Uma
nova revolução industrial começa a ser preparada de forma silenciosa e
invisível no interior de vários laboratórios de nanotecnologia ao redor do
mundo. São as nanofábricas, onde as
linhas de montagem, que só podem ser vistas pelo microscópio, imitam a forma como as moléculas são feitas
na natureza. E uma das máquinas moleculares artificiais mais avançadas já
construídas acaba de ser apresentada pela equipe do Dr. David Leigh, da
Universidade de Manchester, no Reino Unido. “Essa máquina usa moléculas para
fazer moléculas em um processo sintético que é similar à linha de montagem
robotizada dos automóveis”, explica o pesquisador. “Essas máquinas poderão
tornar os processos de fabricação de moléculas muito mais eficientes e baratos.
Isso irá beneficiar todos os tipos de fábricas, já que a maioria dos produtos
feitos pelo homem começa no nível molecular. Por exemplo, nós atualmente
estamos modificando nossa máquina para que ela possa fabricar penicilina”,
complementa o pesquisador.
A
máquina molecular, que mede apenas alguns milionésimos de milímetro, foi inspirada no ribossomo, essencialmente uma
máquina molecular natural encontrada em todas as células vivas. O ribossomo
é uma organela que fabrica proteínas enzimas para os seres vivos - ele faz isso
juntando aminoácidos.
Bartosz
Lewandowski, idealizador da máquina molecular artificial, usou um rotaxano, uma
molécula que já foi usada para fabricar nanomotores, nanoválvulas e até uma memória
para computadores moleculares. O rotaxano consiste em um pequeno anel preso a
um bastão. Ao deslizar ao longo do bastão, a molécula captura os aminoácidos
que os pesquisadores colocam em seu caminho.
O
protótipo da máquina molecular conseguiu juntar três aminoácidos para fabricar
alguns miligramas de peptídeos - na verdade, são trilhões de máquinas
funcionando simultaneamente. “O ribossomo pode juntar 20 blocos por segundo
até que 150 deles estejam ligados. Até o momento, nossa máquina consegue juntar
até quatro blocos, e ela leva 12 horas para conectar cada
bloco”, contextualiza Leigh. “Mas você pode tornar esse processo maciçamente
paralelo: nós já estamos usando 1.018 dessas máquinas em paralelo em nosso
laboratório para fabricar moléculas”, acrescenta.
O
próximo passo é construir máquinas capazes de lidar com um número maior de
peças, para fabricar moléculas mais complexas, sobretudo moléculas artificiais
não encontradas naturalmente.
Nota:
Curioso como os seres humanos se maravilham com seus feitos que consistem em imitar a criação de Deus (leia também isto),
mas não reconhecem a Inteligência por trás dos mecanismos e processos que eles
copiam! Se Deus fosse cobrar copyright...
Imagine que alguém lhe dissesse que uma fábrica é fruto do acaso, de
ajuntamentos aleatórios de peças metálicas, cabos elétricos e outras tantas
partes. O que você pensaria? E se alguém lhe dissesse que as nanofábricas
criadas pelos pesquisadores são, também, resultado de forças naturais que
dispensam a inteligência criadora? Mas o que dizer, então, do ribossomo, muito
mais eficiente que as máquinas moleculares sintéticas (20 blocos por segundo
contra quatro blocos a cada 12 horas)? Há quem diga que design inteligente não é ciência, que não se pode fazer ciência a
partir dessa teoria – mas e quando a ciência imita o design inteligente? Pelo visto, a abertura da “caixa-preta de
Darwin” continuará maravilhando o observador atento e inspirando muito “plágio”
por aí, nos laboratórios.[MB]