sexta-feira, junho 19, 2009

Diploma, questão de caráter

Duas profissões chamaram a atenção do Brasil nos últimos sete meses: Direito e Medicina. No Espírito Santo, a Polícia Federal prendeu desembargadores, juízes e advogados, acusados da venda de sentenças - como era de se esperar, os magistrados saíram da prisão. Antigamente se tratava de uma prática baseada no compadrio. Hoje se transformou em negócio. Em Londrina, no Norte do Paraná, graduandos de Medicina da Universidade Estadual (UEL) resolveram promover uma arruaça dentro do pronto-socorro do hospital universitário, soltando fogos, agredindo verbalmente pacientes e funcionários. Tudo em nome das comemorações pela conclusão da residência e do curso.

O envolvimento e prisão de magistrados, promotores e demais profissionais das leis não é mais novidade no País da impunidade. Eles nunca duram muito tempo atrás das grades. E quando permanecem um pouco mais que o razoável, recebem todo o tipo de privilégio. Seria inédito se houvesse punição exemplar, inclusive com a destituição do direito ao exercício profissional, mesmo depois de cumprida a sentença. Mas no reino dos intérpretes da lei, só pichador pega 52 dias de cana. Afinal, o Brasil é o paraíso dos advogados e isso não tem a menor possibilidade de se tornar uma praxe. Eles sequer são conduzidos aos tribunais. Em relação aos "médicos", apesar de provas contundentes, também não vão para a cadeia, mesmo que esquartejem seus pacientes. A Justiça pode prender o doutor Jekyll, mas nunca colocará no banco dos réus o senhor Hyde. [Leia mais]