domingo, maio 10, 2015

A obra mais importante

Missão insubstituível
Ensina a criança no caminho em que deve andar, e, ainda quando for velho, não se desviará dele. Provérbios 22:6, ARA

Naquela noite, eu havia assistido à minha filha mais velha cantar no coral da escola e achei muito emocionante. Enquanto ouvia as crianças cantando sobre o Deus Criador e Seu poder, despertava em mim o desejo de trabalhar na Obra de Deus.

Quando me formei em Pedagogia, estava grávida da minha primeira filha. Meu esposo e eu decidimos, na ocasião, que eu seria a pedagoga exclusiva dela. Por isso, praticamente não cheguei a lecionar. Depois, veio a segunda filha e, sem parentes por perto, nem pensava em exercer a profissão.

Contudo, quando orei na madrugada daquela noite, me queixei a Deus: “Se­nhor, eu queria fazer mais por Ti. Queria mostrar Teu amor a outras crianças também. Queria me sentir mais útil e importante.”

Ainda ajoelhada, Deus me impressionou a ler um livro que estava na estante. Senti muito forte a presença de Deus me guiando e abri o livro sem saber o que encontraria. E li: “O trabalho da mãe muitas vezes se afigura, aos seus próprios olhos, sem importância. Raras vezes é apreciado. Pouco sabem os outros de seus muitos cuidados e encargos. [...] Assim não é, entretanto. Anjos do Céu observam a mãe, fatigada de cuidados, notando suas responsabilidades dia a dia. Seu nome pode não ser ouvido no mundo, acha-se, porém, escrito no livro da vida do Cordeiro. Existe um Deus em cima no Céu, e a luz e glória do Seu trono repousam sobre a fiel mãe enquanto ela se esforça por educar os filhos para resistirem à influência do mal. Nenhuma outra obra pode se comparar à sua em importância” (Ellen G. White, A Ciência do Bom Viver, p. 376-378).

Ajoelhei-me novamente, completamente emocionada por experimentar o carinho de Jesus em me responder imediatamente. Ele ainda me disse mais: Filha, você não precisa ser mais útil do que já é, mas se você quer muito ser professora, Eu vou lhe conceder esse desejo. Guardei essa resposta no coração.

O ano letivo já estava no segundo bimestre. Mesmo assim, dois dias depois, o diretor da escola me ligou e disse: “Professora, precisamos de você.”

Foi um ano muito abençoado, do ponto de vista profissional, e sei que pude tocar a vida dos meus queridos alunos com o amor de Deus. Eu os amei muito e nunca vou esquecê-los. Entretanto, pude perceber o quanto minhas filhas perderam o melhor de mim. Minha pequenina de três anos passou a roer unhas e o temperamento delas mudou.

Decidi que voltaria a ser mãe em tempo integral até que elas estivessem maiores. Logo depois, fui abençoada com a gravidez de um menininho, o que nos trouxe grande alegria. Aprendi que há verdadeira felicidade ao desempenhar a missão que Deus nos dá.

Débora Tatiane M. Borges