domingo, maio 24, 2015

Remanescentes esquecidos por Deus?!

Hollywood confunde de novo
Não assisti nem quero ao filme “Remanescentes esquecidos por Deus”, até porque filmes de terror estão definitivamente fora da minha lista de preferências (veja aqui por quê). Mas o cartaz me chamou muito a atenção. E a sinopse diz: “A cerimônia de casamento de um casal de amigos é interrompida pelo apocalipse e eles são obrigados a examinar a vida, o amor e a fé, enquanto devem escolher entre a redenção e a sobrevivência.” Como assim escolher entre a redenção e a sobrevivência? Nenhum não redimido viverá no reino de Deus. A morte eterna é o destino de todos os perdidos – daqueles que rejeitaram o plano de Deus e Seus insistentes apelos. Essa é mais uma contribuição hollywoodiana – entre muitas – que parece ter o único propósito de confundir as pessoas (além de tirar dinheiro delas, é claro). Deixados Para Trás é outro filme desserviço que mais confunde e entretém do que esclarece (confira). Pelo menos o subtítulo de Remanescentes Esquecidos por Deus é mais realista, sem querer: “Depois do julgamento final, existem destinos piores do que a morte.” Sim, o pior destino é a morte eterna; não mais existir.

O filme expõe a doutrina do arrebatamento como uma grande e instantânea mortandade global que ceifa muitos adultos e todos os adolescentes e crianças do mundo. No roteiro, a interpretação dessa crença é explicada pelos pastores “deixados para trás” como consequência das sete trombetas. Sim, é uma perversão da interpretação futurista do Apocalipse, que por si já é suficientemente equivocada. Os “arrebatados” da trama têm sua “alma” levada para o céu, enquanto os corpos jazem por todo o planeta.

Os protagonistas (pois não há mocinhos, já que todos os “remanescentes” morrerão ao final) começam a analisar suas vidas e admitir - sem confessar - os pecados que cometeram. As ruas começam a ser tomadas por demônios alados com as características dos escorpiões da 5ª trombeta. O fim da história mostra centenas de pessoas buscando histericamente algum tanque batismal, nos quais se atiram em busca do batismo supostamente redentor.

Mas o cúmulo do acinte se dá quando o último sobrevivente do casamento que inicia o filme compreende a “lógica” dos ataques demoníacos: como os demônios destroem Bíblias e matam as pessoas que clamam e oram a Deus, o rapaz conclui que as tais criaturas são atraídas pela fé. Então ele sai desesperado, instando os penitentes a interromper as orações, os batismos e a não manifestar nenhum tipo de fé. Nisso, uma horda infindável de espíritos malignos desce (!) do céu para exterminar o ajuntamento religioso. Fim.

Esse parece ser, até agora, o filme que mais deturpou as doutrinas bíblicas escatológicas.

O livro do Apocalipse (12:17), de fato, apresenta um povo remanescente nos últimos dias. São pessoas fieis à Palavra e à lei de Deus; que aguardam a volta de Jesus e vivem à luz dessa esperança. São remanescentes, o restante de um processo de purificação da igreja ao longo da história. Deus sempre teve e sempre terá Seu povo fiel, que O ama acima de tudo. Você acha que esse povo seria esquecido por Ele? De forma alguma! O Apocalipse deixa claro que Deus vela por esse remanescente, e Jesus prometeu que estará com esse povo todos os dias, até o fim de tudo (Mt 28:20). 

Michelson Borges e Marco Dourado