Missão insubstituível |
Ensina
a criança no caminho em que deve andar, e, ainda quando for velho, não se
desviará dele. Provérbios 22:6, ARA
Naquela
noite, eu havia assistido à minha filha mais velha cantar no coral da escola e
achei muito emocionante. Enquanto ouvia as crianças cantando sobre o Deus
Criador e Seu poder, despertava em mim o desejo de trabalhar na Obra de Deus.
Quando
me formei em Pedagogia, estava grávida da minha primeira filha. Meu esposo e eu
decidimos, na ocasião, que eu seria a pedagoga exclusiva dela. Por isso,
praticamente não cheguei a lecionar. Depois, veio a segunda filha e, sem
parentes por perto, nem pensava em exercer a profissão.
Contudo,
quando orei na madrugada daquela noite, me queixei a Deus: “Senhor, eu queria
fazer mais por Ti. Queria mostrar Teu amor a outras crianças também. Queria me
sentir mais útil e importante.”
Ainda
ajoelhada, Deus me impressionou a ler um livro que estava na estante. Senti
muito forte a presença de Deus me guiando e abri o livro sem saber o que
encontraria. E li: “O trabalho da mãe muitas vezes se afigura, aos seus
próprios olhos, sem importância. Raras vezes é apreciado. Pouco sabem os outros
de seus muitos cuidados e encargos. [...] Assim não é, entretanto. Anjos do Céu
observam a mãe, fatigada de cuidados, notando suas responsabilidades dia a dia.
Seu nome pode não ser ouvido no mundo, acha-se, porém, escrito no livro da vida
do Cordeiro. Existe um Deus em cima no Céu, e a luz e glória do Seu trono
repousam sobre a fiel mãe enquanto ela se esforça por educar os filhos para
resistirem à influência do mal. Nenhuma outra obra pode se comparar à sua em
importância” (Ellen G. White, A Ciência do Bom Viver, p. 376-378).
Ajoelhei-me
novamente, completamente emocionada por experimentar o carinho de Jesus em me
responder imediatamente. Ele ainda me disse mais: Filha, você não
precisa ser mais útil do que já é, mas se você quer muito ser professora, Eu
vou lhe conceder esse desejo. Guardei essa resposta no coração.
O
ano letivo já estava no segundo bimestre. Mesmo assim, dois dias depois, o
diretor da escola me ligou e disse: “Professora, precisamos de você.”
Foi
um ano muito abençoado, do ponto de vista profissional, e sei que pude tocar a
vida dos meus queridos alunos com o amor de Deus. Eu os amei muito e nunca vou
esquecê-los. Entretanto, pude perceber o quanto minhas filhas perderam o melhor
de mim. Minha pequenina de três anos passou a roer unhas e o temperamento delas
mudou.
Decidi
que voltaria a ser mãe em tempo integral até que elas estivessem maiores. Logo
depois, fui abençoada com a gravidez de um menininho, o que nos trouxe grande
alegria. Aprendi que há verdadeira felicidade ao desempenhar a missão que Deus
nos dá.
Débora
Tatiane M. Borges