terça-feira, maio 06, 2008

A importância das (pequenas) escolhas

Muitos pensam que somente as grandes escolhas devem ser submetidas à vontade de Deus. Mas poucos sabem o quanto as pequenas decisões também influenciam nossa vida. Gostaria de compartilhar com você uma experiência pela qual passei há poucos dias.

Sou uma jovem adventista batizada há quase três anos, e como vim "de fora", luto contra alguns hábitos "mundanos" que ainda me incomodam. Na semana passada, decidi ir ao cinema, mesmo sabendo que a igreja orienta a não fazer isso. Meu namorado me buscou no trabalho naquele dia. Cansados, decidimos passar no shopping e ver se tinha algo de bom passando no cinema. O intuito era relaxar. Como teríamos que escolher um filme que estivesse para começar naquela hora, as opções se restringiram a dois filmes. E num momento de plena fraqueza nossa, decidimos o filme ao acaso, literalmente, tirando "par ou ímpar". (Se tivéssemos orado, com certeza perceberíamos que não deveríamos ir ao cinema...)

"Instinto Secreto" foi o filme escolhido. Eu já tinha ouvido alguém falar do filme; também pudera: Demi Moore e Kevin Costner no elenco. Tinha tudo para ser um "filmão" (aos olhos do mundo, claro). Vimos que a classificação etária era de 16 anos. Meu namorado propôs: "Ok, mas se você se sentir mal, a gente levanta e sai do cinema, certo?" E lá fomos nós.

E que decepção. Que cilada! O filme conta a história de um homem viciado em matar. Mas não é um "matador qualquer", que não sente nada quando comete um homicídio. O que me impressionou foi o enfoque no prazer que ele sente em matar. Horrível! Ele frequenta essas terapias tipo AA, sabe? E ora, sempre. Fica repetindo um verso bíblico. Ele é um pai de família exemplar; executivo bem-sucedido; mas tem esse "problema" que ninguém mais conhece: o vício de matar.

Pior, tem um "homem" que o acompanha sempre, que na crítica está descrito como "personificação daquela parte da consciência expressa nos desenhos animados em forma de diabinhos falando nos ouvidos" - mas pra mim é o próprio Satanás.

Como foi horrível. Saí de lá me sentindo mal e meu namorado, coitado, se sentindo culpado. No carro, tratamos logo de colocar uma música dos Arautos do Rei para desviar os pensamentos para Quem realmente merece. E fomos refletindo.

Eu dizia: "Não quero nunca mais ir ao cinema." Mas meu namorado notou onde foi o nosso maior erro, e disse: "Olha o que aconteceu: nós sabemos que não é aconselhável ir ao cinema, principalmente pelo impacto do filme, que não é o mesmo se assistido em casa. Mesmo assim, temos que escolher muito bem. E ao invés de submetermos a escolha do filme à vontade de Deus, deixamos literalmente ao acaso." Foi aí que Satanás encontrou a brecha de que precisava para nos atingir.

No fim da trama, ao invés de o assassino pagar pelos erros, ele escapa das acusações e o mal vence. Aliás, a todo momento o filme mostra que o mal é maior, pois quando se sente tentado, ele ora, pede ajuda a Deus, mas acaba cedendo à tentação.

Tudo errado! Sabemos que o Bem é maior; que Jesus é maior que tudo neste mundo. E que já venceu. E por isso nos dá força para sermos vencedores também. Em todos os tipos de tentação.

Não quero fazer propaganda do filme, nem instigar sua curiosidade. O que quero destacar é que abri uma brecha ao inimigo e ele conseguiu o que queria: tirou minha noite de sono com as cenas violentas do filme (absolutamente impróprio para um cristão).

Quero convidá-lo(a) a submeter todas as mínimas escolhas Àquele que sabe o que é melhor para nós. Eu tive a pretenção de pensar: "Não vou me deixar influenciar." Resultado: não somente perdi minha noite de sono tranqüilo, mas fiquei com medo e angustiada, e teria continuado assim, se não tivesse me dado conta do meu erro e orado a Deus, pedindo-Lhe perdão pela péssima escolha. Pedi ao meu Criador proteção e paz ao coração, depois de ter visto tantas cenas ruins.

Não podemos abrir brechas para o inimigo, pois é disso que ele precisa para agir em nossa vida e nos fazer cair. Devemos orar sempre, perguntando a Deus que passo devemos dar - em nossas grandes e pequenas decisões.

Depois dessa experiência, decidi não ir mais ao cinema, e quando for alugar um filme para ver em casa, vou pedir a orientação de Deus sobre qual filme devo ou não assistir.

Que Deus o abençoe em suas escolhas.

Nota: A jovem que me enviou este testemunho pediu para permanecer anônima, mas está orando para que o relato dela sirva para ajudar outros jovens a tomarem decisões levando sempre em conta a vontade de Deus.[MB]