terça-feira, março 27, 2012

Para cientistas, aquecimento é quase irreversível

O aquecimento global está próximo de se tornar irreversível, o que torna esta década crítica nos esforços para preveni-lo, disseram cientistas nesta segunda-feira (26). As estimativas científicas diferem, mas é provável que a temperatura mundial suba até 6 ºC até 2100, caso as emissões de gases do efeito estufa continuem aumentando de forma descontrolada. Mas, antes disso, haveria um ponto em que os estragos decorrentes do aquecimento – como o degelo das camadas polares e a perda das florestas – se tornariam irrecuperáveis. “Essa é uma década crítica. Se não revertermos as curvas nesta década, vamos ultrapassar esses limites”, disse Will Steffen, diretor-executivo do instituto para a mudança climática da Universidade Nacional Australiana, falando em uma conferência em Londres. Apesar dessa urgência, um novo tratado climático obrigando grandes poluidores como EUA e China a reduzirem suas emissões só deve ser definido até 2015, para entrar em vigor em 2020.

“Estamos no limiar de algumas grandes mudanças”, disse Steffen. “Podemos... limitar o aumento das temperaturas a 2 ºC, ou cruzar o limite além do qual o sistema passa para um estado bem mais quente.”

No caso das camadas de gelo, cruciais para desacelerar o aquecimento, esse limiar provavelmente já foi ultrapassado, segundo Steffen. A capa de gelo da Antártida ocidental já encolheu na última década, e a região da Groenlândia perde 200 quilômetros cúbicos de cobertura por ano desde a década de 1990.

A maioria dos especialistas prevê também que a Amazônia se tornará mais seca em decorrência do aquecimento. Uma estiagem que tem matado muitas árvores motiva temores de que a floresta também poderia estar perto de um ponto irreversível, a partir do qual deixará de absorver emissões de carbono e passará a contribuir com elas.

Cerca de 1,6 bilhão de toneladas de carbono foram perdidas em 2005 na floresta tropical, e 2,2 bilhões de toneladas em 2010, o que reverte cerca de dez anos de atividade como “ralo” de carbono, disse Steffen.

Um dos limites mais preocupantes e desconhecidos é do “permafrost” (solo congelado) siberiano, que armazena carbono no chão, longe da atmosfera. “Há cerca de 1,6 trilhão de toneladas de carbono por lá – cerca do dobro do que existe hoje na atmosfera –, e as latitudes setentrionais elevadas estão experimentando a mudança de temperatura mais severa em qualquer parte do planeta”, disse ele.

No pior cenário, 30 a 63 bilhões de toneladas de carbono por ano seriam liberadas até 2040, chegando a 232 a 380 bilhões de toneladas por ano até 2100. Isso é um volume bem mais expressivo do que os cerca de 10 bilhões de toneladas de CO2 liberadas por ano pela queima de combustíveis fósseis.


Nota: Que a natureza está sendo degradada, ninguém pode negar. É profético, inclusive. Mas o papel preponderante do ser humano no que diz respeito ao aquecimento global ainda é alvo de debates. Seria mesmo o homem o maior culpado ou isso teria mais que ver com a intensa atividadesolar? O fato é que, quando o assunto é ECOmenismo (e tudo o que está por trás dessa bandeira), quanto mais medo, melhor. E que medo pode ser maior do que o da extinção da nossa espécie? Que medo pode ser mais motivador de grandes mudanças (comportamentais, jurídicas, etc.), quando convenientemente utilizado por uma elite político-religiosa que é craque no uso da engenharia social?[MB]