terça-feira, junho 16, 2009

Credo da sociedade pós-moderna

Nós cremos em Marx, Freud e Darwin.
Cremos que tudo está bem
Enquanto você não esteja machucando alguém,
Até a sua melhor definição de machucado,
E até sua melhor definição de conhecimento.

Cremos em sexo antes, durante e depois do casamento.
Cremos em terapia do pecado.
Cremos que sodomia é legal.
Cremos que tabus são um tabu.

Cremos que tudo está ficando melhor
Apesar da evidência contrária.
A evidência deve ser investigada
E você pode provar qualquer coisa com evidência.
Cremos que há algo no horóscopo,
Extraterrestres e colheres dobradas.

Jesus foi um homem bom como Buda,
Maomé e nós mesmos.
Ele foi um bom mestre moral apesar de pensarmos
Que sua boa moral era ruim.

Cremos que todas as religiões são basicamente a mesma coisa –
Pelo menos aquela que lemos era.
Todos acreditam em amor e bondade.
Eles apenas diferem no assunto da criação,
Pecado, céu, inferno, Deus e salvação.

Cremos que depois da morte vem o nada
Porque quando você pergunta para o morto o que acontece
Eles dizem nada.
Se a morte não é o fim, se os mortos mentiram, então é
Céu obrigatório para todos, exceto, porém,
Hitler, Stalin e Genghis Khan.

Cremos em total desarmamento.
Cremos que existe uma conexão direta entre guerra e derramamento de sangue.
Nós cremos que o homem é essencialmente bom.
Apenas seu comportamento é que desaponta.
A culpa é da sociedade.
Sociedade é a culpa das condições.
Condições são a culpa da sociedade.

Nós cremos que cada homem deve encontrar a verdade
Que é certa pra ele.
Realidade irá se adaptar de acordo.
O universo irá se reajustar.
História será alterada.

Nós cremos que não há verdade absoluta,
Exceto a verdade de que não há verdade absoluta.
Nós cremos na rejeição de nossas crenças,
E o florescimento do pensamento individual.

Se o acaso é o Pai de toda carne,
Desastre é seu arco-íris no céu,
E quando você ouve:

Estado de Emergência!
Franco atirador mata dez!
Tropas enlouquecidas!
Brancos saem para roubar!
Bomba explode escola!

Não é nada senão o som do homem adorando seu criador.

(Steven Turner, jornalista britânico; tradução: Marina F. Garner)