[Com
todo respeito aos geneticistas, meus comentários seguem entre colchetes. – MB] A
Sociedade Brasileira de Genética (SBG) vem a público comunicar que não existe
qualquer respaldo científico para ideias criacionistas que vêm sendo divulgadas
em escolas, universidades e meios de comunicação [Que ideias são essas que não
têm respaldo científico? A “ideia” de que informação complexa e específica
necessita de uma fonte informante? Que todo código pressupõe um codificador?
Que a microevolução é verificável, mas a macroevolução é fictícia? Que o
naturalismo filosófico contaminou a ciência darwinista excluindo
aprioristicamente a possibilidade do sobrenatural? Que as mutações, conforme
pesquisas científicas realizadas há um século, não promovem a evolução, segundo
a concebem os darwinistas? Que os fósseis não têm corroborado as ideias
macroevolutivas de Darwin? Etc., etc., etc.]. O objetivo deste comunicado é
esclarecer a sociedade brasileira e evitar prejuízos no médio e longo prazo ao
ensino científico e à formação dos jovens no país [Desde quando o ensino do
contraditório e certa dose de ceticismo fazem mal aos estudantes? O dogmatismo
– religioso ou científico – é que costuma ser maléfico].
A
Ciência contemporânea é a principal responsável por todo o desenvolvimento
tecnológico e grande parte da revolução cultural que vive a sociedade mundial
[aqui há a velha confusão entre darwinismo
e tecnologia; nenhum criacionista
dotado de bom senso nega as vantagens dos avanços científicos e tecnológicos, e
isso nada ter que ver com o questionamento que fazem dos aspectos
filosóficos/metafísicos/não experimentais da teoria da evolução. Se o
darwinismo é assim tão importante para a humanidade, por que nunca foi
concedido um prêmio Nobel nessa área? Por que a medicina, por exemplo, avança
sem precisar da “mãozinha” do darwinismo? Por que o próprio diretor do Projeto
Genoma se rendeu aos fatos e admitiu que a tremenda complexidade específica do
código genético só pode ser obra de um Designer inteligente?]. A Biologia do
século XXI começou a se fundamentar como uma Ciência experimental bem
estabelecida com a publicação das primeiras ideias sobre Evolução Biológica por
Charles Darwin e Alfred Wallace, em meados do século XIX. Essa Teoria
científica unifica todo o conhecimento biológico atual em suas várias
disciplinas das áreas da saúde, ambiente, biotecnologia, etc [se o darwinismo é
essa “Brastemp”, por que está sendo gestada uma nova teoria não selecionista?]. Além disso, a Teoria Evolutiva explica, com
muitas evidências e dados experimentais, a origem e riqueza da biodiversidade,
incluindo as espécies existentes e extintas, de nosso planeta [pode até
explicar a biodiversidade, ou variação de baixo nível, mas nunca conseguiu explicar
como esses seres vieram à existência a partir de um suposto ancestral comum. Ou
seja: acertam apenas no “varejo”, mas erram fragorosamente no “atacado”. Mas
tentam fazer o povo acreditar que está tudo certo].
Como as Teorias de outras áreas da Ciência, como Física (Gravitação, Relatividade, etc.) e Química (Modelo Atômico, Princípio da Incerteza, etc.), a Evolução Biológica está fundamentada no método científico, investigando fenômenos que podem ser medidos e testados experimentalmente [como testar experimentalmente – e não vale o uso de modelos computacionais que dependem de dados alimentados por seres inteligentes – a origem abiótica da vida? Como testar eventos que supostamente levam milhões de anos para se processar? Comparar o darwinismo a ciências duras como a Física e a Química é forçar e muito a barra]. O processo científico é contínuo, incorporando constantemente as novas descobertas e aprofundando o conhecimento humano sobre os seres vivos, a Terra e o Universo. É isso que temos visto acontecer com o estudo da Evolução Biológica nos últimos 150 anos, período no qual uma enorme quantidade de dados confirmou e aprimorou a proposta original de Darwin e Wallace. No entanto, as perguntas e as causas sobrenaturais não fazem parte do questionamento hipotético e nem das explicações em todas as Ciências experimentais modernas. Por exemplo, a pergunta “Deus existe?” pode ser discutida por filósofos e cientistas (como pessoas com diferentes crenças, opiniões e ideologias), mas não pode ser abordada e respondida pela Ciência. [Então por que muitos darwinistas insistem em argumentar contra a existência dEle e rejeitam até mesmo argumentos criacionistas que não dependem do sobrenatural ou de fé? O simples fato de provir do criacionismo já faz com que o argumento seja rejeitado sem discussão. Isso não é ciência, é preconceito – como bem expressou John Maynard Smith].
Frequentemente são divulgados fenômenos que não podem ser explicados por uma Ciência devido a limitações do conhecimento no século XXI, tal como a gravidade no nível atômico, algumas propriedades da molécula da água ou a evolução das primeiras formas de vida há mais de 3,5 bilhões de anos [acontece que os exemplos citados da gravidade e da molécula da água são observáveis e passíveis de estudo. O mesmo ocorre com a suposta evolução das supostas primeiras formas de vida há supostos 3,5 bilhões de anos? Claro que não! A comparação, mais uma vez, é indevida]. Para temas como estes, algumas pessoas argumentam com variantes de uma clássica falácia: “Se a Ciência não explica, é porque a causa é sobrenatural.” [Querem, mais uma vez, acusar os criacionistas de defensores do “Deus das lacunas”, como se o criacionismo impedisse a pesquisa científica. Na verdade, os primeiros cientistas, homens do quilate de Isaac Newton e Galileu Galilei, foram motivados à pesquisa justamente para entender como Deus havia criado o Universo. O que move um verdadeiro cientista criacionista é o seguinte pensamento: “Se a ciência não explica como Deus projetou isso e aquilo, vamos continuar estudando para entender.” A diferença está no fato de que, quando descobrem como o piano funciona, os darwinistas dispensam o pianista; os criacionistas passam a admirá-Lo ainda mais.] Este argumento é utilizado por inúmeros criacionistas, incluindo os adeptos da Terra Nova, da Terra Antiga e da crença do Design Inteligente [entre os adeptos do DI não há apenas criacionistas; há muitos agnósticos e ateus também; gente que não aceita os argumentos macroevolutivos como válidos para explicar a origem e o desenvolvimento dos seres vivos; mas os darwinistas ou ignoram esse fato ou evitam convenientemente mencioná-lo]. Curiosamente, algumas dessas versões criacionistas se apresentam ao grande público como produto de “estudos científicos avançados”, como se fossem parte da atividade discutida em congressos científicos em diversos países, no Brasil inclusive. Nessas versões, a Teoria Evolutiva é deturpada, como se pouco ou nenhum trabalho científico tivesse sido efetuado desde sua proposta há mais de 150 anos, demonstrando um total desconhecimento dos milhares de resultados e evidências que consolidam essa Teoria [cadê o Nobel?]. Alguns raros criacionistas são cientistas produtivos em suas áreas específicas de atuação, que não envolvem pesquisas na área da Evolução Biológica. Mas quando abordam o criacionismo, falam de sua crença particular e não das pesquisas que estudam e publicam [pergunto: Há espaço nos periódicos científicos e verba para financiamento de pesquisas com enfoque criacionista? Inexiste preconceito contra cientistas que queiram abordar temas criacionistas? Quem vive no meio acadêmico sabe que a coisa é bem complicada para quem ousa discordar do mainstream científico]. Como perguntas e explicações criacionistas não podem ser testadas pelo método científico [deixando de lado o componente sobrenatural do modelo, existem, sim, hipóteses perfeitamente testáveis no criacionismo], estes pesquisadores estão apenas emitindo uma opinião pessoal e subjetiva, motivada geralmente por uma crença religiosa. [Naturalismo filosófico e teísmo são crenças.]
Com o objetivo de informar à sociedade, inúmeros cientistas [quantos?], filósofos e educadores da área biológica têm apresentado várias críticas substantivas às diferentes versões criacionistas, demonstrando seus alicerces na crença e não no questionamento científico, erros elementares e significativas falhas conceituais em sua formulação, a falta de evidências, assim como deturpações dos fatos e métodos científicos. Essas críticas têm sido divulgadas no Brasil e em vários países, sendo que algumas podem ser lidas nos sites da internet indicados abaixo [no site da SBG].
Reconhecendo que a divulgação dessas ideias
criacionistas representa uma deterioração na qualidade do ensino de Ciências
[!], a Sociedade Brasileira de Genética (SBG) vem aqui ratificar que a Evolução
Biológica por Seleção Natural é imensamente respaldada pelas evidências e
experimentações nas áreas de Genética, Biologia Celular, Bioquímica, Genômica,
etc. Além disso, reiteramos que, como qualquer outra teoria científica, a
Evolução Biológica tem sido remodelada com a incorporação de várias novas
evidências (incluindo da área de Genética), tornando suas hipóteses e
explicações mais complexas e robustas a cada ano, desde a primeira publicação
de Charles Darwin em 1859. [Uma análise da literatura científica mais
aprofundada mostra o contrário. A seleção natural tem sido imensamente
questionada como principal mecanismo da evolução biológica. Por isso, outros
mecanismos têm sido apresentados: deriva genética, pressão de mutação,
exaptação (o contrário de adaptação), etc.]
Esta manifestação da SBG visa [a] comunicar de forma muito clara à Sociedade Brasileira que não existe qualquer respaldo científico para ideias criacionistas (incluindo o Design Inteligente) que têm sido divulgadas em algumas escolas, universidades e meios de comunicação. Entendemos que explicações baseadas na fé e crença religiosa, e no sobrenatural podem ser interessantes e reconfortantes para muitas pessoas, mas não fazem parte do conteúdo da pesquisa ou de disciplinas científicas nas áreas de Biologia, Química, Física, etc. Ao lado do respeito à liberdade de crença religiosa, deve ser também observado o respeito à Ciência que tem enfrentado todo tipo de obscurantismo político e religioso [chamar criacionistas de obscurantistas é respeito? Afirmar algo numa linha e o negam na seguinte], de modo similar às situações vividas por Galileu Galilei [criacionista também perseguido pela academia de seu tempo] e o próprio Charles Darwin. Mesmo com toda a limitação do método científico e dos recursos tecnológicos em cada época, a Ciência alargou o conhecimento humano e o entendimento científico dos mais diversos fenômenos. A SBG reitera os princípios que vem defendendo ao longo de seus 58 anos de existência e reafirma que o ensino da Ciência, em todos os níveis, deve se dedicar à sua finalidade precípua, em respeito ao ditame constitucional da qualidade da educação, sem deixar-se perverter pela pseudociência e pelo obscurantismo político ou religioso.
Esta manifestação da SBG visa [a] comunicar de forma muito clara à Sociedade Brasileira que não existe qualquer respaldo científico para ideias criacionistas (incluindo o Design Inteligente) que têm sido divulgadas em algumas escolas, universidades e meios de comunicação. Entendemos que explicações baseadas na fé e crença religiosa, e no sobrenatural podem ser interessantes e reconfortantes para muitas pessoas, mas não fazem parte do conteúdo da pesquisa ou de disciplinas científicas nas áreas de Biologia, Química, Física, etc. Ao lado do respeito à liberdade de crença religiosa, deve ser também observado o respeito à Ciência que tem enfrentado todo tipo de obscurantismo político e religioso [chamar criacionistas de obscurantistas é respeito? Afirmar algo numa linha e o negam na seguinte], de modo similar às situações vividas por Galileu Galilei [criacionista também perseguido pela academia de seu tempo] e o próprio Charles Darwin. Mesmo com toda a limitação do método científico e dos recursos tecnológicos em cada época, a Ciência alargou o conhecimento humano e o entendimento científico dos mais diversos fenômenos. A SBG reitera os princípios que vem defendendo ao longo de seus 58 anos de existência e reafirma que o ensino da Ciência, em todos os níveis, deve se dedicar à sua finalidade precípua, em respeito ao ditame constitucional da qualidade da educação, sem deixar-se perverter pela pseudociência e pelo obscurantismo político ou religioso.
Alguns criacionistas também utilizam o argumento de que a Ciência brasileira é retrógrada (ou “tupiniquim”, como a chamam [dá-lhe, Enézio!]), afirmando que o criacionismo é “aceito” no exterior, mas a Ciência é unânime em todos os países sobre este assunto, o que pode ser verificado no final deste documento [no site da SBG] em vários textos parecidos com este, sancionados por organizações científicas e educacionais de várias partes do mundo.
Concluímos que, embora o criacionismo possa ser abordado como explicações não científicas em disciplinas de religião e de teologia [mas nem nessas disciplinas eles querem!], estas versões criacionistas não podem fazer parte do conteúdo ministrado por disciplinas científicas [e quanto às críticas científicas ao darwinismo, podem?]. Entendemos que o ensino científico de boa qualidade no Brasil e em outros países depende da compreensão da metodologia científica [isso é naturalismo metodológico, que nada tem que ver com macroevolução darwinista e é também defendido por criacionistas e teóricos do DI], de suas potencialidades e de suas limitações, além da discussão de evidências e dados experimentais. No entanto, interpretações e ideias pseudocientíficas (criacionismo, astrologia, etc.) [comparar criacionismo à astrologia foi o cúmulo!] prejudicam seriamente o Ensino Científico de qualidade e o desenvolvimento do país.
Há mais de um século,
Ellen White escreveu: “Quando a religião de Cristo for mais
desprezada, quando Sua lei mais desprezada for, então deve nosso zelo ser mais
ardoroso e nosso ânimo e firmeza mais inabaláveis. Permanecer em defesa da
verdade e justiça quando a maioria nos abandona, ferir as batalhas do Senhor
quando são poucos os campeões – essa será nossa prova. Naquele tempo
devemos tirar calor da frieza dos outros, coragem de sua covardia, e lealdade
de sua traição” (Testemunhos Seletos,
v. 2, p. 31).
Leia também:
“A deformação da teoria: a mudança quieta no pensamento evolucionário” (leia mais sobre genética aqui)