O
alerta está sendo dado pela Sue Berelowitz, Comissária para a Infância no Reino
Unido, que aponta que não há cidade ou vila em que as crianças não estão sendo
vítimas de exploração sexual. O número de vítimas está na casa dos milhares e,
segundo Peter Davies, diretor do Child Exploitation and Online Protection
Centre, uma em cada 20 crianças é vítima de abuso sexual. E o acesso precoce à
pornografia na internet está na raiz dessa exploração: as crianças estão
crescendo com uma visão totalmente deturpada do que é sexo e do que é um
comportamento sexual normal. Alguns dos meninos que estavam envolvidos em atos
de abuso sexual falaram que “era como estar dentro de um filme pornô”. “Eles
viram coisas e depois repetiram o que viram. Definitivamente isso afetou os
limites do que eles pensam ser normal”, contou Berelowitz.
A
exploração sexual aparece de diversas formas, desde crianças que vão para um
parque para encontrar um amigo virtual e acabam sendo estupradas por gangues de
outras crianças (e outros grupos de crianças são convocadas por celular para estuprar
a mesma criança em outra parte do parque, em uma tortura sexual que, em um caso
descoberto recentemente, durou alguns dias), ou crianças de 11 anos que acham
que têm que praticar sexo oral em grupos de outras crianças durante períodos de
até duas horas, até adultos que se passam por crianças em sites online como o Habbo ou o Facebook, onde
um homem de 40 anos que se passava por um menino tinha mais de mil meninas
entre 12 e 14 anos como “amigos”.
No
site Habbo, uma produtora de televisão (Channel 4 News, do Reino Unido) se fez
passar por uma criança de 13 anos. Depois de dois meses de experiência, Rachel
Seifert relatou que o bate-papo era bastante sexual, perverso, violento e
pornográfico, além de bastante explícito. Logo nos dois primeiros minutos de
acesso, já perguntaram se ela tinha webcam, e pediram para ela tirar toda a
roupa.
Como
se não bastasse as crianças acharem normal o estupro e a violência sexual,
ainda existem adultos que as obrigam a fazer sexo e filmam tudo para garantir a
cumplicidade delas, criando uma “rede de abusos”. Também existem pessoas usando
artifícios ilícitos para obter sexo, como um grupo de homens que foi condenado
por dar bebidas e drogas a meninas de 13 anos para usá-las para o sexo.
Enquanto
controles mais rígidos não são regulamentados, como um
sistema de opt-in em que a
pornografia é bloqueada por padrão por provedores de internet (a menos que os
pais solicitem o desbloqueio), a organização de Peter Davies está distribuindo
filmes em escolas, voltados a crianças com idade entre 5 e 8 anos, ensinando-as
a como evitar os perigos online.
Seria
pouco? O que os pais poderiam fazer para proteger seus filhos? Confira aqui
um artigo com dicas para evitar que seu filho seja abusado.