domingo, agosto 28, 2011

Representação feminina em capas de revistas

Um estudo da Universidade de Buffalo, nos EUA, que será publicado na edição de setembro do periódico Sexuality & Culture, analisou a sexualização de homens e mulheres nas capas da revista Rolling Stone nas últimas três décadas. A pesquisa concluiu que aumentaram as representações erotizadas de homens e mulheres, mas as imagens hiper-sexualizadas do sexo feminino cresceram em um nível bem maior. As sociólogas Erin Hatton e Mary Nell Trautner escolheram a Rolling Stone por conta de seu longo tempo de existência e também por suas capas representarem uma mistura de ícones da cultura pop – de celebridades a políticos – de ambos os gêneros. “Nos anos 2000, havia 10 vezes mais imagens hiper-sexualizadas de mulheres do que de homens e 11 vezes mais imagens não-sexualizadas de homens do que de mulheres”, disse Erin. “Concluímos que os veículos de mídia popular, como a Rolling Stone, não estão representando as mulheres como cantoras ou atrizes sensuais; estão representando cantoras e atrizes como disponíveis e prontas para fazer sexo. Isto é problemático por transformar as mulheres em objetos de prazer sexual de outros”.

O problema, segundo as autoras, é que a hiper-sexualidade domina a representação cultural do que significa ser mulher hoje em dia. E a mídia acaba se tornando outro modo pelo qual as pessoas se moldam. No estudo, as autoras citam uma ampla análise que mostra a relação entre representações sexualizadas de mulheres e a violência contra elas, assim como uma variedade grande de ameaças sexuais e, em alguns homens, atitudes grosseiras contra mulheres. Além disso, as imagens de perfeição inatingível e hiper-sexualidade das mulheres aumentam os índices de distúrbios alimentares e insatisfação com o corpo. As pesquisadoras acreditam ainda que tais imagens estão relacionadas ao aumento do sexo na adolescência e à insatisfação sexual entre mulheres e homens.

(Observatório da Imprensa)

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