Jesus.