Quando
ativistas ambientais começam a usar aviões-robô para monitorar embarcações
baleeiras japonesas, como fizeram em dezembro, tem-se um sinal indubitável de
que o uso desses veículos não é mais prerrogativa somente das forças armadas.
Forças policiais pelo mundo estão dispostas a usar pequenos aviões não
tripulados para localizar criminosos em fuga e monitorar cenas de crimes do
alto. Com preços que vão de um pouco mais (e às vezes um tanto menos) do que os
US$ 40 mil de um carro policial, uma nova geração de micro aviões-robô está
sendo recrutada para substituir helicópteros policiais que podem custar até US$
1,7 milhão.
Além
de ensejar a imposição da lei, qualquer atividade civil que possa ser aprimorada
por uma vista de cima – monitoramento de tráfego, checagem de cabos elétricos e
tubulações, pesquisa de florestas e lavouras, patrulha de áreas silvestres à
procura de focos de incêndio – pode se beneficiar pelo uso de aviões-robô. O
fator limitador não é tecnológico, mas regulatório. Nos EUA, a Federal Aviation
Administration (FAA) atualmente permite o uso recreativo de aviões-robô, mas
não comercial: no início do ano corretores imobiliários de Los Angeles foram
impedidos de usar aviões-robô para fotografar propriedades sendo vendidas por
eles, por exemplo.
Mudanças
estão a caminho, todavia. A Comissão Europeia realizou diversas audiências
sobre o assunto, a mais recente em 9 de fevereiro, para determinar o arcabouço
regulatório que permitirá o amplo uso de aviões-robô por civis. Nos EUA, uma
lei aprovada pelo Senado em 6 de fevereiro e atualmente esperando aprovação
presidencial requer que a FAA determine novas regras para que os céus possam
ser franqueados de modo seguro a voos de aviões-robô a partir de outubro de
2015.
Nota:
Aos poucos, a tecnologia vai possibilitando a quem interessa um maior
patrulhamento da vida das pessoas. É o fortalecimento da ideia de um Big
Brother global (nada a ver com aquele lixo televisivo, por favor). Será que
esses aviões também serão usados no futuro para caçar fugitivos ou algo
assim?...[MB]
Leia também:
“Uniforme denuncia aluno que matar aula”