quarta-feira, maio 27, 2015

Ritual “Charlie Challenge” deixa aluna possessa em Manaus

Brincando com o perigo
Um antigo ritual mexicano para evocar espíritos tem tomado as redes sociais e é a nova febre do momento. Alunos de uma escola estadual no bairro Cidade Nova decidiram testar a “brincadeira” e acabaram endemoniados e vomitando muito. Denominado como “Charlie Charlie Challenge” [leia mais sobre isso aqui], em referência ao demônio que teria esse nome e seria uma criança, o ritual consiste em utilizar dois lápis, formando uma cruz sobre um papel com retângulos onde estão escritos “Sim” e “Não”. O ritual começa com a pergunta “Charlie, Charlie, podemos brincar?” (na versão mexicana), ou “Charlie, Charlie, você está aqui?” (na versão inglesa). Em seguida, os participantes começam a fazer perguntas para o demônio em que as respostas sejam sim ou não. Para finalizar é necessário perguntar “Charlie, Charlie, podemos parar?” Quando ele disser sim, os participantes devem quebrar os lápis para quebrar o contato com Charlie.

Conforme relatos de testemunhas, na manhã desta quarta-feira (27), os alunos da escola (não citaremos o nome para preservar os alunos) iniciaram o ritual e uma das garotas começou a falar com a voz grave e vomitou muito. Várias crianças ficaram desesperadas com a cena e se instalou o caos na escola. Na internet, funcionários da escola e alunos têm realizado diversos relatos.


Nota: Podemos extrair algumas lições desse fenômeno instantâneo alimentado pela internet: (1) a web é realmente um meio tremendamente poderoso de espalhar informações, ideias e modismos (o Desafio Charlie foi mencionado por mais de dois milhões de usuários no Twitter, em apenas 48 horas, por meio da hashtag #CharlieCharlieChallenge); (2) uma geração doutrinada por livros e filmes de bruxos, vampiros e demônios tem mais curiosidade do que medo do oculto; (3) o diabo não mais esconde seu “jogo” e está muito ativo em nossos dias.

Quando eu era adolescente, os “rituais da moda” eram o tabuleiro ouija e a “brincadeira” do copo ou do compasso. Ouvi muitas histórias escabrosas atribuídas à atuação dos “espíritos” nesses jogos. Nessa nova versão de flerte com o oculto o inimigo não mais se esconde. Apresenta-se como demônio mesmo. E a criançada, dessensibilizada pelo consumo de tanto conteúdo satanista/ocultista, não se importa mais de brincar com o perigo. Na verdade, leva tudo na brincadeira. E a coisa fica exatamente do jeito que o diabo gosta.

Na verdade, para o mundo “oculto” existem outras portas aparentemente inofensivas. Os filmes de terror, por exemplo. Quando tinha 15 anos, Will Baron resolveu assistir no cinema ao filme The Devil Rides Out. Embora tivesse nascido num lar cristão, ele diz que o filme foi a porta de entrada ao mundo do misticismo e do ocultismo, no qual ele afundou completamente e depois foi resgatado por Deus. “Sentado em profunda introspecção, enquanto recordava nitidamente as cenas do filme, percebi horrorizado que algo sutil e sinistro aconteceu enquanto me encontrava no cinema. A poderosa semente do fascínio pelo mundo oculto e místico havia sido plantada em minha mente. A semente não germinou durante anos. Mas estava profundamente enraizada e me levou gradualmente ao cativante mundo do misticismo e ocultismo” (Enganado Pela Nova Era, p. 212).

Quanto a esse assunto, a Bíblia é muito clara: “Não permitam que se ache alguém entre vocês que queime em sacrifício o seu filho ou a sua filha; que pratique adivinhação, ou se dedique à magia, ou faça presságios, ou pratique feitiçaria ou faça encantamentos; que seja médium, consulte os espíritos ou consulte os mortos. O Senhor tem repugnância por quem pratica essas coisas, e é por causa dessas abominações que o Senhor, o seu Deus, vai expulsar aquelas nações da presença de vocês” (Deuteronômio 18:10-12, NVI).

E Ellen White escreveu: “E o que dizer dos livros [filmes, jogos] de magia? O que você tem lido ultimamente? Como tem empregado seu tempo? Tem procurado estudar as Sagradas Escrituras para que possa ouvir a voz de Deus falando através de Sua Palavra? O mundo está cheio de livros que espalham as sementes da incredulidade, infidelidade e ateísmo. Em maior ou menor grau, você pode estar aprendendo as lições desses livros de magia. Afastam Deus da mente e separam a pessoa do verdadeiro Pastor” (Só Para Jovens, p. 14).

Nesta quarta-feira, infelizmente, dezenas de milhares de pessoas seguiram inadvertidamente o caminho das irmãs Fox. Estão brincando com o perigo, e o verdadeiro “Charlie” se divertindo um bocado. [MB]