Infância na "cortina de ferro" |
Quando Svitlana Samoylenko nasceu, quatro
anos antes da queda do Muro de Berlim, o comunismo dava seus últimos suspiros. Do
fim daquele regime ela lembra pouca coisa, detalhes como a cor do uniforme
escolar e a disciplina rígida ensinada às crianças. Natural de Kirovograd,
Ucrânia, ela morou no leste do país, na cidade de Lugansk, até terminar os
estudos primários. Se por décadas os adventistas de lá sofreram perseguição
atrás da “cortina de ferro”, hoje a igreja é prejudicada pela crise política que
divide o país, e os próprios membros, entre os separatistas pró-Rússia e os
mais alinhados com a União Europeia. No fim de 2014, por exemplo, um pastor
adventista foi sequestrado e solto semanas depois com vários problemas de
saúde, pois foi deixado apenas com a roupa do corpo em uma cela, no meio do
inverno, sem comida suficiente. Nenhuma razão foi dada para essa prisão. Apesar
de viver no Brasil com o esposo que é pastor em Curitiba, e de estar
geograficamente distante da Ucrânia, Svitlana carrega consigo a inspiração que
recebeu das histórias contadas por seus pais e avós. Nesta entrevista, concedida
ao jornalista Michelson Borges,ela fala um pouco sobre como sua família e a fé
adventista sobreviveram sob o regime comunista. [Continue lendo.]