segunda-feira, setembro 27, 2010

Teoria Sintética: contradição, redundância e ambiguidade

O palavra “teoria” possui duas acepções distintas. Em sentido abrangente, significa “conjunto de conhecimentos”. Em sentido restrito, refere-se a uma proposição explicativa para um fenômeno natural, cuja comprovação se dará por meio de experimentos. No que diz respeito ao estudo da evolução, ao se falar de “Teoria Sintética”, deve-se levar em conta pelos menos um dos seguintes problemas:

1. Redundância: quando nos referimos a uma teoria em sentido genérico, uma vez que todas as teorias, nesse aspecto, são sintéticas.

2. Contradição ou oximoro: se nos referimos à teoria em seu sentido estrito, ela não pode ser sintética, já que remete ao aspecto exato e preciso da realidade, para a qual supostamente se há de fornecer uma explicação que se provará experimentalmente.

Portanto, Teoria Sintética, Evolutionary Synthesis, Extended (ou “expanded”) Evolutionary Synthesis, Modern Synthesis, etc., são termos redundantes ou contraditórios.

Também pode acontecer que se queiram mesclar ambas as acepções, criando-se outro tipo de teoria (genérica e estrita), a fim de fazê-la passar por uma teoria científica (em sentido estrito), mantendo-se assim uma ambiguidade que, desde Darwin, sempre guiou o estudo da evolução, e que consiste numa explicação (a Seleção Natural) que não explica nada, que não pode ser submetida à experimentação e que, muito mais do que explicação, faz-se passar por fatos, processos, teoria ou qualquer outra coisa que lhe seja conveniente.

(Tradução livre de “Teoría sintética: contradicción, redundancia y más ambigüedad”, de Emilio Cervantes; via Humor Darwinista)